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Crítica de 'Mergulho Noturno': terror de piscina infantil
No papel, 'Mergulho Noturno' ('Night Swim') apresenta ideias interessantes. Na execução, vai de ser um modesto a um filme de terror risível
Lalo Ortega | 10/01/2024 às 15:52 - Atualizado em: 10/01/2024 às 15:52
O encanto do terror como gênero narrativo reside em sua elasticidade, aparentemente infinita, a partir dos medos mais primitivos do ser humano. Baseando-se no temor à nossa própria fragilidade, o cinema de horror tem mostrado inúmeras maneiras terríveis de morrer, esticando cada vez mais os limites de suas possibilidades. A escuridão não é mais suficiente? Vamos adicionar possessões demoníacas. Algumas gotas de sangue não são o bastante? Vamos representar na tela a violência mais gráfica e brutal. A ameaça das profundezas já não assusta? Vamos colocar algo lá, como acontece em Mergulho Noturno (Night Swim), que chega aos cinemas brasileiros em 18 de janeiro.
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O filme, inspirado no curta-metragem homônimo de seu diretor, Bryce McGuire, segue a lógica de pegar um conceito existente e adicionar algo a mais. Se temos água – e, por extensão, o medo de morrer afogado na sufocante escuridão das profundezas – deve haver algo se escondendo nela, à espreita. Neste caso, é algo mais metafórico do que um tubarão na imensidão do oceano, um recurso já excessivamente explorado.
Porque, se há algo mais terrível na visão hollywoodiana do que o medo da morte, é que essa ameaça venha de casa (entendida como lar ou nação). Um temor que pode ser expresso tanto em escalas apocalípticas esquizofrênicas quanto na cotidianidade de um churrasco familiar à beira da piscina.
Assim, no papel, o conceito de Mergulho Noturno promete. Além disso, há o fato de ser uma produção conjunta das empresas Blumhouse (de Jason Blum) e Atomic Monster (de James Wan), dois dos nomes mais aclamados do terror comercial contemporâneo. Argumentos suficientes para gerar muita expectativa ao seu redor.
No entanto, falhas básicas na lógica narrativa e questionáveis decisões de direção a transformam em um começo medíocre para o gênero em 2024.
Traumas familiares
Mergulho Noturno começa com uma família de quatro pessoas que se muda para uma nova casa. O pai, Ray Waller (Wyatt Russell), é um famoso jogador de beisebol forçado a se aposentar precocemente devido a uma doença degenerativa, embora mantenha a esperança de retornar um dia às suas glórias antigas.
Sua esposa, Eve (Kerry Condon, com talento de sobra para este roteiro), o apoia incondicionalmente. No entanto, ela sugere que talvez seja hora de se estabelecer e criar raízes na vida doméstica em benefício de seus filhos, que tiveram uma vida instável, viajando de uma cidade para outra. Elliott (Gavin Warren), em particular, tem dificuldades em se destacar no esporte e fazer amigos.
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Assim, a família esperançosa decide comprar uma casa com a promessa de um novo começo para todos, ignorando que uma menina morreu afogada em circunstâncias misteriosas anos atrás. Logo, eventos estranhos começam a acontecer, como quedas de energia e presenças inexplicáveis ao redor da piscina durante a noite, ou a filha, Izzy (Amélie Hoeferle), sendo arrastada para o fundo por uma criatura estranha. Enquanto isso, Ray passa por uma recuperação quase milagrosa, e sua obsessão por retornar às grandes ligas aumenta.
O roteiro de McGuire sugere que a piscina e a entidade que nela se esconde são uma metáfora para a dinâmica familiar complicada, negligências e traumas compartilhados. Um filho ignorado em prol dos sonhos de um pai, uma filha que percebe a solidão de uma mãe diante do fardo financeiro e psicológico da família.
Mergulho Noturno até possui momentos brilhantes visualmente, expressando essas tensões por meio de imagens surrealistas (embora nem sempre originais, já que algumas cenas nos lembram imediatamente de Corra!). No entanto, são instâncias escassas, insuficientes para sustentar o restante do filme.
Mergulho Noturno: piscinas assombradas e nada mais
Como uma família afligida por dívidas hospitalares pode comprar uma casa é apenas o começo das falhas na lógica narrativa de Mergulho Noturno. O filme está repleto de arbitrariedades e deslizes, como o fato de a morte da menina ser ocultada até o terceiro ato com uma desculpa fraca, ou os personagens continuarem se aproximando da piscina, apesar de toda a evidência de que é uma ideia terrível.

O pior é a maneira como McGuire decide abordar o terror. A película está cheia dos sustos mais óbvios e comuns, baseados em aparições repentinas, panorâmicas de câmera ou personagens que viram no momento certo. E não melhora: em vez de aproveitar o potencial da metáfora que construiu, o diretor e roteirista opta por fornecer uma explicação literal para o que se esconde sob a água. Adeus ao mistério, um dos poucos argumentos do filme para manter a atenção.
Tudo isso, somado a instâncias de uma edição desajeitada que acaba acentuando o humor involuntário, traça um percurso trágico para Mergulho Noturno, que começa sua jornada prometendo profundidade, mas acaba chapinhando no ridículo. Um início decepcionante para McGuire e para a colaboração entre Blumhouse e Atomic Monster. Melhor passar longe desta piscina.
Mergulho Noturno estreia em 18 de janeiro nos cinemas do Brasil.

Lalo Ortega é um crítico mexicano de cinema. Já escreveu para publicações como EMPIRE em español, Cine PREMIERE, La Estatuilla e mais. Hoje, é editor-chefe do Filmelier.

Lalo Ortega é um crítico mexicano de cinema. Já escreveu para publicações como EMPIRE em español, Cine PREMIERE, La Estatuilla e mais. Hoje, é editor-chefe do Filmelier.
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