Conheça Vin Diesel, o astro de ‘Velozes e Furiosos’ Conheça Vin Diesel, o astro de ‘Velozes e Furiosos’

Conheça Vin Diesel, o astro de ‘Velozes e Furiosos’

Além de atuar e produzir a franquia ‘Velozes e Furiosos’, Vin Diesel também foi diretor, roteirista e ator em filmes de diversos gêneros

Lalo Ortega   |  
18 de abril de 2023 20:09

Sua figura corpulenta e sua cabeça calva já são sinônimo de uma das franquias cinematográficas mais lucrativas do planeta. Imediatamente, o nome de Vin Diesel nos faz pensar em Dominic Toretto e na saga ‘Velozes e Furiosos‘.

No entanto, basta olhar para a trajetória do ator para perceber que, antes de ser rotulado como um ator de ação, ele tentou a sorte em outros gêneros, tanto na frente quanto atrás das câmeras.

A seguir, contamos um pouco mais sobre sua vida e carreira:

Origens: qual é o nome real de Vin Diesel?

Vin Diesel nasceu em 18 de julho de 1967 no Condado de Alameda, na Califórnia. Seu nome real é Mark Sinclair, e ele tem um irmão gêmeo, Paul Sinclair. Ambos têm o sobrenome de solteira de sua mãe, a astróloga Delora Vincent. Os irmãos foram criados por ela e por seu pai adotivo, Irving H. Vincent, que era instrutor de atuação e administrava um teatro.

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O jovem Mark experimentou a arte da atuação aos sete anos de idade, por puro acaso. De acordo com sua biografia, ‘Vin Diesel: Fueled for Success’, ele, seu irmão e vários amigos entraram no Theater for New York City com a ideia de vandalizá-lo. Confrontados pela diretora artística do teatro, eles tiveram duas opções: participar de sua peça ou serem levados pela polícia.

Diesel permaneceu envolvido com o teatro durante sua juventude, chegando até mesmo a escrever roteiros durante seus estudos universitários no Hunter College, em Nova York.

Vin Diesel em ‘O Resgate do Soldado Ryan’
Vin Diesel em ‘O Resgate do Soldado Ryan’, um de seus primeiros papéis (Crédito: Paramount Pictures)

E de onde veio o nome Vin Diesel?

Embora seja muito comum que muitos artistas mudem seus nomes por outros mais fáceis de lembrar ou pronunciar assim que entram em Hollywood, a razão para Mark Sinclair foi um pouco diferente.

Durante sua juventude, para se sustentar enquanto perseguia sua carreira como ator, Vin Diesel trabalhou como segurança em uma casa noturna de Nova York chamada Tunnel. Procurando por um nome mais ríspido e adequado para o trabalho, ele pegou e encurtou “Vincent”, o sobrenome de sua mãe e de seu pai adotivo. “Diesel” foi um apelido dado por seus colegas, por sua energia sempre alta no trabalho.

Forjando seu próprio caminho: primeiros filmes

O primeiro crédito de Diesel como ator foi em um pequeno papel no aclamado filme de drama ‘Tempo de Despertar’ (‘Awakenings’), ao lado de Robert De Niro e Robin Williams. No entanto, por anos, ele teve dificuldades para encontrar novos trabalhos, algo que se atribui a sua ascendência multirracial.

A mãe do ator é branca de raízes europeias e ele acredita que seu pai, a quem nunca conheceu, era negro. Antes dele nascer, conta que “ainda era ilegal em partes dos Estados Unidos que pessoas brancas e de cor procriassem”.

Sua frustração pela dificuldade em conseguir trabalho como ator multirracial inspirou-o a escrever, produzir, dirigir, estrelar e compor a música de seu primeiro curta-metragem, ‘Multi-Facial’, sobre um ator que não consegue passar da etapa de audições devido a sua ambiguidade racial, pois é muito negro para papéis brancos e muito branco para papéis negros. O curta foi selecionado para o Festival de Cannes de 1995.

