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Os 30 melhores filmes de 2021, segundo o Filmelier
Assim como 2020, o ano de 2021 não foi fácil. Porém, a indústria do cinema tentou se adaptar aos tempos pandêmicos, assim como o público. Os grandes filmes voltaram a ser lançados nos cinemas, enquanto outros chegaram às nossas casas direto pelas plataformas de streaming. Mesmo com todos esses percalços, não dá para dizer que foram 12 meses perdidos: 2021 reservou grandes filmes para assistirmos, sendo que alguns certamente ficarão por muito tempo em nossa memória. Aqui, a equipe da redação do Filmelier reúne os 30 melhores longas-metragens do ano, de acordo com a nossa opinião - todos já lançados no video on demand ou em cartaz nos cinemas. Confira a nossa seleção e, depois, prepare a pipoca para maratonar essa verdadeira retrospectiva cinematográfica! Conheça nossa página de Melhores Filmes Online
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Assim como 2020, o ano de 2021 não foi fácil. Porém, a indústria do cinema tentou se adaptar aos tempos pandêmicos, assim como o público. Os grandes filmes voltaram a ser lançados nos cinemas, enquanto outros chegaram às nossas casas direto pelas plataformas de streaming. Mesmo com todos esses percalços, não dá para dizer que foram 12 meses perdidos: 2021 reservou grandes filmes para assistirmos, sendo que alguns certamente ficarão por muito tempo em nossa memória. Aqui, a equipe da redação do Filmelier reúne os 30 melhores longas-metragens do ano, de acordo com a nossa opinião - todos já lançados no video on demand ou em cartaz nos cinemas. Confira a nossa seleção e, depois, prepare a pipoca para maratonar essa verdadeira retrospectiva cinematográfica! Conheça nossa página de Melhores Filmes Online
2021 não foi um ano fácil e talvez por isso os filmes mais delicados - e reflexivos - tenham marcado mais. Um deles é ‘tick, tick...BOOM!’, estreia do compositor e roteirista Lin-Manuel Miranda na direção, que conta a história de uma estrela em ascensão que se apagou cedo demais. Jonathan Larsson, criador de ‘Rent’, demorou 30 anos para escrever a peça que marcou sua vida e o fez ser notado, uma pena que não conseguiu aproveitar bem o sucesso. ‘tick, tick...BOOM!’ é estrelado por Andrew Garfield, que faz um trabalho brilhante e deve ver um dos favoritos para o Oscar 2022. - Raíssa Basílio.
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Não há dúvidas de que ‘Druk: Mais uma Rodada’, amplamente reconhecido na temporada de premiações de 2021, cause certo estranhamento num primeiro contato. Afinal, a trama acompanha um grupo de professores, todos eles amigos há anos, que decide beber doses de álcool antes das aulas. É como um experimento, para entender se aquilo vai aumentar a performance, a alegria e o rendimento. Obviamente, muita coisa dá errado e até temos alguns escapismos para o humor. Mas não adianta: na direção, temos Thomas Vinterberg. Repetindo sua parceria com Mads Mikkelsen após ‘A Caça’, o cineasta busca investigar os dilemas e os problemas do consumo de álcool sem limites -- uma questão real na Dinamarca, onde adolescentes bebem e são incentivados a beber desde muito cedo. Não cai em banalidades, tampouco em um drama sentimental qualquer. Há boas questões sobre vida, masculinidade, ego e escapismos fáceis, sempre com uma atmosfera interessante criada por Vinterberg. E já adianto: além do filme, a sequência final com Mikkelsen dança é uma das melhores cenas do cinema em 2021, cheia de vida e significados por meio de uma única dança. - Matheus Mans.
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Não há dúvidas de que ‘Druk: Mais uma Rodada’, amplamente reconhecido na temporada de premiações de 2021, cause certo es... [+]
Alejandro Jodorowsky e David Lynch tentaram, mas só Denis Villeneuve conseguiu cumprir a missão de adaptar uma das histórias de ficção científica mais difíceis da literatura. A obra de Frank Herbert - publicada em 1965 - inspirou ‘Star Wars’ e tantas outras produções, só conseguiu chegar ao cinema com toda sua grandiosidade em 2021. ‘Duna’, de Villeneuve, pode até ser um filme um pouco arrastado para alguns públicos, mas quem está acostumado com o tom do cineasta - depois de ‘A Chegada’ e ‘Blade Runner 2049’ - não vai ver problema nenhum no ritmo do longa. É uma produção longa, mas a trama conseguiu ser bem adaptada e é um dos melhores filmes de 2021. - Raíssa Basílio.
