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‘Power’: O que estão falando do novo filme de ação da Netflix

Nesta sexta-feira (14), a Netflix lançou ‘Power’, seu novo filme original. Com um grande elenco, formado por Jamie Foxx, Rodrigo Santoro, Joseph Gordon-Levitt e Dominique Fishback, o longa estreou e já está dividindo opiniões.

Na trama, uma pílula dá superpoderes imprevisíveis por cinco minutos a quem a ingere. Com a droga chegando às ruas de Nova Orleans, uma adolescente e um policial local devem se unir a um ex-soldado para derrubar o grupo responsável por sua criação.

O que a crítica internacional achou?

Entre os críticos internacionais, a produção tem seus méritos, mas ainda assim não agradou muita gente. ‘Power’ tem o roteiro de Mattson Tomlin, que teve a ideia em 2015 e só agora, em 2020, despertou o interesse para que virasse um filme. Tomlin, inclusive, está roteirizando o novo longa do Batman, estrelado por Robert Pattinson.

Partindo disso, Peter Travers, da Rolling Stone, escreveu sobre suas primeiras impressões: “O filme gira em torno da ideia intrigante de Tomlin, ou seja, explorar millennials marginalizados como cobaias de uma droga que os chefões podem usar para seu controle”, conta Travers. Ele assume que sentiu falta de um pé no chão dos diretores Henry Joost, Ariel Schulman, os mesmos de ‘Nerve’.
Rodrigo Santoro em ‘Power’ (Foto: Reprodução/Netflix)

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“Ainda assim, até o terço final, eles dirigem este filme de ação em sua intensidade máxima, temperando ar cenas de ação nas ruas de Nova Orleans em chamas com uma surpreendente emoção”, completa. Travers assume que ‘Power’ se saiu bem graças ao elenco. Ele elogiou as atuações, mas disse que o grande destaque é Dominique Fishback, da série ‘The Deuce’, da HBO. O crítico da Rolling Stone pontua também que nem o deslumbre com o visual do filme o salva de alguns clichês. “Não há dúvida de que ‘Power’ pega emprestado ideias de outros filmes, como o subestimado ‘Sem Limites’, do Bradley Cooper, e elementos do universo da Marvel e da DC Comics. Definitivamente, estamos no território do ‘Quarteto Fantástico’ quando Colson Baker, também conhecido como o rapper Machine Gun Kelly, usa a pílula e se transforma em uma tocha humana”. Peter Travers destaca também que achou incrível como os diretores souberam dosar o uso de computação gráfica – usada apenas quando fosse realmente necessário. Sandy Schaeffer, do ScreenRant, não foi dos maiores entusiastas da nova produção da Netflix. Ele acha que a plataforma tem insistido muito em filmes de ação e que raramente tem acertado. Recentemente, Schaeffer se surpreendeu apenas com ‘The Old Guard’. “De certa forma, a ideia de superpoderes no Project Power funciona como uma metáfora para pessoas que buscam ficar chapadas para ajudar a lidar com todas as incertezas em suas vidas. Assim como em ‘Nerve’, os diretores usaram o recurso de Catfish para analisar os fatores que levam as pessoas recorrerem às redes sociais para ficarem famosas, mesmo que tenham que tomar medidas drásticas”, pontua Schaeffer. “Para aqueles que estão assistindo, ‘Power’ pode ser um pouco como tomar a droga do filme: longe de ser uma experiência substancial, mas você pode achar empolgante o suficiente para ignorar os tropeços ao longo do caminho”, completa o crítico.
O grande destaque do elenco é Dominique Fishback (Foto: Reprodução/Netflix)

E o que o público brasileiro está achando de ‘Power’?

No Twitter, os usuários acordaram cedo – ou nem dormiram – só para assistir ao novo filme de Jamie Foxx. Quem já viu está dividido, alguns amaram e outros, odiaram. “‘Power’ é um dos piores filmes que vi em 2020. É angustiante como os diretores não tentam fazer absolutamente nada com a história, é o negócio mais cômodo e pouco imaginativo que vi na Netflix nos últimos meses. Típico filme algoritmo”, escreveu um internauta. E tem quem concorde: “Achei que ‘Power’ da Netflix iria ser ação e adrenalina. Mas que filme tedioso. Muito tedioso mesmo”. Claro que teve quem achasse a produção boa, mas com ressalvas. “O filme em si é legal. Honesto. Entrega o que promete. Só tem um detalhe do roteiro, de características passadas de pai pra filha que me incomodou, na forma como foi mostrada”, escreveu uma internauta. “Dou nota sete. Um sólido sete”, completou. “Achei Power muito ‘daora’, tem umas ‘lacradinhas’ padrão Netflix, mas é um ótimo filme”, disse outro usuário da rede social. “Recomendo para vocês o filme ‘Power’, da Netflix. Sem palavras, Jamie Foxx é um ator maravilhoso”, comentou ainda outra internauta.

Qual é a opinião da redação do Filmelier sobre o filme?

Nosso editor, Matheus Mans, assistiu ao filme e contou o que achou. “Já faz um tempo que a Netflix está em busca de uma franquia adulta de filmes para chamar de sua. Em 2020, deu alguns passos a mais com ‘The Old Guard’ e, agora, com o surpreendente ‘Power’”, disse. “O longa-metragem se vale de uma trama de super-heróis inusitada para falar sobre drogas. Como? Por meio de um pílula que dá poderes sobre-humanos por apenas cinco minutos”. “A partir disso, os diretores Henry Joost e Ariel Schulman (de ‘Nerve’) se valem de uma mistura de ação, aventura e ficção científica sob medida para empolgar o público enquanto desenvolvem uma história intensa, mas emocional. Entregam boas cenas de luta, enquanto falam sobre vício. Empolgam nos efeitos especiais, mas falam de família. Sempre numa mistura que faz sentido e que agrega à história. No final das contas, ‘Power’ causa dois efeitos interessantes. Primeiramente, deixa as histórias de super-heróis mais real, como ‘Mentes Sombrias’ e ‘Poder Sem Limites’. E, no final, dá um gostinho claro e direto de quero mais. Uma franquia aqui, talvez, seja um bom caminho para a Netflix”, completa Mans.
Raíssa Basílio

Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.

Escrito por
Raíssa Basílio

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