O Teleférico do Amor (Gondola) é uma bela produção alemã, mas cuja temática e execução a tornam completamente universal: é um filme sem diálogos, que conta uma história de amor utilizando apenas ação e linguagem visual. A trama segue duas comissárias de cabine que trabalham em uma linha de teleféricos nas montanhas da Geórgia. Entre elas, surge um vínculo além da amizade, embora durante o dia elas só possam se ver quando seus respectivos teleféricos se cruzam no ar. Uma narrativa simples e delicada, mas elegantemente contada, ideal para aquecer o coração e alegrar o dia.
Flow é, em termos simples, um dos filmes mais bonitos de 2024, tanto visual quanto narrativamente, e uma das animações mais interessantes – e premiadas do ano – por diversos motivos. Trata-se de uma produção letã que narra a luta de um gatinho para sobreviver em um mundo misteriosamente inundado, aprendendo a conviver com animais de outras espécies a bordo de uma barca. Simples, mas narrado de forma eficaz com imagens puras, sem diálogos, conseguindo uma expressividade quase naturalista nos animais e uma emotividade enganosa para sua premissa tão básica, que se foca mais em evocar compaixão do que em explicar seus mistérios. Além disso, em termos da indústria da animação, pode ser um divisor de águas: foi feita totalmente com o software open source Blender, o que abre a porta para que animadores independentes criem cinema de animação de forma inovadora e sem as restrições representadas por outros caros padrões da indústria.
Sob a direção de Christopher Nolan, Dunkirk não explica a guerra — ela sufoca. Não há respiro, não há plano didático. Só o som do motor falhando, da água subindo, do tempo apertando. É uma experiência sensorial em três frentes: terra, mar e ar, como se o filme fosse uma espiral que se fecha a cada minuto. Com quase nenhuma fala, muita tensão e uma trilha que pulsa como um relógio descompassado.
Às vezes, deixamo-nos levar pelo poder de marketing de estúdios como a Disney Pixar e deixamos de olhar para outros lados em busca de histórias animadas profundas e poderosas, que não precisam de tramas excessivamente complexas para emocionar. Este é o caso de Meu Amigo Robô, uma produção hispano-francesa dirigida por Pablo Berger (do filme espanhol Branca de Neve de 2012), baseada na novela gráfica Robot Dreams de Sara Varon. Ambientada em Nova York durante os anos 80, a história segue Dog, cuja vida solitária o leva a comprar um robô para fazer-lhe companhia. A amizade cresce, mas um dia infeliz na praia os obriga a se separarem e ansiarem pelo dia do reencontro. Praticamente sem diálogos, com uma animação vibrante e uma linguagem visual cativante, o filme conta uma história simples, mas profundamente emocionante, sobre (curiosamente) as relações humanas e o curso que tomam apesar (ou devido) a acidentes, circunstâncias fortuitas e eventos incontroláveis que acontecem ao longo da vida.
Uma mistura de suspense, terror e ficção científica que, da melhor maneira possível, lembra grandes filmes desses gêneros como "Rua Cloverfield, 10", "Não, Não Olhe!!" e "Guerra dos Mundos". Dirigido por Brian Duffield (Espontânea), "Ninguém Vai te Salvar" segue uma jovem, Brynn (Kaitlyn Dever), uma garota ansiosa que prefere ficar em casa... até que estranhos invasores a obrigam a sair e enfrentar o inexplicável. O que se segue é uma história cujo ritmo nunca diminui e apresenta intrigas interessantes, que Dever consegue carregar sozinha. Se você gosta de terror e ficção científica em sua forma mais perturbadora, não deixe passar.