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Alejandro Jodorowsky e David Lynch tentaram, mas só Denis Villeneuve conseguiu cumprir a missão de adaptar uma das histó... [+]
Em cartaz nos cinemas - clique no título do filme para encontrar o link para a compra de ingressos. Spielberg é impecável em seu trabalho na nova versão de ‘Amor, Sublime Amor’: ao mesmo tempo em que ele é, dentro do possível, fiel ao material original - uma versão de ‘Romeu e Julieta’ que se passa no bairro de Upper West Side, de Nova York, com Capuletos e Montéquios substituídos por imigrantes porto-riquenhos e descendentes de imigrantes europeus em meados dos anos 1950 - o cineasta traz toda a sua linguagem cinematográfica, a sua forma única de, por meio de imagens, ressaltar emoções, expressões e acontecimentos. O diretor, porém, promove um twist interessante: adiciona uma camada maior (em relação a adaptação de 1961) de crítica social, ressaltando a gentrificação e deixando ainda mais claro que aqueles jovens não são inimigos entre si, mas sim vítimas de engrenagens sociais muito maiores que todos nós. Rachel Zegler está ótima como Maria, enquanto é extremamente belo e tocante ver Rita Moreno (da versão original) em cena. Porém, é Ariana DeBose, como Anita, quem realmente rouba a cena. - Renan Martins Frade
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Eu me tornei fã de musicais há pouco tempo e a princípio achei que fosse odiar ‘Annette’, para minha surpresa se tornou um dos meus filmes favoritos de 2021. O longa é um fruto da mente dos músicos Ron e Russell Mael, da banda de pop rock Sparks, com a direção de Leos Carax - do peculiar ‘Holy Motors’. Aparentemente, essa é a fórmula para um musical que foge de todos os clichês que Hollywood inseriu dentro do gênero. Um relacionamento tóxico é o fio condutor da história, estrelada por Marion Cotillard (‘Piaf’, ‘A Origem’) e Adam Driver (‘História de Um Casamento’), que é ainda mais abalado com a chegada de um bebê, a Annette. Um filme diferente, inesperado e, ainda assim, consegue despertar a curiosidade para mais narrativas que fujam de padrões. O longa traz inspirações no trabalho de cineastas como Jean-Luc Godard e em ‘Os Guarda-Chuvas do Amor’, de Jacques Demy. - Raíssa Basílio.
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Eu me tornei fã de musicais há pouco tempo e a princípio achei que fosse odiar ‘Annette’, para minha surpresa se tornou... [+]
Para a Sony Pictures Animation, um estúdio que nos brindou recentemente com as sequências da série ‘Hotel Transylvania’, a adaptação ‘Angry Birds’ e Emoji: O Fime’; além do aclamado ‘Homem-Aranha: No Aranhaverso’, ‘A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas’ foi um passo importante. A premissa da animação é tão ultrajante quanto parece: durante a última viagem com a família unida antes que a protagonista Katie vá para a faculdade, os desajeitados e disfuncionais Mitchells acabam se tornando a última esperança da humanidade contra uma Inteligência Artificial desonesta que planeja aprisionar até o último ser humano e lançá-los no espaço em nome da dominação mundial (é claro). Visualmente e em termos de enredo, o filme é uma explosão do início ao fim, incorporando a linguagem meme em suas imagens de forma inovadora, enquanto comenta sobre nossa dependência tecnológica e oferece uma história terna sobre o significado da família. Não se faz mais blockbusters tão originais, ricos e inteligentes como 'A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas', o que é uma pena: eu não me divertia tanto com um filme há anos. - Lalo Ortega.
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Para a Sony Pictures Animation, um estúdio que nos brindou recentemente com as sequências da série ‘Hotel Transylvania’,... [+]
Em meio a um catálogo de aventuras épicas, universos fantásticos e narrativas grandiosas, 'Luca' se afirma como um ponto fora da curva na filmografia da Pixar. Em vez de apresentar uma grande busca, o filme ousa com uma história que encontra a beleza em sua simplicidade. É um filme de verão, de amizade, pertencimento e amadurecimento, e é isso que torna 'Luca' tão único e especial. A aventura está no mundano e no crescer, e o filme entende como esse momento de transição é marcante para as crianças. O longa ainda serve uma belíssima metáfora sobre aceitação, empatia, coragem e companheirismo, com uma história que permite a praticamente qualquer um criar um laço de identificação. Uma surpresa grata que recorda como o estúdio tem capacidade para se reinventar, criar laços sinceros com o público e nunca deixar de nos surpreender. - Miguel Possebon.
