“É um olhar único sobre família”, diz Idris Elba sobre ‘Concrete Cowboy’

O faroeste é um gênero que acabou ficando muito marcado pela figura do homem branco, durão e com uma palha no boca, reverberando os visuais de Clint Eastwood e John Wayne. Mas, nesta semana, durante o Festival de Toronto, um filme trouxe uma perspectiva diferente sobre esses cowboys e, principalmente, como eles se comportam ainda hoje. É ‘Concrete Cowboy‘.

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Dirigido pelo estreante Ricky Staub, o longa-metragem conta a história de um rapaz (Caleb McLaughlin, de ‘Stranger Things’) que é expulso de casa pela mãe após causar problemas na escola. De uma hora para outra, acaba indo morar com o pai (Idris Elba). Durão, ele integra um grupo de cowboys modernos, no estado da Filadélfia, andando com seu cavalo ali, no asfalto.

Assim, a partir disso, Staub desenvolve a relação desse pai com seu filho em um mundo repleto de desafios, provocações e intimidações à boa índole. “Tenho um escritório no norte da Filadélfia. Certa vez, dei de cara com a figura de um cowboy negro montado em um cavalo. Foi uma imagem realmente impressionante de ver no meio da vizinhança”, conta o diretor do longa-metragem em coletiva de imprensa realizada na última semana. “Depois, conheci a cultura dos cowboys moderno e quis fazer esse filme”.

A cultura de ‘Concrete Cowboy’

O ponto alto do longa-metragem é o aprofundamento na cultura desses cowboys que persistem e resistem em alguns cantos dos Estados Unidos. Afinal, por meio da relação com a montaria e seus cavalos, esses homens e mulheres negros ajudam jovens do entorno a se afastar dos crimes e das drogas. São, de alguma forma, o reforço social que o Estado precisa. Em ‘Concrete Cowboy’, essa importância cultural é sentida na relação entre o pai interpretado por Elba e seu filho, problemático e próximo do universo das drogas. “[No cinema], você quer deixar as pessoas imersas na história”, disse Idris Elba durante a coletiva de imprensa. “E, para mim, ‘Concrete Cowboy’ consegue fazer isso. Afinal, é o olhar único sobre o que é família”.

Depois disso, um pouco emocionado, ele ainda completou a importância de trazer esse olhar sobre dinâmicas familiares a partir do seu ponto de vista. “No filme, vemos o filho virando homem, o homem virando um pai”, afirma o ator. “Eu e meu pai tivemos uma ótima relação, mas não conversamos tanto quanto eu queria. Então, enquanto eu lia o roteiro, fui às lágrimas. Às vezes, queria ter tido alguns delicados momentos com o meu pai. Não tive”.

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