Lançamentos online da semana de 12 de junho de 2020

O cineasta Steven C. Miller tem se aprofundado, nos últimos anos, num cinema de ação resumido em tiro, bomba e porradaria. Foi assim com ‘Assalto ao Poder’, com Bruce Willis, e se repete agora com ‘Última Chance’. Protagonizado por Aaron Eckhart (‘Obrigado por Fumar’) e Giancarlo Esposito (‘Os Suspeitos’), o longa-metragem se vale de um fiapo de história para trazer cenas de ação intensas, recheadas de perseguição, lutas e correria. É dessa forma que o filme deve se tornar um divertimento satisfatório para públicos específicos, que não querem histórias de ação cheias de tramas intrincadas ou coisas do tipo. ‘Última Chance’ é um filme que vai direto ao ponto, sem enrolação e que nem se atenta a furos de roteiro. Quer empolgar com sua ação. E, com isso, deve divertir a audiência. Lançamento da semana que não passou pelos cinemas e chega direto para o streaming. [-]

Em sua obra, o cineasta Spike Lee frequentemente alerta para o racismo estrutural que existe nos Estados Unidos -- sempre com uma linguagem muito particular e um estilo de filmagem muito marcante. No entanto, o diretor também tem se preocupado em unir essa mensagem com a ressignificação de algumas importantes passagens da história americana. Em ‘Infiltrado na Klan’, por exemplo, colocou um homem negro (John David Washington) como protagonista de sua própria história enquanto tenta descortinar um célula da Ku Klux Klan. Agora, em ‘Destacamento Blood’, produção exclusiva da Netflix, Lee se volta aos dramas da Guerra do Vietnã e mostra a importância de soldados negros no conflito. Ainda que se passe em outra época e em outro país, o longa-metragem continua a se voltar às questões raciais dos Estados Unidos e a mostrar como as diferenças étnicas continuam assustadoramente gritantes no tratamento social. Tudo isso embalado por uma narrativa de guerra poderosa, lembrando ‘Apocalypse Now’, de Francis Ford Coppola, que mistura narrativas que se entrelaçam no final. Isso sem falar da excelente trilha sonora, com batidas ao som de Marvin Gaye. [-]

'O Mágico de Oz' foi, sem dúvida alguma, um dos grandes marcos da Era de Ouro do cinema, alçando a jovem Judy Garland ao estrelato - e a uma vida de muitas privações. ‘Judy: Muito Além do Arco-Íris’ traz a atriz na parte final de sua vida, enquanto lida com as sombras desse passado e com tudo o que ele traz - enquanto tenta seguir a vida e fazer shows em Londres. Um trabalho visceral de Renée Zellweger no papel-título, interpretando Judy com toda a força necessária. Não é por menos que ela ganhou tudo na temporada de premiações de Hollywood, incluindo o Oscar. No final, é um retrato do lado mais complicado da fama, ainda mais entre os jovens. [-]

A cineasta Galt Niederhoffer parece estar se especializando em histórias sobre romances passados. Depois de ‘O Casamento do Meu Ex’, a diretora volta às telas com ‘10 Coisas que Deveríamos Fazer Antes de nos Separar’, uma dramédia estranhamente romântica sobre um casal com problemas de relacionamento. Protagonizado por Christina Ricci (‘Geração Prozac’) e Hamish Linklater (‘A Grande Aposta’), o longa-metragem brinca com um casal com fortes vínculos, mas que se conheceu há pouco tempo. É bem parecido com a comédia francesa ‘As Primeiras Férias Não se Esquece Jamais!’, com a diferença de que, aqui, ao invés de uma viagem, o casal de protagonistas é unido pela chegada de filhos. Não há grandes momentos ou grandes sacadas, mas deve divertir com um entretenimento leve, sem grandes pretensões. É para assistir, passar o tempo, relaxar e comer uma pipoca. Mais uma novidade da semana que é exclusiva do streaming. [-]