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Em meio a um catálogo de aventuras épicas, universos fantásticos e narrativas grandiosas, 'Luca' se afirma como um ponto... [+]
Lançada diretamente no Amazon Prime Video no final de 2021,’ Apresentando os Ricardos’ (‘Being the Ricardos’, no original) traz o relato de uma semana conturbada nos bastidores da famosa série ‘I Love Lucy’ como uma forma de retratar dois nomes importantíssimos do audiovisual americano: Desi Arnaz e, principalmente, Lucille Ball. Protagonistas da série e fundadores da produtora Desilu, o casal mudou a trajetória da TV dos EUA. O filme, dirigido por Aaron Sorkin (‘Os 7 de Chicago’) tem os seus problemas e polêmicas, mas a reconstrução da Hollywood dos anos 1950 é impecável - assim como a atuação de Nicole Kidman no papel principal. Já é o suficiente para colocar o longa entre os melhores do ano, e para conquistar um espaço importante na temporada de premiações. - Renan Martins Frade.
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Lançada diretamente no Amazon Prime Video no final de 2021,’ Apresentando os Ricardos’ (‘Being the Ricardos’, no origina... [+]
A perfeição é o objetivo sempre evasivo da arte. Mas a arte deve ser perfeita? Por que deveria aspirar a ser, afinal? A perfeição pode ser alcançada enquanto a alma está em turbulência? Arte é doutrina e disciplina, ou é um caos em constante evolução? Essas são questões grandiosas e são a base de ‘O Discípulo’ do diretor indiano Chaitanya Tamhane, que foi lançado discretamente na Netflix em 2021 depois de fazer barulho no Festival de Cinema de Veneza de 2020 no qual levou dois prêmios). O filme segue Sharad (Aditya Modak), que se dedicou a cantar música clássica indiana, observando diligentemente as tradições e o treinamento de seu guru, mas, apesar de seus melhores esforços, ele não consegue se destacar entre seus colegas ou dominar seu ofício. Com o passar do tempo, entretanto, Sharad começa a questionar se a excelência que ele busca é alcançável, se ele tem talento para isso, ou se isso é importante. Este é um filme que incita questões sobre as nossas próprias paixões, com revelações tão subtis quanto poderosas e tão cruéis quanto libertadoras. - Lalo Ortega.
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Uma lista dos melhores filmes de 2021 não poderia deixar de fora o vencedor do Oscar de Melhor Filme da temporada, não é mesmo? Aqui, a diretora Chloé Zhao leva o seu olhar intimista para os nômades modernos, pessoas que perderam tudo e vivem pelos EUA em seus carros, caminhonetes e trailers - sempre em busca do próximo bico, do próximo lugar para estacionar suas quatro rodas. Basicamente utilizando não-atores, a história se equilibra entre revelar os males da atual sociedade enquanto procura alguma beleza naquela vida. Frances McDormand, uma das poucas atrizes profissionais em cena, entrega mais um trabalho memorável. Talvez, em uma época sem pandemia, ‘Nomadland’ não teria recebido a mesma atenção, nem os mesmos prêmios. A covid fez ver tantas coisas ignoradas e importantes, e talvez este filme seja uma delas. Para assistir com o coração e não apenas com os olhos. - Renan Martins Frade.
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Com três prêmios do festival de cinema de San Sebastian e um em Toronto, o primeiro longa-metragem do cineasta georgiano Dea Kulumbegashvili, 'Beginning', estreou discretamente em streaming durante as primeiras semanas de 2021, mas merece ser lembrado por quase um ano e milhares de filmes depois. E desde os primeiros segundos, influenciado pelo cinema de Andrei Tarkovsky, o diretor define o clima para o resto de sua duração: a câmera nos torna testemunhas de um ataque a uma comunidade de Testemunhas de Jeová, e tudo se torna uma espiral descendente cruel para a esposa de seu líder, Yana (interpretado por Ia Sukhitashvili). A frieza na tela representa a indiferença do próprio universo em relação ao sofrimento terreno de Yana, enquanto ela implora a seu marido para fugir de um ambiente perigosamente discriminatório, onde as autoridades não são apenas apáticas, mas abertamente hostis. ‘Beginning’ se desdobra como um tratado sobre todos os níveis de violência sexista que não apenas comenta a doutrina religiosa, mas, na época de sua implacável conclusão, também consegue colocá-la de cabeça para baixo. - Lalo Ortega.
