Disney+ frustra brasileiros com ausências no catálogo e ‘Hamilton’ sem legendas
Cena de 'Hamilton' do Disney+ (Foto: divulgação / Disney)
Para alguns brasileiros, o sonho da chegada do Disney+ se tornou uma frustração. É que parte do catálogo da gigante do entretenimento não está disponível na plataforma de streaming nesta terça (17), o dia de lançamento. Além disso, alguns conteúdos chegam com problemas nos áudios e legendas em português.
Filmagem do grande sucesso da Broadway e com o elenco original do musical, ‘Hamilton‘ é um exemplo: não tem qualquer opção para assistir na nossa língua – seja legenda ou dublagem. Há, apenas, a opção de closed caption (legenda oculta) em inglês.
Ao Filmelier, a Disney informou que “foi uma decisão criativa de não ter legendas e nem dublagem em nenhum idioma na América Latina”. Ou seja, não se trata de um erro, mas sim de uma decisão da empresa.
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A situação fez com que alguns novos usuários do serviço de streaming por assinatura fossem ao Twitter protestar. O filme estava inédito no Brasil.
O caso, no entanto, não se repete em outros longas que também estreiam no nosso país junto com o Disney+. O remake de ‘A Dama e o Vagabundo‘, além de ‘Artemis Fowl‘ e ‘Elefante‘, estão todos com legendas e dublagem na nossa língua.
Enquanto isso, alguns curtas clássicos da Disney estão com outros problemas na localização. ‘Como Nadar’, ‘A Arte de Pescar’ (estrelados pelo Pateta) e ‘A Fonte da Juventude de Donald’ possuem apenas áudio e legendas em português de Portugal. Já ‘Brigando por Comida’, com Pluto e Tico & Teco, tem dublagem em português brasileiro, mas nenhuma opção de legenda. O Filmelier também questionou a Disney sobre os outros problemas de localização no Brasil, mas não teve um retorno até o fechamento deste texto. A reportagem será atualizada assim que houver um posicionamento da empresa.
Ausências no catálogo do Disney+
Muitos também reclamaram das ausências no catálogo do Disney+. Filmes como ‘Clouds‘ e ‘Noelle‘, originais da plataforma, não atracaram no Brasil neste lançamento. Além disso, apenas as temporadas 29 e 30 de ‘Os Simpsons’ estão disponíveis – a Disney afirma que está “guardando” o conteúdo para o futuro lançamento do Star no Brasil. ‘As Visões da Raven’ é uma das ausências mais sentidas no Twitter, além da animação da Marvel do ‘Homem-Aranha’ lançada nos anos 1990, entre outras. No caso do clássico ‘Ducktales’, apenas a primeira temporada, das quatro produzidas, pode ser assistida. Já o recente remake do mesmo ‘Ducktales’ ficou de fora do lançamento. A tendência é que as temporadas e séries que faltam sejam adicionados nas próximas semanas e meses.
Entre os clássicos curtas de cinema da Disney com personagens como Mickey, Donald e Pateta, o catálogo do Disney+ traz uma pequena fração dos mais de 550 filmes produzidos até meados dos anos 1970. Nos EUA, apenas 67 curtas animados estão disponíveis no serviço, mas aqui no Brasil a situação é ainda pior. Um exemplo é ‘Pateta nas Olimpíadas’, desenho animado que foi exibido à exaustão na TV brasileira e que está no Disney+ dos EUA, mas não no Brasil. ‘Planeta do Tesouro‘, animação longa-metragem lançada nos cinemas em 2002, também não está presente na versão brasileira do serviço, ao menos por enquanto.
Por fim, alguns estão sendo surpreendidos por uma ausência que já se sabia previamente: a dos filmes do Homem-Aranha. Por terem os direitos de distribuição nas mãos da Sony, os longas do herói ficam de fora do Disney+ – inclusive os mais recentes, que fazem parte do Universo Cinematográfico Marvel. ‘O Incrível Hulk‘, que é distribuído pela Universal Pictures, também desfalca o Disney+. A questão é parecida com ‘X-Men: Evolution’, série animada que, no Brasil, é da Warner Bros. Television.
Uma versão anterior deste texto informava que ‘Os Simpsons’ está sendo guardado para o futuro lançamento do Hulu no Brasil. Na verdade, trata-se do lançamento da plataforma Star. A informação foi corrigida.
Renan Martins Frade
Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi por 11 anos editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix. Foi editor-chefe do Filmelier.