Um dos filmes independentes mais comentados da temporada 2019-2020, ‘As Ondas’ é daqueles romances que sabem mexer com o emocional do espectador. Bebendo da fonte de ‘La La Land’, o longa-metragem mistura uma história de amor repleta de altos e baixos com uma música marcante, presente e influenciável dentro da trama. No entanto, indo além do filme de Damien Chazelle, há uma forte discussão sobre a fragilidade da vida e a falta de estabilidade que encontramos por aí. Tudo isso, ainda por cima, evidenciado por um trabalho de direção marcante de Trey Edward Shults (do bom terror ‘Ao Cair da Noite’) e dos protagonistas Taylor Russell e Kelvin Harrison Jr. Isso sem falar da excelente técnica do filme, que sabe brincar com a fotografia e com os sons para mexer com o emocional e com os sentimentos dos espectadores -- ainda que com um ou outro probleminha narrativo ali na segunda parte dessa história. É, enfim, um ótimo filme sobre amor, vida, mudanças e instabilidade que deve arrebatar aqueles que buscam filmes românticos fora dos padrões. Indicado aos prêmios independentes Gotham Awards e Film Independent Spirit Awards. Também é um lançamento que não passou pelo circuito comercial dos ci [-]

Baseado no romance homônimo da autora polonesa Blanka Lipińska, '365 dni' (ou ‘365 Dias’) é o tipo de filme que busca unir o romantismo e o erotismo. O último é mais do que presente, já que do início ao fim o longa é temperado com imagens hiper-estilizadas de seus atores (que também são modelos) fazendo sexo em luxuosas localidades europeias, de iates a castelos. No entanto, na mesma linha de '50 Tons de Cinza', é uma história cheia de personagens bidimensionais e ilógicos que, vamos ser bem sinceros, não é nada romântico, mas sim uma idealização da relações tóxicas e da submissão como prova de "amor". No Brasil, filme exclusivo da Netflix. [-]

A produção audiovisual russa está cada vez mais diversa, trabalhando em cima de diferentes gêneros, estilos e histórias. ‘No Limite do Perigo’ é uma prova disso. Este thriller de sobrevivência lembra o clássico ‘O Rio Selvagem’, com Meryl Streep, com uma premissa interessante. Não é um filme que vai revolucionar o gênero, mas as performances do elenco são convincentes o trabalho de som, edição e câmera transmitem uma atmosfera de tensão que atravessa os limites da tela. Assim, ainda que seja previsível, é um filme emocionante e que deve agradar aqueles que buscam um thriller de ação diferente do eixo EUA-Europa. Lançamento direto para o VOD. [-]

O diretor Eric England marcou o início de sua carreira com uma série de filmes de horror de qualidade questionável, como ‘Contágio Letal’ e ‘Roadside’. Em 2017, porém, ele deu uma guinada em sua carreira e surpreendeu com a estranha comédia ‘Get the Girl’. Agora, parte para o drama com ‘Sedução Perigosa’. Protagonizado por Sophie Turner (a Sansa de ‘Game of Thrones’), o longa-metragem mostra uma estranha relação entre um homem solitário com uma estudante do Ensino Médio. Ainda que tenha toques de horror e suspense, o filme se debruça em temas como solidão e descoberta, navegando em áreas arriscadas. Não é à toa que se tornou um filme “ame ou odeie”. Pessoas que esperam um drama convencional se decepciona com os tons sombrios adotados por England, enquanto outros se surpreendem positivamente pela ousadia do diretor. É preciso estar aberto para surpresas na trama e experimentações. Mas, de qualquer forma, é um importante passo para Turner, que busca amadurecer na carreira após ‘X-Men: Fênix Negra’ e ‘Game of Thrones’. Lançamento direto para filmes online. [-]