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Filme desesperador sobre o genocídio bósnio pelas mãos da Sérvia. Tudo isso pelo olhar da forte personagem Aida (Jasna Djuricic), tradutora da ONU que faz de tudo para salvar seu marido e seus dois filhos das mãos do exército Sérvio. Revoltante e desolador, o longa-metragem da diretora Jasmila Zbanic ('Em Segredo') se aprofunda na dor dessas pessoas em um dos momentos mais tristes da humanidade depois da Segunda Guerra Mundial. Para isso, a cineasta se vale de um estilo parecido com 'O Filho de Saul', em que a câmera acompanha a jornada desesperadora da personagem num inferno humanitário e, também, pessoal. Um filme que, sem dúvidas, vai emocionar e revoltar muitos, enquanto outros vão querer saber o outro lado da história sérvia. Mas não dá pra negar: é um filme atual, necessário e urgente por sua mensagem. - Matheus Mans.
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Filme desesperador sobre o genocídio bósnio pelas mãos da Sérvia. Tudo isso pelo olhar da forte personagem Aida (Jasna D... [+]
Não confunda: este não é ‘Esquadrão Suicida’, o problemático filme de 2016, mas sim uma continuação, dirigida por James Gunn (de 'Guardiões da Galáxia'). Perdoem fãs do Homem-Aranha: este é definitivamente o melhor filme de super-heróis de 2021. Se não entrega a surpresa carregada de fansevice do longa do Escalador de Paredes, ‘O Esquadrão Suicida’ é um filme bem resolvido, divertido (apostando no humor ácido) e que consegue entregar um frescor em um subgênero cada vez mais saturado. O roteiro é cheio de idas e vindas, e tédio é certamente uma palavra que não combina com a história - afinal, o que não falta é ação. Na medida para quem curte a mistura entre super-heróis, sarcasmo e anarquia, ao estilo 'Deadpool'. - Renan Martins Frade.
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Não confunda: este não é ‘Esquadrão Suicida’, o problemático filme de 2016, mas sim uma continuação, dirigida por James... [+]
Fora de cartaz nos cinemas, em breve no VOD. Algo precisa ser feito contra a imaginação temática muitas vezes limitada do cinema mexicano, cujas produções mais aclamadas internacionalmente ainda contam histórias sobre a violência das drogas no país (na maioria das vezes, de forma exploratória). No entanto, se o tópico persistir, é algo devido à sua urgência comovente, e ‘A Noite do Fogo’, de Tatiana Huezo, enfoca sua narrativa através das lentes da infância feminina. O filme segue a jovem Ana (interpretada por Marya Membreño), a mãe (Mayra Batalla) e as amigas enquanto elas lidam com o crescimento em um ambiente onde os cartéis de drogas são uma ameaça constante e onde as mulheres são deixadas para se defenderem sozinhas no ausência dos homens, que há muito deixaram a fronteira norte do país. Em linha com seus dois filmes anteriores (ambos documentários premiados), Huezo escolhe a poesia silenciosa e evocativa em vez da violência aberta a que outros diretores menos qualificados recorrem. E, ao fazer isso, saímos de ‘A Noite do Fogo’ sem ter experimentado emoções baratas e, em vez disso, sentindo algo muito mais poderoso e mais próximo dessa dolorosa realidade. - Lalo Ortega.
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Fora de cartaz nos cinemas, em breve no VOD. Algo precisa ser feito contra a imaginação temática muitas vezes limitada d... [+]
Ok, ‘Soul’ foi lançado no finalzinho de 2020, mas podemos relaxar um pouco as regras para considerá-lo um dos melhores filmes de 2021, certo? Afinal, a animação da Pixar merece: com muito coração, o longa traz um enorme ensinamento sobre como encaramos a vida, o ordinário e a chama que nos motiva a seguir em frente. A estética complementa o roteiro de forma impecável, com uma bela construção do mundo real e um visual extremamente inspirado para o além-vida - resgatando conceitos da arquitetura modernista de outrora. Tudo isso embalado por uma trilha sonora impecável, que é dividida em duas grandes partes: uma com um jazz aconchegante, que nos abraça com suas notas, e outra com inspiração no new-age, com a música dialogando de forma surpreendente com o que vemos em cena. - Renan Martins Frade.
