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Alexandra Daddario e Stacie Passon falam sobre o “horror de cada dia” de ‘Os Segredos do Castelo’

Recentemente interpretada nos cinemas por Elisabeth Moss, Shirley Jackson é um dos grandes nomes da literatura dos EUA. Original, intensa, provocativa. São vários os adjetivos que críticos ao redor do mundo despejaram sobre sua obra, composta por romances e contos. E uma dessas histórias acaba de ganhar vida no filme ‘Os Segredos do Castelo’.

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Dirigido por Stacie Passon (‘Antes Sexo do Que Nunca’) e protagonizado por Alexandra Daddario (‘Baywatch’) e Taissa Farmiga (‘A Freira’), o longa-metragem conta uma história típica de Jackson. De um lado, duas irmãs (Daddario e Farmiga) que vivem com o tio deficiente no castelo da família após a morte dos pais. Do outro, toda a vizinhança desconfiada.

‘Os Segredos do Castelo’ conta com um elenco estrelar, com Alexandra Daddario, Taissa Farmiga e Sebastian Stan (Crédito: Divulgação/Synapse)
É, assim, uma história de mistério, claro. O que houve com aquelas garotas? A mais velha delas realmente matou os pais? O que faz com que elas ajam de maneira tão estranha? No entanto, não é apenas suspense. É também horror. Um horror real, da vida. E, acima de tudo isso, é um drama familiar potente, sobre duas garotas abandonadas à sua própria sorte.

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“Eu amo o livro”, diz Passon, empolgada, ao Filmelier. “Quando recebi o roteiro, vi que não era nada parecido com o livro. Estava mais para um thriller hollywoodiano. Então quis trazer o tom original do livro de volta. [O roteirista] Mark Kruger não só concordou, como queria a mesma coisa. Então voltamos para a essência dessa história de Shirley Jackson”.

Memórias de ‘Os Segredos Do Castelo’

A partir dessa nova roupagem que o filme ganhou, sob a batuta da própria Stacie Passon, encontramos assim uma história sobre memórias. Afinal, o espectador demora a saber o que realmente aconteceu com essas duas protagonistas — foram abusadas, violentadas? Aos poucos, entramos fundo nesse quebra-cabeça social e, acima de tudo, fortemente familiar.
Daddario interpreta uma mulher atormentada por um passado violento e instável (Crédito: Divulgação/Synapse)
“Era um tipo de personagem que nunca tinha feito”, diz Alexandra Daddario ao Filmelier. “Trabalhei duro para descobrir quem era essa personagem. O que era a história. Por fim, cheguei à conclusão de que esta era uma mulher que estava sendo abusada ou traumatizada de alguma maneira. E ela reagiu a isso. Como alguém reage a algo assim?”. Assim, Daddario também encontrou paralelos entre essa história, passada em outros tempos, com os dias atuais. “Ela tem algo muito comum entre mulheres de que tudo precisa parecer bem. Tudo precisa estar perfeito, você quer fazer todo mundo feliz. Então eu me inclinei para esse lado. Essa ansiedade nas entrelinhas, que surge atrás de um perfeccionismo”, diz. Passon afirma que este é um terror “pé no chão”, assim como Daddario disse. “Tentei ficar o mais próxima do livro. Busquei o mesmo tom, o mesmo sentimento desse horror banal, o horror de cada dia”, explica a diretora ao Filmelier. “Em termos de drama familiar, eu acho, toda boa história é sobre família. Estava feliz em trabalhar nessa dinâmica familiar”.

Video on Demand

No Brasil, ‘Os Segredos do Castelo’ chega diretamente via video on demand, para assistir online por meio de compra ou aluguel. Questionada, Alexandra Daddario não indicou acompanhar o coro de descontentes de Hollywood. Afinal, recentemente, nomes como Christopher Nolan e Dennis Villeneuve se revoltaram com a decisão da Warner Bros. em lançar tudo no HBO Max.
“Eu acho que é para onde estávamos indo, de qualquer maneira”, disse a atriz. “A vida evolui e você precisa evoluir junto. As coisas mudam. A forma de consumir mídia é muito diferente agora em comparação com quando eu comecei a atuar. Teria sido inacreditável lançar ‘Mulher-Maravilha 1984’ no streaming neste mesmo período no ano passado. É uma coisa boa”. Passon vai além. “Nunca pensei que esse filme teria uma grande exibição nos cinemas. Estou feliz até mesmo que ele tenha sido feito”, diz. “Acho que é demais querer ter filmes feministas no cinema, pois vão produzir a receita que os produtores querem. Se eles podem estar no streaming, tudo bem. Desde que eles sejam feitos e vistos por pessoas que se interessem”.

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Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.

Escrito por
Matheus Mans

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