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“Me vi nesse filme”, conta Cacau Protásio sobre ‘Barraco de Família’

Se tem uma atriz que interpreta mães como ninguém é Cacau Protásio. A carioca, que ganhou visibilidade com a novela Avenida Brasil, se tornou figurinha carimbada nas comédias brasileiras quando se trata de matriarcas poderosas, donas de si. É assim em A Sogra Perfeita, Amarração do Amor e, agora, em Barraco de Família, divertida comédia brasileira que chega aos cinemas nacionais já a partir desta quinta-feira, 11 — e, ainda em agosto, no Paramount+.

Dirigido por Maurício Eça (Hora de Brilhar), o longa-metragem acompanha Kellen (Lellê), funkeira famosa cancelada por causa de um vídeo polêmico vazado. Ao tentar voltar às suas origens, na Zona Leste de São Paulo, ela precisará da ajuda de sua mãe, Cleide (Protásio), para desenrolar sua carreira. Apesar das brigas e confusões, essa família está pronta para se unir e resolver a situação caótica. O elenco ainda inclui o cantor Péricles, que faz sua estreia nas telonas, a também cantora Sandra Sá, Nany People, Jeniffer Nascimento, Robson Nunes, Maurício de Barros e muito mais.

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“Eu gosto muito de trabalhar com gente, com pessoas, falando sobre o cotidiano e que as pessoas se identifiquem. Ao mesmo tempo, é um filme de ensinamento, de aprendizado. Nós estamos em um momento em que precisamos aprender a respeitar o próximo. Quando fui chamada para fazer Barraco de Família, percebi como o filme também fala muito sobre a minha família. Me vi nesse filme”, conta Cacau ao Filmelier, explicando a semelhança com Cleide. “A gente briga, cai no pau, mas ninguém mexe com você. E essa família tem isso. Ela abraça a filha, abraça o marido. Ela ama. Quando ela vê que a filha dela vacilou, ela sabe disso, puxa a orelha, mas ajuda quando a filha precisa. Dá amor”.
Sandra Sá e Cacau Protásio são parte do elenco de Barraco de Família (Crédito: Synapse)

Entre um cancelamento e um barraco de família

Além de ter toda a história dessa família que se ajuda (e também briga bastante), Barraco de Família acaba se tratando de um tema cada vez mais relevante: o cancelamento digital. Para quem não sabe, é quando um grupo de usuários nas redes sociais se unem, de maneira organizada ou não, para criticar uma única pessoa — geralmente, famosos em evidência por algum assunto. “É a coisa mais cafona da face da Terra”, resume Cacau. “A gente não pode errar. A palavra perdão não existe. O filme nos ajuda a mostrar e fazer com que as pessoas lembre que você pode errar, já que a palavra ‘perdão’ ainda existe. A comédia faz com que a gente consiga puxar a orelha da pessoa de forma fofa”. É um tema que, felizmente, está surgindo cada vez mais no assunto, principalmente nos cinemas. Curiosamente, também nesta quinta-feira, 11 de maio, chega um outro filme brasileiro que trata do linchamento virtual: O Homem Cordial, de Iberê Camargo. O longa-metragem, porém, não é uma comédia leve e familiar como Barraco de Família: é, na verdade, um drama pesado sobre um cantor de rock (Paulo Miklos) envolvido em uma trama de fake news sobre a suspeita de um assalto em um bairro nobre de São Paulo. No final, quem sofre é o mais fraco: o rapaz suspeito.
Lellê é a protagonista de Barraco de Família ao lado de Cacau (Crédito: Synapse)
Cacau conta que nunca foi cancelada, felizmente, mas que sempre tenta ser clara sobre suas opiniões e direitos. “Às vezes, a pessoa não interpreta bem a linguagem escrita. Uma pontuação ou palavra fora do lugar e pronto. Quando as pessoas não me entendem, faço um vídeo e me explico”, diz. “Parece que a gente não pode errar. Quando a gente é artista, não pode fazer nada. Não pode soltar pum, não pode ter febre, não pode estar de TPM. Poxa, eu sou humana! Erro igual você. Não preciso ser santa. As pessoas precisam entender isso. A gente não pode cortar cabelo, fazer unha, nada. Tenho direitos. Chega uma hora que a gente não pode ficar tão preocupada com redes, senão vivem por nós”.

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Lellê, que é de uma geração mais nova que Cacau, sente isso ainda mais na pele. “Minha geração precisa muito da validação do outro. E o filme fala sobre não ficar refém”, resume a atriz e cantora. Cacau completa. “Quando você aprende isso, se liberta. A internet é um lugar que existe pra ostentar. Quando a gente compra roupa, looks, etc. A gente ficou dois anos sem fazer isso. A gente viu que não precisamos de metade das coisas que a gente tem. Paramos tudo isso. Quando acabou a pandemia, voltamos a fazer tudo isso de novo. Acho que a gente tá tentando evoluir e aprender e lidar com a internet. A gente sabe o que acontece, como a internet é, mas é um aprendizado diário”.

Assista ao trailer de Barraco de Família:

Barraco de Família chega aos cinemas nesta quinta-feira, 11 de maio. Quer comprar ingressos? Então clique aqui.

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Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.

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