Em 1997, já com a boa resposta de ‘Multi-Facial’ no currículo, Diesel conseguiu financiar seu primeiro longa-metragem como diretor, ‘Strays’, sobre um traficante que tenta mudar seu comportamento violento depois de se apaixonar.

O filme estreou no Festival de Sundance e chamou a atenção de Steven Spielberg, que, impressionado por ter visto Diesel em seu curta-metragem, decidiu escrever um papel específico para ele. Foi assim que Vin Diesel conseguiu seu primeiro papel em uma grande produção hollywoodiana: Adrian Caparzo em ‘O Resgate do Soldado Ryan’.

Pouco depois, Diesel ingressou em uma faceta não tão conhecida como ator de voz no clássico animado cult ‘O Gigante de Ferro’, interpretando o personagem titular. No entanto, os anos seguintes definiriam a trajetória pela qual todos o conhecem: estrela de filmes de ação.

De Riddick a Dom Toretto: Vin Diesel, o ícone de ação

Vin Diesel como Dom Toretto em 'Velozes e Furiosos'
Vin Diesel como Dom Toretto em ‘Velozes e Furiosos’, o primeiro filme da saga (Crédito: Universal Pictures)

Diesel experimentou alguns papéis dramáticos depois de trabalhar com Spielberg. Em 2000, protagonizou a estreante ‘O Preço do Amanhã’ (Boiler Room) junto com jovens estrelas em ascensão como Giovanni Ribisi, Nia Long e Ben Affleck, que tinha acabado de ganhar um Oscar de melhor roteiro por ‘Gênio Indomável’.

No entanto, no mesmo ano, o ator fez sua primeira participação em uma de suas franquias de ação mais conhecidas: o anti-herói Richard B. Riddick em ‘Eclipse Mortal’, produção de ficção científica e terror sobre um grupo de sobreviventes abandonados em um planeta hostil, onde as criaturas nativas – e o próprio Riddick – são uma ameaça.

O filme fez um modesto sucesso de bilheteria e deu a Diesel sua primeira franquia cinematográfica. A história continuou com ‘As Crônicas de Riddick’ em 2004 e com ‘Riddick: A Ascensão’ em 2013, além de dois spin-offs animados e dois videogames, onde o ator também deu voz ao personagem-título.

Porém, foi em 2001 que Vin Diesel estreou no papel determinante de sua carreira: Dominic Toretto, o piloto anti-herói e criminoso de rua que serve como contraparte ao policial infiltrado em sua gangue, Brian O’Conner (Paul Walker). ‘Velozes e Furiosos‘ foi um sucesso de bilheteria, mas Diesel optou por não protagonizar suas sequências.

Em vez disso, ele estrelou o igualmente bem-sucedido ‘Triplo X’ de 2002 no papel principal de Xander Cage. Uma franquia de ação a mais em seu extenso currículo no gênero, que continuou com os criticados ‘Triplo X 2: Estado de Emergência’ de 2005 e ‘Triplo X: Reativado’ de 2017.

Por que Vin Diesel deixou e voltou para a saga ‘Velozes e Furiosos’?

Apesar do fenomenal sucesso do primeiro filme, Vin Diesel optou por não retornar para ‘+Velozes +Furiosos’ (‘2 Fast 2 Furious’) por uma razão: falta de controle criativo. Conforme ele explicou em retrospectiva para #Legend em 2017:

“Depois de fazer o primeiro filme, lembro de estar em uma sala cheia de CEOs e pessoas que eram donas da franquia. Estávamos jantando em Londres celebrando o sucesso do filme. Um deles me disse ‘temos que fazer isso de novo’. E lembro de ter dito para todos na mesa: ‘não podemos fazer isso de novo. Não podem mexer nisso. Têm que deixar isso em paz’. As sequências tinham uma má reputação e eu comecei a pensar no primeiro ‘Velozes e Furiosos’ como um clássico, como ‘Rebelde Sem Causa’”.