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Ok, ‘Soul’ foi lançado no finalzinho de 2020, mas podemos relaxar um pouco as regras para considerá-lo um dos melhores f... [+]
Talvez meu filme favorito de 2021 e surpreendentemente, jamais imaginaria isso. Nunca consegui acabar ‘A Grande Beleza’, mas sempre entendi a magnitude de Paolo Sorrentino. Em ‘A Mão de Deus’ ele entrega o tipo de filme que eu amo - um retrato íntimo de um autor que ama o cinema acima de tudo. Se ‘Amarcord’, de Fellini, tem um tom autobiográfico, a obra de Sorrentino segue a mesma linha. Uma história, particular e belíssima - até mesmo nos momentos mais tristes. Com um humor pontual, sem exageros. Se o cinema é uma distração da realidade, como já pontuou Fellini, que a nossa vida seja repleta de abstrações. O que Sorrentino faz aqui é arte. - Raíssa Basílio.
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Talvez meu filme favorito de 2021 e surpreendentemente, jamais imaginaria isso. Nunca consegui acabar ‘A Grande Beleza’,... [+]
Aqui temos um dos filmes mais introspectivos e pessoais do consagrado diretor Clint Eastwood. Ao contrário do que a sinopse e o trailer sugerem, o longa não é uma grande jornada heróic, mas sim uma busca intimista de um outrora herói abandonado pelo tempo, em busca do seu lugar. O roteiro é assinado por Nick Schenk, que já havia trabalhado com Clint em ‘A Mula’ e ‘Gran Torino’, e são visíveis as referências e semelhanças aos dois filmes, como a jornada pelo México ou a dinâmica de parceria com um garoto que se mete em problemas. Soa quase como uma revisitação a esses personagens, e alguns outros também: um paralelo relevante é com ‘Os Imperdoáveis’, de 1992, último faroeste do diretor até então, onde a figura do cowboy já aparecia desconstruída e colocada em cheque. A narrativa abdica rapidamente de um roteiro realista e perde pouco tempo em desenvolver a história de fundo para poder focar em seu personagem, em sua construção, sua dinâmica com o garoto e a relação com o mundo. A história é muito mais um melodrama do que um faroeste e funciona como metáfora e testamento para a carreira do diretor, simbolicamente colocando um final emblemático em sua trajetória. - Miguel Possebon.
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Aqui temos um dos filmes mais introspectivos e pessoais do consagrado diretor Clint Eastwood. Ao contrário do que a sino... [+]
Um dos premiados do Oscar 2021 - com o prêmio de Melhor Roteiro para Emerald Fennell, que fez sua estreia na direção de um longa-metragem. ‘Bela Vingança' é um saldo extremamente positivo da importância feminina no comando de filmes. A história é um retrato amargo de como uma sociedade machista afeta a vida de uma mulher. Não é uma produção que vai agradar muita, mas é necessário, especialmente por conta do final, que mostra como é triste a realidade. Sem dúvida, um dos filmes mais secos de 2021 e relevantes. - Raíssa Basílio.
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Um dos premiados do Oscar 2021 - com o prêmio de Melhor Roteiro para Emerald Fennell, que fez sua estreia na direção de... [+]
Em cartaz nos cinemas - clique no título do filme para encontrar o link para a compra de ingressos. Aly Muritiba é um diretor que ainda tem muito para mostrar. Em seu longa anterior, 'Ferrugem', Aly trata sobre dois jovens e cyberconexões; o que começa como um romance rapidamente se transforma em uma tragédia, o contexto soa 'americanizado' e falta cuidado e refinamento nos desenvolvimentos emocionais, faltam nuances acima de tudo. Em 'Deserto Particular' o diretor reverte esses elementos e demonstra grande amadurecimento: aqui a trajetória se inicia em uma 'tragédia', a conexão virtual é fio condutor principal e permeia a busca por um romance. A narrativa é muito mais sutil e cuidadosa, as temáticas sensíveis são tratadas com desconstrução, de forma respeitosa. Mais do que um romance, é um filme sobre busca e autoconhecimento, sobre duas pessoas em um momento de reflexão em suas vidas. É também é um filme LGBT+ com características particulares da cultura brasileira, que destaca uma conjuntura social única e faz um retrato fiel da nossa vivência. O filme escapa de clichês do gênero e oferece perspectiva e otimismo para o cinema 'Queer' brasileiro. - Miguel Possebon.
