Mercado de streaming

Claro vai lançar streaming box unindo canais lineares, Telecine Play e Netflix

Os preparativos para a Claro oferecer TV por assinatura via streaming estão se tornando cada vez mais realidade. De acordo com informações divulgadas pelo Tecnoblog, a empresa já está se estruturando para vender TV por assinatura via streaming, com canais ao vivo pela internet, sem precisar de cabos. Tudo por meio do Claro Streaming Box, via banda larga.

Em encartes obtidos também pelo Tecnoblog, a empresa está chamando esta nova tecnologia de “TV do futuro”. Afinal, nesta streaming box, o usuário poderá acessar a TV aberta, canais pagos de esporte e, ainda, conteúdos sob demanda do Telecine (ex-Telecine Play), HBO GO, Fox Premium, Paramount+, Looke, Philos, Premiere e Combate, assim como Netflix e conteúdo disponível no NOW.

Em guia para consumidor, Claro explica detalhes do Streaming Box (Crédito: Reprodução/Tecnoblog)
Além disso, como não precisa de cabos, o aparelho poderá ser instalado diretamente pelo cliente. Bastaria conectar na TV e em uma banda larga.

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Por fim, ainda não há detalhes de planos e preços, nem data de chegada ao mercado. No entanto, sabe-se que assinantes desse novo serviço de streaming da Claro receberão o aparelho da TV box gratuitamente, com limitação de um equipamento por contrato. Também não há fidelização para o produto, que deve ser devolvido em caso de cancelamento.

TV a cabo da Claro

Além disso, vale ressaltar que, em outro trecho do guia obtido pelo Tecnoblog, a Claro esclarece que continuará a oferecer TV por assinatura convencional, a cabo. Assim, quem estiver interessado em uma experiência “completa” de TV paga, com todos os canais e possibilidades, deve assinar um pacote tradicional da NET e fazer a instalação de cabo na residência.
No guia, a Claro dá mais detalhes sobre o uso dos serviços e a manutenção da assinatura convencional do Claro Net TV (Crédito: Reprodução/Tecnoblog)
Já o modelo de cobrança parece ser similar ao de uma assinatura tradicional de TV a cabo. Na cartilha, há menção à descontos para quem optar pela fatura digital com débito em conta corrente. Algo diferente do que é feito em plataformas como Netflix e Amazon Prime Video, que dão preferência para a cobrança diretamente pelo cartão de crédito.

‘Juridiquês’

A grande questão que trava o desenvolvimento das TV por assinatura no mercado de streaming é a lei do SeAC (Serviço de Acesso Condicionado) e regulações da Anatel. Dentre outras coisas, a legislação proíbe a propriedade cruzada. Assim, operadoras não podem produzir conteúdo. Além disso, as empresas de TV por assinatura são proibidas de venderem streaming. Ainda mais depois de um imbróglio jurídico envolvendo Claro e Fox. A empresa de TV por assinatura acusou o canal americano, em 2009, de vender conteúdo linear de seus 11 canais via o serviço de streaming Fox+. A Anatel considerou venda cruzada e proibiu o serviço de streaming. A Fox entrou com recurso, mas o streaming acabou saindo de vez de toda a América Latina, por decisão estratégia, após a Disney assumir a companhia.
O Now é um dos principais produtos da Claro, que poderia ser beneficiado com a existência da TV por streaming (Crédito: Reprodução)
No entanto, no começo de 2020, uma nova mudança: consultas técnicas e jurídicas realizadas pela Anatel emitiram um parecer de que não cabe à agência regular canais pela internet. Assim, a venda de conteúdo digital (o que inclui canais lineares) é livre de regulação e não cabe na lei do SeAC. Por isso que agora Claro e Oi começam a vislumbrar novas possibilidades no futuro. Afinal, se essa nova regulação entrar em vigor de fato pelas mãos da Anatel, as companhias poderão surfar numa maré baixa de impostos. TV por assinatura paga ICMS, Fust, Funttel e Condecine. Já streaming, só ISS.

Realidade da TV paga fora do Brasil

Esse movimento liderado por Claro e Oi, que desejam fazer transmissão de canais lineares via aplicativos, não é inédito. Nos Estados Unidos, a AT&T TV Now — que é o antigo DirecTV Now — é uma unificação dos conteúdos oferecidos pela operadora aos seus clientes. Tudo em uma só plataforma, transmitida via internet e sem a necessidade de cabeamento ou caixinhas. É o que o mercado chamada de OTT (over-the-top, “por fora da caixa” em tradução livre), já que deixa de lado o uso das tradicionais set-top boxes que caracterizam a TV paga tradicional. Assim como aconteceria caso a Claro pudesse usufruir diretamente da transmissão do NOW para canais lineares, o consumidor americano pode assistir TV linear e, ainda, comprar ou alugar filmes e séries diretamente pela plataforma. Assim, não é preciso mudar constantemente de serviço ou estar preso fisicamente a um ponto de televisão, por exemplo.
Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.

Escrito por
Matheus Mans

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