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‘O Começo da Vida 2: Lá Fora’ reflete sobre conexão humana com a natureza

Como as crianças podem se reconectar com a natureza? Quatro anos depois de lançar a questão no documentário ‘O Começo da Vida’, o assunto retorna com ‘O Começo da Vida 2: Lá Fora‘, que chega para assistir online na próxima quinta, 12 de novembro, na Netflix e em outras plataformas de streaming. O Filmelier conversou com a diretora da continuação, Renata Terra, para entender: o que mudou de 2016 pra cá – e qual é a importância de voltar ao assunto?

Tanto o primeiro (que já está disponível na Netflix) quanto o segundo longa mostram especialistas de diversas partes do mundo pontuando sobre a relevância disso para a vida do ser humano – não somente durante o crescimento, pois os adultos também precisam ter esse contato.

A produção propõe uma grande reflexão sobre como o nosso planeta poderia ser diferente se o interesse e cuidado com o meio-ambiente fosse explorado desde cedo. A diretora, Renata Terra, conta que espera que o documentário possa abrir um diálogo sobre o tema e que faça os espectadores pensarem no assunto.
‘O Começo da Vida 2: Lá Fora’ estreia na Netflix em 12 de novembro (Foto: Reprodução/Netflix)

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“A gente espera que o filme possa contribuir para abrir a conversa em relação a este tema. Em sua profundidade e extensão. Sabemos que estamos falando de hábitos culturais, modelo de desenvolvimento, coisas muita complexas, arraigadas, e que estão nos adoecendo aos poucos”, afirma a cineasta. “Nesse lado que apresenta o problema, espero que possamos trazer um alerta. Um chamado para a reflexão, baseado em pesquisas, em ciência. E, principalmente, de um outro lado, queremos trazer uma mensagem positiva de que ainda há tempo, como diz no filme a antropóloga e primatóloga Jane Goodall.”

“O Contato com a natureza
foi algo que nutriu
a minha própria infância”

Renata trabalhou com montadora e colaboradora de roteiro na versão em série de ‘O Começo da Vida’, e, agora, atua na direção da sequência em longa-metragem. Inclusive, é possível dizer que o tema é muito próximo à Renata: a diretora construiu uma relação com a natureza ainda na infância e mostrar isso na tela foi uma troca de experiências. “O contato com a natureza foi algo que nutriu a minha própria infância. Passava as férias escolares na fazenda onde meu avô trabalhava, e ao observar a relação que ele tinha com as plantas, com os animais, com o céu, com a água, fui formando minha própria sensibilidade e experiência de contato com o mundo. Além de minhas próprias experiências diretas e autônimas naquele universo, que até hoje trago comigo. Percebo que as crianças hoje têm menos oportunidades de ter esse contato e que não estamos olhando com a devida atenção para os prejuízos dessa desconexão”, analisa.
‘O Começo da Vida 2: Lá Fora’ discute sobre a importância da natureza no desenvolvimento das crianças e adolescentes (Foto: Reprodução/Netflix)
A familiaridade com o tema foi importante também para que Renata Terra pudesse se conectar com a produção: “A sensorialidade no contato com a natureza, que é algo que vem desde a infância, acredito que é algo que tenha conseguido trazer para o filme. E creio que um olhar mais sistêmico sobre os temas também é algo que tenha a ver com essa abundância de contato com a natureza que tive a oportunidade de ter durante minha vida”.

“As cidades são, ou
podem ser, lugares
maravilhosos”

‘O Começo da Vida 2: Lá Fora’ busca estimular a importância da natureza, mas não é contra a vida nas cidades. A diretora do filme expressou sua opinião sobre isso, especialmente se tratando de certos lugares onde a urbanização tomou conta. “No Brasil, mais de 80% da população já vive em cidades. As cidades são, ou podem ser, lugares maravilhosos. As oportunidades de conexões que o espaço urbano traz são infinitas e podem ser incrivelmente frutíferas. Porém, para vivermos essa potencialidade o espaço urbano tem que ser muito mais do que apenas esse espaço pelo qual nos locomovermos para ir para a escola ou para o trabalho”, conta. “Trazer de volta a natureza para as cidades, criando espaços públicos que possam nutrir essas relações, pode trazer imensos benefícios para a vida das crianças e de todos nós. Acredito que futuramente – e isto já está acontecendo em cidades como Jundiaí, Boa Vista, Recife, Fortaleza e outras – a marca de uma boa gestão pública será a de uma cidade que olha para o espaço urbano como um espaço de conexão não só entre seres humanos, mas também com os outros seres vivos”, completa Renata Terra.

Clique aqui para saber mais sobre o filme ‘O Começo da Vida 2: Lá Fora’.

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Raíssa Basílio

Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.

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