“Se o transformássemos em uma franquia, como os estúdios estavam fazendo […] arruinaríamos a oportunidade de que o primeiro filme se tornasse um clássico. Apesar de não ter atingido aquele nível de sucesso financeiro, recusei 25 milhões de dólares para fazer o segundo filme. Eu era um idealista e, para mim, o segundo não continuava a história. Pensei que, se fôssemos fazer uma sequência, teria que ser como Francis Ford Coppola, fazer isso como os grandes da literatura, mas não era isso que estavam fazendo. Estavam capitalizando a marca e explorando o sucesso tanto quanto pudessem”.

Em uma reviravolta irônica, Vin Diesel retornaria para uma participação especial na cena pós-créditos de ‘Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio’, que não contava com nenhum membro do elenco original e tinha sido o mais caro da franquia até então, mas também o menos bem-sucedido nas bilheterias. Isso daria origem a ‘Velozes e Furiosos 4‘ (‘Fast & Furious’), o “reboot suave” que trouxe de volta o elenco original e relançou a franquia com Diesel na liderança.

Vin Diesel como Dom Toretto e Michelle Rodriguez como Letty em 'Velozes & Furiosos 4'
Dom Toretto e o elenco original voltaram para o quarto filme da franquia (Crédito: Universal Pictures)

Qual foi o preço que a Universal Pictures pagou pelo retorno do ator? Transformá-lo em produtor da franquia e, de quebra, ceder a Diesel os direitos sobre a franquia de ‘Riddick’, cuja segunda parte tinha decepcionado nas bilheterias em 2004.

“Depois de ‘Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio’, percebi: por que não ser o produtor? Por que não supervisionar o trabalho e escrever e criar o que quero para este filme? No começo, havia esse grande senso de diversidade e ainda restava um resquício disso. A diversidade era o combustível da narrativa. Queria transformar essa diversidade em um multiculturalismo legal. Queria propor que você pudesse pegar essas mesmas cenas e colocar pessoas de diferentes cores, raças e nacionalidades e mostrar que sua irmandade poderia ser igual à de qualquer um”.

Vin Diesel além de ‘Velozes e Furiosos’

Nos anos que antecederam seu grande retorno a ‘Velozes e Furiosos’, Vin Diesel experimentou alguns papéis dramáticos e cômicos com relativo sucesso. Um de seus personagens mais memoráveis é na comédia da Disney ‘Operação Babá’ (The Pacifier), onde interpreta um fuzileiro naval designado para proteger a família de um cientista assassinado.

Um dos papéis mais subestimados em sua carreira é como o mafioso Jackie DiNorscio em ‘Sob Suspeita’ (Find Me Guilty), de Sidney Lumet, baseado no julgamento da máfia mais longo da história dos Estados Unidos.

Porém, seus anos em ‘Velozes e Furiosos’ acabariam por consolidá-lo – e talvez enquadrá-lo – como uma estrela de ação.

Fora da franquia – e de sua contribuição ao Universo Cinematográfico da Marvel como a voz de Groot em ‘Guardiões da Galáxia‘ – seus principais créditos viriam nas sequências de ‘Riddick’ e ‘xXx’, além de filmes como ‘Babylon A.D. – A Cidade Sem Saída’ (‘Babylon A.D.’) com Michelle Yeoh, ‘O Último Caçador de Bruxas’ (‘The Last Witch Hunter’) em 2015 e ‘Bloodshot’ de 2020, inspirado na HQ homônima. A sequência ‘Riddick: Furya’ foi confirmada em fevereiro de 2023.

A partir de então, Vin Diesel se tornaria sinônimo de Dom Toretto e da “família” de ‘Velozes e Furiosos’, com todas as suas controvérsias nos bastidores.