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Em cartaz nos cinemas - clique no título do filme para encontrar o link para a compra de ingressos. Aly Muritiba é um di... [+]
Bastante objetivo e extremamente relacionável, 'Shiva Baby' é o filme de estreia da diretora canadense Emma Seligman, que se inspirou nas próprias experiências para contar a história de uma jovem, judia e bissexual que - como a maioria de nós - tenta entender qual é o seu lugar no mundo. Ambientado em apenas um dia, a narrativa mostra diversas situações cômicas e angustiantes de Danielle, que vem à vida por meio da incrível performance da novata Rachel Sennott. A trilha sonora de suspense dá um toque especial, fazendo com que o espectador sinta a mesma ansiedade e tenha a mesma experiência claustrofóbica que a protagonista. - Laura Ferrazzano.
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Bastante objetivo e extremamente relacionável, 'Shiva Baby' é o filme de estreia da diretora canadense Emma Seligman, qu... [+]
Jane Campion compõe em 'Ataque dos Cães' um thriller dramático lento e assertivo, ponderado e guiado majoritariamente pelo subtexto da trama. Enquanto a narrativa nos apresenta a história de dois irmãos rancheiros de maneiras opostas, que têm sua convivência colocada em conflito por ciúmes e inveja da parte de um quando o outro se apaixona por uma jovem viúva e a leva para casa junto com seu filho; outra trama invisível se constrói embaixo de nossos olhos, tecida meticulosamente e revelada apenas quando tudo já aconteceu, nos dando apenas a breve oportunidade de processar o que de fato se apresentou diante de nossos olhos. O filme é uma aula de narrativa e a demonstração de um trabalho extremamente refinado, que confere a pequenos detalhes valor inestimável para a compreensão da história. Uma verdadeira joia cuidadosamente lapidada, fruto de um olhar que entende que as verdadeiras tensões são invisíveis à superfície. Um filme de faroeste que revigora e reafirma o gênero, mas também o reinventa como espaço para conflitos muito mais austeros do que um simples bang-bang. - Miguel Possebon.
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Jane Campion compõe em 'Ataque dos Cães' um thriller dramático lento e assertivo, ponderado e guiado majoritariamente pe... [+]
Não tem pra ninguém: ‘Os Caçadores de Trufas’ é o filme mais delicado do ano, ao acompanhar a jornada dos tradicionais "caçadores de trufas" na Itália. Dirigido por Michael Dweck e Gregory Kershaw, o longa-metragem não tem nada demais em um primeiro momento. A narrativa é convencional e os diretores optam por acompanhar esses personagens de maneira distante, apenas como observadores na cena. No entanto, há tanta verdade no que é mostrado no filme, que é impossível não se sentir numa viagem direto para os confins da Itália. As paisagens são belíssimas e invadem a tela. Os personagens são carismáticos. Parece um avô, um tio, alguma coisa do tipo. E a relação deles com a arte de caçar trufas nas florestas, além do relacionamento carinhoso com os cachorros, emociona. No final, é difícil perceber que o sorriso fica presente em quase todos os 90 minutos do documentário, que trafega entre os diferentes tipos de pessoas relacionadas na coleta, venda e degustação de trufas. Um filme-arte, que inspira, sossega, emociona e faz qualquer um ter vontade de estar numa floresta italiana procurando trufas no solo com seu cachorro. - Matheus Mans.
