Meu Vizinho Adolf é uma comédia dramática com uma trama inusitada. A história se passa na América do Sul, em 1960, em que um sobrevivente do Holocausto acredita ter como vizinho ninguém menos que Adolf Hitler. O enredo aborda de forma divertida e sensível a perspectiva desse personagem solitário e mal-humorado, que busca justiça para as atrocidades sofridas durante a Segunda Guerra Mundial. Selecionado para festivais como Locarno e Haifa, o filme conta com o ator Udo Kier, conhecido por sua atuação no aclamado 'Bacurau'. 'Meu Vizinho Adolf' é uma oportunidade de se divertir e refletir sobre temas importantes como história, justiça e tolerância.
‘Bacurau’ filme é, sem dúvida alguma, um dos mais únicos, peculiares e interessantes longas-metragens do cinema brasileiro nos últimos anos. Os diretores Kléber Mendonça Filho (‘Aquarius’) e Juliano Dornelles misturam o zeitgeist atual com a mais pura cultura do nordeste do Brasil e ainda adicionam pitadas (de sangue) do cinema de Quentin Tarantino e de Glauber Rocha. O resultado é justamente uma espécie de catarse do espírito de nossa época, com muita crítica social e política. Sem caminhos ou respostas fáceis, o longa-metragem expõe feridas abertas. Não é por menos que ‘Bacurau’ foi aplaudido de pé no Festival de Cannes, onde recebeu o Prêmio do Júri.
Dirigido por Kleber Mendonça Filho, O Agente Secreto é um thriller político que fala de memória, hereditariedade e Brasil. Com Wagner Moura no papel principal, o filme mergulha em uma perseguição gradual, cheia de tensão e simbolismo, atravessando paisagens marcadas pela violência e pelo esquecimento. O roteiro trabalha a densidade emocional de um pai em fuga, enquanto evoca o passado e os fantasmas de um país ferido. Uma obra que dialoga com Retratos Fantasmas e reafirma o cinema como território de resistência e lembrança. Direto de nossa cobertura no Festival de Cannes, confira crítica completa do filme O Agente Secreto.
Não há dúvidas de que narrativas sobre a Segunda Guerra Mundial estão saturadas nos cinemas, com cada vez mais tramas banais e repetitivas. Felizmente, porém, de vez em quando surge um filme como O Pássaro Pintado. Dirigido pelo checo Václav Marhoul (Tobruk), o longa-metragem emociona ao contar a história de um rapaz judeu em algum lugar da Europa Oriental buscando refúgio durante a Segunda Guerra Mundial. Com uma fotografia em preto e branco e atuações emocionantes, a produção consegue fazer um recorte preciso e potente sobre os perigos e os anseios de uma época nebulosa da História.
Não há dúvidas de que S. Craig Zahler é um dos realizadores mais brilhantes do cinema contemporâneo, com pérolas que tiram o espectador do lugar de conforto — Rastro de Maldade e Confronto no Pavilhão 99 são execuções excepcionais. Agora, em seu terceiro filme como diretor, Zahler volta a surpreender e a chocar com Justiça Brutal (ou Dragged Across Concrete, no excelente título original do longa). Aqui, acompanhamos uma dupla de policiais (Mel Gibson e Vince Vaughn, ambos excepcionais) que são afastados de seus trabalhos e acabam encontrando serviços apenas no submundo do crime. É um filme forte e provocativo, que a todo momento traz questões periclitantes. Afinal, Zahler é o cineasta do sujo, do estranho, do “underground”. Aqui, com certeza, não faria diferente. No entanto, fica o aviso: não é um filme que dá espaço para problematizar ou encontrar dilemas morais. É para embarcar nas ações dos personagens e entender, de alguma forma, as suas atitudes.




