Filmes

‘Blackpink: Light Up the Sky’ apresenta um outro lado da indústria musical sul-coreana

Ignore-o ou não, existe (já há alguns anos) um grande fenômeno da música e da cultura pop mundial, o chamado K-pop. Agora, a “onda coreana” ganha ainda mais força com a estreia do documentário ‘BLACKPINK: Light Up the Sky‘, que acaba de chegar à Netflix e aborda um dos maiores fenômenos atuais dentro dessa explosão cultural: o BLACKPINK. E esse é um ótimo gancho para mergulhar de cabeça do movimento, além de conhecer mais da vida e rotina do badalado grupo.

O conjunto sul-coreano é formado por quatro mulheres: Jisoo, Jennie, que são naturais da Coreia do Sul; Rosé, que nasceu na Nova Zelândia; e Lisa, que é tailandesa. No entanto, elas são apenas um ponto de atenção dentro de um macrocosmo maior. Afinal, a produção é perfeita não só para os fãs, mas também para quem não conhece a indústria musical coreana e quer entender o que está por trás de um fenômeno que movimenta milhões de pessoas no Brasil e no resto do mundo.

Assista ao trailer, leia a sinopse, o link para assistir online e muito mais de ‘BLACKPINK: Light Up the Sky‘ clicando aqui.

Para começar, o filme mostra que os próprios músicos não gostam da alcunha K-pop. Inclusive, o produtor, compositor e rapper Teddy Park, que trabalha com o BLACKPINK, faz um reflexão sobre o tema no novo documentário.
‘BLACKPINK: Light Up the Sky’ foi a primeira produção da Netflix sobre pop coreano (Foto: Reprodução/Netflix)

Publicidade

“Somos apenas coreanos produzindo música. Então isso significa que todas as músicas coreanas são K-pop? Eu nem entendo isso, é simplesmente pop coreano, a única diferença é a linguagem”, diz Park em certo ponto do longa. “Por que não fazem isso em todos países? Afinal de contas, o que é K-pop?”, completa. Park é um importante nome na Coreia do Sul e faz parte da YG Entertainment, empresa de entretenimento que atua como gravadora, agência de talentos, marca de roupas e cosméticos, empresa de gestão de eventos e produtora.

Um panorama sobre a indústria musical coreana

Para quem não conhece como funciona a indústria musical coreana, o documentário pode ser surpreendente, afinal as integrantes do BLACKPINK contam que foram treinadas para se tornarem artistas ainda na adolescência. Antes dos cantores se apresentarem ao público, eles passam anos se preparando para esse momento. É uma cultura é muito diferente do Brasil e dos Estados Unidos, por exemplo. No filme, Jisoo, Jennie, Rosé e Lisa contam que durante o período de trainee – que dura de 4 a 6 anos, dependendo do artista – na YG Entertainment elas ensaiavam mais de 14 horas por dia, tinham apenas uma folga a cada 15 dias e não podiam beber, fumar ou sequer fazer intervenções no corpo, como tatuagens, e que precisam estar sempre impecáveis.

“Percebi que não
tinha vida pessoal”

Ao longo do filme, elas descontroem essa imagem de perfeição e mostram seu lado mais humano, se aproximando do espectador. Há um bom desenvolvimento de como funciona o ramo musical na Coreia, de qual foi a trajetória do BLACKPINK, o quão duro as integrantes se esforçaram para fazer sucesso e também de como elas lidam com a fama. “No final, percebi que não tinha vida pessoal. Eu vivia para o show de amanhã”, conta Rosé, em um dos trechos do longa. Jennie também fala sobre o desgaste das turnês, que por mais que ela goste é uma rotina difícil. É raro vermos o outro lado da vida dos artistas, geralmente focamos no glamour.
‘BLACKPINK: Light Up the Sky’ chegou nesta semana à Netflix (Foto: Reprodução/Netflix)
Além disso, ‘BLACKPINK: Light Up the Sky’ fala de aceitação, que é algo para ser discutido em qualquer lugar do mundo. “Eu era rejeitada por meus parentes. Diziam que eu era feia”, compartilha Jisoo ao falar da infância. Diferente de outros grupos coreanos, o BLACKPINK une quatro culturas diferentes – coreana, tailandesa, neozelandesa e australiana -, já que tem duas estrangeiras. Lisa é tailandesa, como citado, e Rosé é neozelandesa, mas se mudou para Austrália ainda na infância. Além disso tem Jennie, que nasceu na Coreia do Sul e cresceu na Nova Zelândia. No filme, é bem nítido como essa heterogeneidade cultural moldou a personalidade das mulheres, tanto na forma como elas encaram a fama, quanto na visão de mundo.

Siga o Filmelier no FacebookTwitterInstagram e TikTok.

Raíssa Basílio

Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.

Notícias recentes

‘Bebê Rena’: Tudo sobre a sombria e polêmica série da Netflix

Desvende os segredos da série do momento, Bebê Rena, lançamento polêmico e sombrio da Netflix

20 horas atrás

Star Wars: Todos os filmes e séries confirmados para o futuro

Embora 'Star Wars' tenha concluído sua nova trilogia há algum tempo, a franquia possui um…

22 horas atrás

‘Colateral’: Tudo sobre o Original Adrenalina Pura com Van Damme

Fãs de ação, preparem-se! O novo filme de Jean-Claude Van Damme, Colateral, chega como um…

2 dias atrás

‘Star Wars’: 25 anos de ‘Episódio I: A Ameaça Fantasma’

Em 2024, 'Star Wars - Episódio I: A Ameaça Fantasma' completa 25 anos com um…

4 dias atrás

Crítica: ‘A Teia’ é suspense que agrada fãs do gênero, mas sem ousadias

Russell Crowe é um policial com Mal de Alzheimer em 'A Teia', suspense que diverte…

5 dias atrás

Crítica de ‘Depois da Morte’: um filme para instigar céticos e metafísicos

O documentário, em cartaz nos cinemas do Brasil, traz uma reflexão sobre a possibilidade da…

1 semana atrás