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Não tem pra ninguém: ‘Os Caçadores de Trufas’ é o filme mais delicado do ano, ao acompanhar a jornada dos tradicionais "... [+]
Para aqueles que se empolgam com musicais, cores vibrantes e raios de sol, 'Em um Bairro de Nova York' acerta em cheio. Dando ênfase para a vida de alguns indivíduos de uma comunidade latina, o novo projeto de Lin-Manuel Miranda ('Hamilton') conta com uma trilha musical exuberante. Embora o filme se alongue e a representatividade seja quase totalmente bem sucedida, a produção atinge seu objetivo final com maestria: mostra as dificuldades enfrentadas pelos imigrantes com muita sensibilidade. Lidando com o calor, com a gentrificação e com toda a precariedade da área urbana, os personagens conseguem não perder de vista seus sonhos individuais. Percebemos também o dedo do diretor Jon M. Chu ('Podres de Rico') nas cenas familiares - todas extremamente aconchegantes -, contemplando os sentimentos gerais que permeiam toda a narrativa: pertencimento, união e celebração cultural. - Laura Ferrazzano.
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Para aqueles que se empolgam com musicais, cores vibrantes e raios de sol, 'Em um Bairro de Nova York' acerta em cheio.... [+]
Em cartaz nos cinemas - clique no título do filme para encontrar o link para a compra de ingressos. Em 'Undine', o diretor alemão Christian Petzold ('Phoenix', 'Trânsito') constrói uma história de romance singular, tão única quanto o resto de sua própria filmografia. O diretor conduz sua narrativa mesclando um rigor formalista com elementos fantásticos, sendo um dos criadores da atualidade a compôr de forma mais interessante esse espaço do fantástico entrelaçado ao urbano e contemporâneo. O mito é cuidadosamente desenhado como subtexto à narrativa, e pouco a pouco invade e permeia o filme, até que o tome por completo. A atuação dos protagonistas Franz Rogowski e Paula Beer, que já haviam trabalhado juntos e com o diretor em 'Trânsito' é sublime, e contém uma química que enfeitiça e enche os olhos. A narrativa composta em 'Undine', em suas camadas remete muito ao Realismo Mágico latino americano, e talvez seja um dos filmes que mais consiga se aproximar do gênero fora do continente. É uma experiência imersiva e arrebatadora, sóbria e madura. - Miguel Possebon.
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Premiado no Festival de Veneza e exibido no Festival de Toronto, 'Pieces of a Woman' é, talvez, a maior pancada de 2021. Afinal, este longa-metragem estrelado por Vanessa Kirby ('The Crown') e com uma grande atuação de suporte de Ellen Burstyn ('Réquiem por um Sonho') acerta em cheio ao falar sobre uma mulher que perde seu bebê e precisa lidar com o luto inesperado. O casamento vai mal, a relação com a família se deteriora, ela não consegue sorrir. São diversas as variáveis colocadas com delicadeza na tela pelo diretor húngaro Kornél Mundruczó ('Deus Branco'), que tem sorte de contar com uma roteirista mulher (Kata Wéber) ao seu lado para a construção desse drama feminino e particular. Uma mistura de 'Manchester à Beira-Mar' com 'História de um Casamento', que deve fazer lágrimas rolarem sempre que os créditos chegam ao final. Pode ser um pouco exagerado em alguns momentos, sim, mas traz o retrato forte, e ao mesmo tempo delicado, de uma mulher enfrentando tudo sozinha. - Matheus Mans.
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Premiado no Festival de Veneza e exibido no Festival de Toronto, 'Pieces of a Woman' é, talvez, a maior pancada de 2021.... [+]
Ruby, uma garota de 17 anos, é a única pessoa que ouve na sua família. Filha de pais surdos, a garota precisa se dividir entre suas obrigações e seu amor pela música. Dirigido por Sian Heder ('Orange Is the New Black'), o filme, que é um remake do longa francês de 2014 'A Família Bélier', conta com um humor único e tons igualmente dramáticos que aquecem o coração de quem assiste. A trilha sonora - juntamente com a performance da protagonista Emilia Jones ('Locke & Key') e de Daniel Durant, que vive o irmão dela na trama - é o que eleva toda a experiência. Embora formulático, as refinações técnicas de 'No Ritmo do Coração', somadas com a simplicidade monótona da vida da família, certamente emocionam a audiência. - Laura Ferrazzano.