A família de ‘Velozes & Furiosos’

Duelo de egos? Tudo sobre a treta de Vin Diesel e Dwayne “The Rock” Johnson

Outro ícone de ação contemporâneo de Diesel é Dwayne “The Rock” Johnson, o antigo lutador que se tornou uma estrela de Hollywood durante os anos 2000. Para a quinta entrega da franquia, ‘Velozes e Furiosos 5: Operação Rio’, Johnson foi uma das grandes adições ao elenco no papel de Luke Hobbs, agente do Serviço de Segurança Diplomática.

“The Rock” desempenharia um papel importante em várias entregas posteriores da franquia, da sexta até a oitava, ao ponto de ganhar seu próprio spin-off ao lado de Jason Statham em ‘Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw’. Entretanto, o ator se recusou a voltar para ‘Velozes & Furiosos 9’.

Vin Diesel e Dwayne Johnson em ‘Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio’
Houve tensões entre Vin Diesel e Dwayne Johnson durante as filmagens de ‘Velozes e Furiosos 8’ (Crédito: Universal Pictures)

“The Rock” vai voltar para ‘Velozes & Furiosos’?

Na época, houve, é claro, uma explicação oficial por parte de Dwayne Johnson: que a filmagem da nona edição colidia com sua agenda promocional para ‘Hobbs & Shaw’. Só que declarações do próprio Johnson criticando seus colegas de elenco de ‘Velozes & Furiosos 8’ (‘The Fate of the Furious’) – sem especificar nomes – alimentaram rumores de conflitos no set, especificamente com Vin Diesel.

“Alguns se apresentam como cavalheiros e verdadeiros profissionais, mas outros, não. Aqueles que não são covardes demais para fazer algo a respeito, de qualquer forma”, disse “The Rock” na época. As tensões entre ele e Diesel foram posteriormente confirmadas por Michelle Rodriguez.

A razão da briga foi atribuída a diferentes motivos por ambas as partes, sem realmente ter sido confirmada, além das declarações de algumas testemunhas e dos próprios atores. Johnson explica (via Variety) como filosofias de trabalho fundamentalmente diferentes.

“Abordamos o negócio de fazer cinema de duas maneiras muito diferentes”, explicou Johnson. “É a filosofia de ir trabalhar todos os dias. Ver a todos como companheiros iguais, e o estúdio como companheiros iguais. E a equipe de filmagem […] como companheiros iguais, com respeito e humildade, e ser respeitoso do processo e de todos os seres humanos que estão dedicando o mesmo tempo, trabalho e suor, se não mais.”

Por sua vez, Vin Diesel, comparando-se ao cineasta italiano Federico Fellini, disse que, a partir de sua posição de produtor, “é preciso pegar Dwayne Johnson, que associamos à luta livre, e vamos forçar este mundo cinematográfico, e o público, a verem seu personagem como alguém que não conhecem. Hobbs bate como uma tonelada de tijolos. Isso é algo que me orgulho, essa estética. E isso exigiu muito trabalho. Tínhamos que chegar lá e, às vezes, nesse momento, eu podia impor muito ‘amor bruto’. Nada fellinesco, mas eu faria o que fosse necessário para conseguir as atuações necessárias em qualquer coisa que esteja produzindo.”

Em uma postagem nas redes sociais de 2021, Vin Diesel pediu publicamente o retorno de Dwayne Johnson para “cumprir seu destino” e participar da décima edição da saga ‘Velozes e Furiosos’. Johnson rejeitou publicamente o convite, acusando Diesel de manipulação emocional. “The Rock”, porém, estava cotado para a sequência de ‘Hobbs & Shaw’ – apesar do projeto seguir na gaveta por causa da agenda lotada de Johnson.

Confira o trailer de ‘Velozes e Furiosos 10’ com Vin Diesel:

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Publicado originalmente na edição mexicana do Filmelier News.

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