Mistura de comédia com horror, ‘Corporate Animals’ é daqueles filmes que querem mostrar o cotidiano do mundo corporativo. Afinal, de um lado, há as bizarrices daqueles tipos clássicos encontrados em um escritório -- tão bem explorados na série ‘The Office’, por exemplo. É aí que surge o humor. Por outro lado, há todo aquele ambiente opressor e muitas vezes difíceis de lidar. E é daí que vem o horror deste longa-metragem de Patrick Brice (da franquia ‘Creep’). Com um elenco de estrelas, com nomes como Demi Moore (‘Até o Limite da Honra’), Ed Helms (‘Se Beber, Não Case’) e Jessica Williams (‘Fora de Série’), o filme faz um mergulho num universo fantasioso em que a chefe de uma empresa leva todos de sua equipe para uma espécie de caverna mal-assombrada. No entanto, no fundo desse roteiro de Sam Bain (da série ‘Babylon’), há algumas discussões interessantes sobre mercado de trabalho e, é claro uma série de piadas estranhamente interpretadas pelo diretor, especialista em filmes de terror. É uma produção estranha, por vezes sem saber em qual gênero mirar, mas que deve agradar aqueles que buscam experimentações no cinema. Outra estreia é chega primeiro ao streaming. [-]

Esta é a sequência direta de 'Liga da Justiça Sombria' e a décima quinta e última parte do aclamado Universo Animado da DC baseado nas HQs conhecidas como Os Novos 52 (cuja continuidade começa com os filmes 'Liga da Justiça: Ponto de Ignição' e 'Liga da Justiça: Guerra'). 'Liga da Justiça Sombria: Guerra de Apokolips' tem tudo o que tornou esta série de filmes tão aclamada entre os fãs da DC, afinal traz, além de uma animação de qualidade, é inspirada dos personagens do 'Quarto Mundo' criados pelo genial Jack Kirby. Já o roteiro em si é levemente baseado da na saga 'Guerra de Apokolips', mas com diversas modificações. O longa reúne dezenas de heróis, anti-heróis e vilões na tela, incluindo a própria Liga da Justiça e a Liga da Justiça Sombria, além dos Titãs e do Esquadrão Suicida. Uma despedida digna de uma das franquias de animação mais populares nos últimos anos. Lançamento direto para o chamado "home entertainment". [-]

O que aconteceria se o Superman fosse comunista? Partindo dessa ideia inusitada, o quadrinista Mark Millar escreveu uma das mais interessantes e badaladas HQs do Homem de Aço, chamada ‘Superman: Entre a Foice e o Martelo’ (‘Superman: Red Son’ no original). Esta é a adaptação do quadrinho para a animação, seguindo a já elogiada série de longas animados da DC. O filme consegue transpor de forma satisfatória diversos elementos do gibi, que tenta nos tirar do lugar comum de retratar a Guerra Fria em preto e branco - há, como se sabe, diversos tons de cinza no meio. Ainda que nos traga diversas reflexões, o longa escorrega em seu trecho final quando tenta divergir mais do material original e segue um caminho de simplificação. É, ainda assim, um interessante entretenimento - e um ótimo convite para você ler, depois, a HQ. Assim como 'Guerra de Apokolips', a animação chega direto para quem quer assistir em casa. [-]

Lembrando o elogiado filme ‘Ferrugem’, de Aly Muritiba, o longa-metragem ‘Luna’ é um elogiado longa-metragem nacional que também se debruça sobre temas fortes como solidão, depressão e exposição na internet. Aqui, no caso, o diretor Cris Azzi (do celebrado ‘O Dia do Galo’) conta a história de Luna, uma adolescente solitária que acaba se identificando com a solidão de uma outra menina de sua escola. No entanto, a relação acaba se tornando explosiva -- e um tanto quanto imprevisível -- quando a protagonista tem sua intimidade exposta na internet. Sensível, o longa-metragem não é um filme para todos. Afinal, a temática é delicada e muitas pessoas podem se sentir diretamente afetadas pelo que é contado ali. No entanto, fora disso, Azzi faz um verdadeiro drama-denúncia para mostrar os caminhos que a juventude pode seguir em situações extremas e amplificadas pela internet. ‘Luna’, aliás, foi celebrado e indicado à Melhor Filme no Festival do Rio. [-]

