Mercado de streaming

Canais Globosat como GNT, GloboNews e Viva são integrados ao Globoplay

O conteúdo de canais como GloboNews, GNT, SporTV, Multishow e Viva passa, a partir desta terça-feira (1º), a fazer parte da plataforma de streaming por assinatura Globoplay. De acordo com a jornalista Cristina Padiglione, no blog Telepadi, os 21 canais da antiga Globosat serão integrados ao serviço.

Ainda de acordo com o blog, os assinantes do VOD terão acesso ao conteúdo linear em tempo real (como já acontece hoje com o sinal da Globo aberta) e também aos programas sob demanda, para assistir quanto e como quiser. O último é o modelo da Netflix, por exemplo.

Até hoje, os canais da Globosat só estavam disponíveis no streaming para quem já era assinante da televisão, por meio de apps próprios. Não era possível assinar à parte, com exceção do Premiere.
A Globo aberta e a programação dos canais Premiere já estava disponível dentro do Globoplay (Foto: reprodução)

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Esses canais farão parte de um novo plano dentro do Globoplay. Hoje, o serviço cobra R$ 22,90 na assinatura padrão, enquanto o futuro pacote com a Globosat sairá por R$ 49,90 (incluindo também tudo o que já está no valor regular, não será uma cobrança adicional). Na prática, ter os 21 canais a mais custará R$ 27 para quem já é assinante. No primeiro mês, a oferta estará disponível apenas para quem já é usuário do Globoplay. Novos assinantes poderão aderir ao modelo em outubro. Neste primeiro momento, a ideia é fazer os ajustes necessários para aguentar a demanda.

E a TV paga?

A iniciativa pode esvaziar os pacotes das operadoras de TV paga, já que os canais do Grupo Globo estão entre os mais assistidos na televisão por assinatura brasileira. São marcas como, Gloob, Off, Bis, Universal TV, Syfy, Canal Brasil, Megapix e Futura, além das já citadas GloboNews, SporTV, GNT, Multishow e Viva. “A TV paga tem um portfólio bem mais completo, são propostas complementares”, defendeu-se Paulo Marinho, diretor dos canais Globo, em entrevista ao Telepadi. Na prática, a iniciativa faz parte de um modelo cada vez mais comum entre os grandes grupos de mídia: utilizar o OTT (sigla para over-the-top, serviços de assinatura de conteúdo em vídeo pela internet) para cortar o intermediário e vender seus conteúdos diretamente ao consumidor. É o formato do Disney+, por exemplo. “Nós estamos mirando essa relação direta com nossos consumidores, combinando todos os ativos da Globo numa só oferta”, afirmou Marinho.
O Globoplay se transforma na principal venda direta ao consumidor dentro do Grupo Globo (Foto: divulgação / Globoplay)
Uma das atrações do “novo Globoplay”, se é que podemos chamar assim, é a possibilidade de poder “rebobinar” a programação ao vivo. Recurso presente dos set-top boxes das operadoras e conhecido por elas como DVR, nele será possível retornar ou rever até 4h de programação dos canais Globosat dentro do Globoplay, ou 1h30 no sinal da TV aberta. Tudo isso dentro da plataforma.

Interpretação da lei

A mudança no Globoplay é parte de uma movimentação ainda maior, que ocorre nos bastidores do mercado de conteúdo no Brasil. Até recentemente, a interpretação vigente da chamada Lei do Acesso Condicionado não permitiria a donos de conteúdo essa comercialização direta ao consumidor. Porém, avançou o entendimento que serviços de video on demand não podem ser enquadrados como TV por assinatura. Por isso, as próprias operadoras passaram a se interessar na venda de televisão por aplicativo – e a Claro já está desenvolvendo uma “streaming box”. Agora, é a vez da Globo se movimentar nesse sentido – e ganha força ao agregar marcas diferentes em um mercado que vai se pulverizando, que é o de VOD. Vale lembrar que, lá atrás, o grupo era dono da operadora NET, saindo da operação justamente após a aprovação da Lei do SeAC. Hoje, a empresa faz parte da Claro. Crédito da imagem de destaque: Flickr / schmilblick.
Renan Martins Frade

Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi por 11 anos editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix. Foi editor-chefe do Filmelier.

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Renan Martins Frade

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