Em nova fase, Telecine e Globoplay passam a ter filmes exclusivos

O streaming está em guerra. Em todo o mundo, empresas começam a focar seus investimentos em plataformas digitais de filmes e séries, intensificando a briga pela atenção do espectador. Agora, o Telecine e o Globoplay começam sua jornada nesse campo minado. Ao invés de ter apenas catálogo, os serviços terão filmes exclusivos já a partir de setembro.

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Neste mês, o Telecine irá lançar o longa-metragem ‘Três Verões’, que era para ter chegado em março nos cinemas, mas acabou sendo adiado por conta da pandemia do novo coronavírus. Esta produção, dirigida por Sandra Kogut (‘Campo Grande’) e estrelada por Regina Casé (‘Que Horas Ela Volta?’), será apenas o primeiro passo do Telecine no novo momento.

Afinal, depois disso, a empresa também planeja lançar os longas ‘De Perto Ela Não É Normal’, protagonizado pela atriz Suzana Pires e dirigido por Cininha de Paula (‘Duas de Mim’), com Marcos Caruso no elenco. Depois chega ‘Não Vamos Pagar Nada’, dirigido pelo cineasta João Fonseca (‘Vai que Cola’), com a atriz Samantha Schmütz. Todos inéditos e exclusivos. “‘Três Verões’ inaugura uma fase inovadora do nosso hub de cinema”, afirma Sóvero Pereira, CCO do Telecine, em entrevista ao Filmelier, sobre os novos filmes exclusivos da plataforma. “O Première Telecine também reitera o nosso comprometimento com a indústria nacional, promovendo alguns títulos e oferecendo conteúdos que o público brasileiro curte”.

Filmes exclusivos no Globoplay

Enquanto isso, o Globoplay lançou na última semana seu primeiro filme de ficção em longa-metragem exclusivo, ‘Breve Miragem do Sol’. Também fez um lançamento de potência ao colocar no catálogo, também com exclusividade na plataforma, o documentário ‘Narciso em Férias’. Este último foi exibido no Festival de Veneza e fala da prisão de Caetano Veloso. Ao Filmelier, Ana Carolina Lima, diretora de conteúdo do Globoplay, confirmou que há mais planos de filmes exclusivos. Mas sem mais detalhes.

“Uma das prioridades do Globoplay é o investimento em conteúdos originais e exclusivos. Este primeiro longa-metragem de ficção é um aditivo importante no nosso portfólio”, diz. “Fazemos um mix com conteúdos dos mais variados gêneros e formatos para que o público, com o mais variado perfil, encontre no Globoplay uma oferta que atenda às suas preferências”.

Mercado de streaming

Essa movimentação do Globoplay e do Telecine não é à toa. Afinal, o setor vive um momento em que cada vez mais plataformas se acotovelam pela atenção do espectador. De acordo com o estudo “A Mídia & Eu”, da Kantar, 44% dos entrevistados possuem duas assinaturas de streaming. 18%, três. E somente 7% dos entrevistados disse que paga por quatro ou mais serviços. Nessa pesquisa, a Kantar Ibope Media ouviu 8 mil consumidores residentes em oito mercados (Argentina, Brasil, China, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos) no início de 2020, antes da pandemia. Ou seja: num universo em que já há nomes como Netflix, Amazon Prime Video, HBO Go e, em breve Disney+, há com o que se preocupar. É preciso se tornar importante o bastante para entrar na assinatura de, pelo menos, essa fatia de 18% dos entrevistados. Com muita sorte, na fatia de 44%. Por isso, conteúdo original acaba sendo um diferencial para formar o seu público.

Briga por atenção

No Globoplay, recentemente, também houve a movimentação de colocar conteúdo da TV paga como uma das opções de assinatura. Os 21 canais da antiga Globosat serão integrados ao serviço, como GloboNews, GNT, SporTV, Multishow e Viva. Assim, englobando diversos conteúdos, o serviço de streaming consegue se destacar frente aos concorrentes estrangeiros.

“As plataformas irão conviver, mas acreditamos que o conhecimento e a proximidade com o público brasileiro farão diferença na hora em que o consumidor tiver que escolher qual assinar”, diz Lima. “E, em um mercado como o nosso, em que o conteúdo local é extremamente relevante, o Globoplay tem a vantagem de contar com a força dos Estúdios Globo”. E será que, com filmes exclusivos, há embate com o cinema? “A experiência de assistir a um filme no cinema seguirá sendo única. Diante do cenário global que vivenciamos, o streaming soma força para esses lançamentos e, consequentemente, abre oportunidade de janela para alguns títulos.”, afirma Sóvero, do Telecine. “A palavra-chave é complementariedade”. Siga o Filmelier no Facebook, Twitter e Instagram.