"Todos temos um momento em que nos tornamos um panda vermelho", conta animadora de 'Red'

    Em entrevista exclusiva, equipe de produção de 'Red: Crescer É Uma Fera' conta mais sobre como é trabalhar na Pixar - e revela aquilo que mexe com as suas emoções

    Raíssa Basílio | 12/03/2022 às 13:27 - Atualizado em: 14/03/2022 às 10:26


    Trabalhar na Pixar é realmente gratificante. Essa é a resposta unanime do time envolvido em 'Red: Crescer É Uma Fera' , o mais novo filme do estúdio e que chegou ontem, 11, ao catálogo do Disney+. Em entrevista exclusiva ao Filmelier, a diretora Domee Shi e parte da equipe da produção nos contaram mais sobre a experiência que é trabalhar na empresa - e também revelaram o que os faz virarem "pandas vermelhos", tal qual a protagonista do longa-metragem.

    Sim, é isso mesmo: a animação conta a divertida história de Mei Lee, uma menina de 13 anos, que se transforma em um panda gigantesco quando passa por fortes emoções. Em parte, a produção é inspirada na infância da diretora.

    Além de Domee Shi, a produtora Lindsay Collins, a supervisora de efeitos visuais Danielle Feinberg e os supervisores de animação, Patty Kihm e Aaron Hartline estiveram no papo conosco - e fizeram questão de dizer que resultado de 'Red: Crescer É Uma Fera' deixou todos orgulhosos.

    Red: Crescer é Uma Fera conta a história de uma menina de 13 anos lidando com a puberdade (Crédito: divulgação/Disney)
    ‘Red: Crescer é Uma Fera’ conta a história de uma menina de 13 anos lidando com a puberdade (Crédito: divulgação/Disney)

    Trabalhando na Pixar

    Danielle Feinberg e os animadores Patty Kihm e Aaron Hartline já fizeram parte de outras animações que marcaram a vida de muitos adultos e crianças, como 'Divertida Mente' e 'Procurando Nemo'.

    "Eu amo trabalhar na Pixar, eu estou aqui há quase 25 anos e eu acredito que poder contar essa histórias que, de certa forma, são reconfortantes para as pessoas e faz com que as crianças assistam diversas vezes é incrível. Eu não poderia pedir mais que isso. O fato de conseguirmos representar diferentes pessoas e histórias ao redor do mundo é muito significativo para mim também. Essa representação me parece algo muito importante. Eu amo fazer parte desses filmes e me sinto muito orgulhosa do trabalho que fazemos aqui na Pixar", contou Danielle, que já trabalhou também em 'Vida de Inseto', 'Toy Story 2', 'Monstros S.A' e 'Os Incríveis'.

    Aaron Hartline realizou um dos seus objetivos de vida quando teve a chance de participar da equipe de 'Toy Story 3'. Ele compartilhou que foi indescritível poder dar vida ao Woody de fato.

    "É como viver um sonho, eu vi o primeiro ‘Toy Story’ já adulto e fiquei completamente embasbacado. Estar aqui fazendo esses filmes e colocar algo desse tipo no mundo que as pessoas possam se relacionar é incrível. Eu espero que essas produções continuem por muito anos", disse ele.

    Já Patty não fica atrás: assim como Danielle, ela também trabalhou em 'Toy Story 2', 'Monstros S.A.' e 'Os Incríveis'.

    "Quando eu vi ‘Toy Story’? Em 1997? Foi em 1995? Bom foi em 1995, eu também fiquei muito admirada. Na hora eu pensei que deveria ser uma animadora e trabalhar naquele estúdio", começou. "Eu nunca tinha visto aquele tipo, a história é tão boa, as piadas são reais e divertidas. Era diferente dos filmes da Disney, era algo mais ousado. Pensando em ‘Red’, o filme é muito sensível também e a narrativa leva a Pixar a outro patamar, tudo é muito novo, tanto no visual quanto na forma de contar essa história."

    Com toda essa bagagem, não tinha como o resultado de 'Red: Crescer É Uma' ser diferente. O longa tem uma história que, por mais que tenham temas já conhecidos no cinema, é nova no mundo da Disney. E não só isso, o estilo da animação é diferente. Segundo o time do filme, é uma mistura do Studio Ghibli com a Pixar.

    O que te faz virar um panda vermelho?

    Como citamos acima, Mei Lee, a protagonista de 'Red', se transforma em um panda vermelho quando está estressada, ansiosa ou até mesmo muito animada. Perguntamos ao time do filme quais são os momentos que liberam o panda que existe neles.

    Mei Lee no seu momento panda (Crédito: Divulgação/Disney)

    "Eu amei isso! Coisas como 'nós devemos criar um novo visual para o filme' e então rebatemos, 'mas o que exatamente?'. E, a partir disso, você simplesmente precisa descobrir quais são as coisas que vão entregar esse tal 'visual' sem muitos detalhes específicos sobre o que de fato precisamos mudar. Nesse filme, em particular, que envolvia muitos departamentos e visuais, foi um desafio", contou Danielle Feinberg, que é a supervisora dos efeitos visuais.

    Já Patty Kihm e Aaron Hartline entraram em um consenso que o panda é bem comum no mundo na vida deles:

    "Eu acho que todos temos um momento em que nos tornamos um panda vermelho. De repente, explodimos e não conseguimos nos conter. É um sentimento muito bruto e natural que todos já vivenciaram em algum momento. Se estivéssemos no filme, sem dúvida, seríamos um panda o tempo inteiro. Eu acho uma ótima analogia, a Mei é uma garotinha muito fofa com um lado selvagem", contou Patty.

    A diretora Domee Shi coloca para fora o seu lado panda de uma forma diferente. Até porque o animal é liberado também quando Mei Lee está passando por situações constrangedoras. Quando perguntamos o que faz Domee ficar vermelha, ela disse:

    "Álcool! Eu posso falar isso? Eu fico vermelha quando estou com vergonha, frequentemente", respondeu a diretora, rindo muito.

    Enquanto a produtora, Lindsey Collins partilha da mesma opinião e completa: "Quando você é uma adolescente e tenta esconder algo, então seu rosto automaticamente te trai e fica todo vermelho e todos notam. Eu gosto que essa é uma forma de ilustrar que quanto mais você tenta esconder suas emoções, mais ela ficam aflorada".

    Se você quer descobrir como neutralizar a fera que existe em você, veja 'Red: Crescer É Uma Fera'. Para ver mais informações do filme, incluindo o link para assistir online, clique aqui.

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    Raíssa BasílioRaíssa Basílio

    Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop e UOL, escrevendo sobre cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.

    Raíssa Basílio
    Raíssa Basílio

    Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop e UOL, escrevendo sobre cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.

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