Embora possa ser mais facilmente categorizado como drama, a estreia na direção da diretora chinesa Lisa Zi Xiang é um filme carregado, em doses perfeitas, de sátira sobre dualidades: tradição versus progresso, leste versus oeste. Todas encontradas no núcleo de uma família chinesa. "Um Cão Latindo para a Lua" é um retrato ousado da sociedade contemporânea na China, em que há constantes tensões por seu nacionalismo e tradicionalismo profundamente enraizados. O filme recebeu o Teddy, o prêmio de melhor filme no prestigiado Festival do Cinema de Berlim dentro da seleção com LGBT temático. No Brasil, estreia exclusiva para filmes online. [-]

Cães falantes (ou aqueles que “pensam em voz alta”) se tornaram um recurso eficaz em filmes de família. Produções como ‘Um Cão de Outro Mundo’ ou ‘Vira-Lata’ caíram nas graças do público e, apesar da estranheza, se tornaram queridos. ‘Pense como um Cão’ adota o mesmo recurso, mas por meio de uma comédia de aventura de ficção científica que lembra os filmes antigos da Disney desse estilo, como ‘Flubber’. É um longa-metragem pensado totalmente para crianças e fãs de cães, com um enredo tão simples quanto suas piadas. E o elenco chama a atenção: Gabriel Bateman ('Playmobil: O Filme'), Josh Duhamel ('Um Porto Seguro'), Megan Fox ('Transformers ') e Kunal Nayyar ('The Big Bang Theory'). [-]

A banda Blitz, comandada pelo também ator Evandro Mesquita, foi sucesso absoluto no Brasil dos anos 1980. Com sucessos como ‘Você Não Soube me Amar’ e ‘Biquíni de Bolinha Amarelinha tão Pequenininho’, o grupo arrebatou muitos jovens como fãs e fez uma música muito característica, brincando com histórias e narrativas. Agora, em ‘Blitz: O Filme’, o cineasta Paulo Fontenelle (do filme ‘Intruso’) conta essa história no documentário ‘Blitz: O Filme’. Desde seu surgimento no Rio de Janeiro e passando pelo sucesso mundial, o longa-metragem revisita momentos importantes da banda e, acima de tudo, ajuda a criar um panorama interessante sobre o cenário musical brasileiro ali pelos idos dos anos 1980. Dessa forma, mais do que um produto voltado para fãs da banda, ‘Blitz: O Filme’ vai fazer sentido para todos aqueles que viveram ou gostariam de ter vivido nesse período do País. Selecionado para o Festival do Rio de 2019, o documentário foi afetado pela pandemia do coronavírus e, agora, chega a um público mais amplo pelo VOD. [-]

Existem várias produções que já falam sobre a investigação e o julgamento envolvendo o esportista O. J. Simpson. A mais célebre foi a série ‘American Crime Story’, comandada por Ryan Murphy, e que mergulhou nos supostos crimes cometidos pelo norte-americano -- isso sem falar do espetáculo ao redor do julgamento e da famosa cena da perseguição. No entanto, agora, o filme ‘O Assassinato de Nicole Simpson’ dá uma virada na história e faz o que deveria ter sido feito há muito tempo: dá voz à mulher assassinada. Ainda que a direção de Daniel Farrands (‘Os Assassinatos de Amityville’) seja altamente problemática, com falta de ritmo em alguns momentos, é interessante mudar o ângulo sobre essa história e entender um pouco mais sobre o que cerca essa figura. Interessante para quem gosta de histórias criminais e, principalmente, gosta de alimentar algumas teorias da conspiração -- como também foi o caso de ‘A Maldição de Sharon Tate’, outro filme do mesmo diretor. Exclusivo do streaming. [-]

Michael Bernard Beckwith é fundador do Centro Espiritual Internacional Ágape na Califórnia, uma comunidade transdenominacional que conta com mais de 9 mil indivíduos que estudam e praticam o chamado Novo Pensamento. Neste documentário, da série ‘Heal Lessons’, Beckwith fala um pouco mais sobre sua experiência de libertação com o Novo Pensamento, mostrando como o equilíbrio mental e físico pode ser definitivo em um processo de cura. Mas vale lembrar: não deixe de lado os tratamentos tradicionais. Consulte um médico. [-]