Tarcísio Meira morre aos 85 anos, vítima da covid-19
Na manhã desta quinta-feira, 12, morreu o ator Tarcísio Meira, vítima de complicações da covid-19. Ele tinha 85 anos e estava internado desde o dia 6 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, junto com a esposa, a atriz Glória Menezes, 86.
Ele foi um dos artistas mais importantes da televisão e cinema brasileiro, tendo participado de diversos filmes e novelas. Segundo O Globo, Meira estava intubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) devido a problemas no rins “com apoio de ventilação mecânica invasiva e diálise contínua”.
Tarcísio Meira era casado com a já citada Glória Menezes, que está se recuperando da doença, e deixa um filho, Tarcísio Filho, de 58 anos. A atriz também é mãe de Amélia Brito, 64, e João Paulo Brito, 62, frutos da união com o político Arnaldo Brito.
Vida e obra
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O ator, como grande parte dos artistas brasileiros, começou sua carreira no teatro nos anos 1950. Seu primeiro trabalho foi na peça ‘A Hora Marcada’ e anos depois, estreou na TV em ‘Grande Teatro Tupi’ – programa de teleteatro idealizado por Sérgio Britto em 1961, na TV Tupi. Foi na televisão que ele conheceu a futura esposa, Glória Menezes. Eles contracenaram juntos na novela ‘Uma Pires Camargo’, em 1961. No ano seguinte, os dois se casaram. Ainda na década de 1960, Tarcísio Meira foi o protagonista da primeira novela diária do Brasil, ‘2-5499 Ocupado’, da extinta TV Excelsior, também ao lado de Menezes. Já em 1967, ele foi para a Globo e seu primeiro personagem foi na novela ‘Sangue e Areia’, novamente atuou com a esposa. Ao longo da carreira, o ator fez mais de 60 trabalhos na emissora, da qual era um dos seus galãs. Estrelou ‘Escalada’ (1975), ‘Grande Sertão: Veredas’ (1985), ‘De Corpo e Alma’ (1992), ‘Fera Ferida’ (1993), ‘O Rei do Gado (1996)’, ‘Páginas da Vida (2006)’ e muitas outras novelas. Seu papel mais recente na televisão foi em ‘Orgulho e Paixão’, em 2018. E em 2020, ele participou com Glória Menezes do especial ‘Os Casais que Amamos’. No cinema, Tarcísio Meira teve uma trajetória de destaque nas décadas de 1970 e 1980. Seu principais trabalhos foram em ‘Independência ou Morte’ (1972), de Carlos Coimbra, ‘O Marginal’ (1974), de Carlos Manga, ‘O Beijo no Asfalto’ (1980), de Bruno Barreto, ‘A Idade da Terra’ (1981) – do mestre do cinema marginal, Glauber Rocha – e muitos outros. O último filme dele foi ‘Não se Preocupe, nada Vai Dar Certo!’, comédia nacional de Hugo Carvana. Com sua morte, Tarcísio Meira deixa um legado enorme na dramaturgia nacional, seja no cinema ou na televisão. Um trabalho que nenhum vírus irá apagar.
Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.