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Ruby, uma garota de 17 anos, é a única pessoa que ouve na sua família. Filha de pais surdos, a garota precisa se dividir... [+]
Em ‘O Mistério de Candyman’, de 1992, o diretor Bernard Rose levou para as telonas a história de Candyman, uma assombração assassina com um gancho na mão e abelhas que saem da boca. Eis que quase 30 anos depois, Nia DaCosta, Jordan Peele e Win Rosenfeld mostram como se faz um reboot. Em ‘A Lenda de Candyman’, DaCosta (‘Passando dos Limites’) atualiza a trama. De forma semelhante ao que foi feito em ‘O Homem Invisível’, Candyman deixa de ser apenas uma assombração para ser algo a mais -- sua existência passa a ter significado. Tem não só crítica social, como muita reflexão a partir de pequenas sacadas do roteiro assinado pelo trio. A origem do Candyman, a história dos doces e das abelhas, seu visual, o motivo de sua violência. Tudo é explicado em um roteiro enxuto, com apenas algumas derrapadas no didatismo e no excesso de explicação, mas que é relevante para o mundo no momento que o filme chega. Ao longo da história, dá para se arrepiar, se emocionar e, é claro, levar alguns sustos. Um filmaço, daqueles potentes e necessários, que mostram que reboots e remakes não são sempre ruins. É preciso apenas ter boas ideias e bons realizadores. - Matheus Mans.
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Em ‘O Mistério de Candyman’, de 1992, o diretor Bernard Rose levou para as telonas a história de Candyman, uma assombraç... [+]
Uma homenagem à cultura punk de Londres dos anos 1970, 'Cruella' é bem-sucedido em trazer um passado verossímil e adequado para a famosa vilã de '101 Dálmatas'. Dirigido por Craig Gillespie ('Eu, Tonya'), o humor sarcástico e o tom vampiresco da narrativa enfatizam as performances memoráveis de Emma Stone ('La La Land') e Emma Thompson ('Nanny McPhee'). Embora o filme tenha, provavelmente, um ato a mais do que deveria, é um acontecimento visual imperdível. Seja você amante ou não dos belíssimos designs de roupa, maquiagem e cabelo, 'Cruella' é grandioso em toda sua composição artística. - Laura Ferrazzano.
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Uma homenagem à cultura punk de Londres dos anos 1970, 'Cruella' é bem-sucedido em trazer um passado verossímil e adequa... [+]
Apenas pelo fato de que o diretor ucraniano Sergei Loznitsa recupera imagens encontradas do funeral de Joseph Stalin, em 1953, que não foram vistas por décadas, ‘State Funeral’ é um documento histórico inestimável. Como um filme, pode ser descrito de forma bastante direta: após a morte do líder soviético, inúmeros de seus seguidores compareceram à cerimônia para lamentar a morte do ditador durante vários dias, com propaganda nacional onipresente. Essa é a história, sem narração, sem entrevistas com testemunhas contemporâneas ou historiadores. E, no entanto, esse vislumbre do culto à personalidade de um dos mais infames líderes mundiais do século XX sugere muito mais entre cada quadro. Através de suas imagens infinitas de um espetáculo bombástico e ridículo, de legiões de cidadãos assistindo ao cadáver esverdeado de um futuro messias imortal; ‘State Funeral’ é o tipo de documentário que discretamente tece um espelho de advertência para as sociedades populistas de hoje. - Lalo Ortega.
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Apenas pelo fato de que o diretor ucraniano Sergei Loznitsa recupera imagens encontradas do funeral de Joseph Stalin, em... [+]
Malcolm chega em casa após a pré-estreia de seu primeiro filme. Enquanto bebe e dança ao som de James Brown, vemos sua esposa Marie fumando: objetivamente irritada com alguma coisa que aconteceu. Esse é um resumo singelo do longa de Sam Levinson, que discute e um vai e vem de desentendimentos amorosos entre o casal. A produção é pretensiosa na medida certa e o roteiro é incrementado pelas atuações incríveis de Zendaya ('Euphoria') e John David Washington ('Infiltrado na Klan'). Percebemos em 'Malcolm & Marie' a brutalidade comedida dos diálogos incompletos, em que não dizemos tudo o que há para ser dito. Junto disso, a escolha de filmar em preto e branco é um outro detalhe, que incrementa o abismo e os sentimentos dessas duas pessoas. Embora não seja a escolha mais óbvia para melhor filme do ano, por ter sido inteiramente produzido em meio a pandemia, a qualidade e magnitude da performance dos atores - com a habilidade de proferir grandes monólogos e plano-sequência - é notável. - Laura Ferrazzano.
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Malcolm chega em casa após a pré-estreia de seu primeiro filme. Enquanto bebe e dança ao som de James Brown, vemos sua e... [+]