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“Queria fazer uma história de amor”, diz Regina King sobre ‘Uma Noite em Miami…’

One Night in Miami‘ (ou ‘Uma Noite em Miami…’, como acabou chamado no Brasil), é o típico “buddy movie”, um filme de amigos. Mas nada de ‘Se Beber Não Case‘ e outras coisas do tipo. Aqui, Regina King (vencedora do Oscar por sua atuação em ‘Se a Rua Beale Falasse‘) faz sua estreia na direção com quatro amigos históricos: Cassius Clay (que viria a se chamar Muhammad Ali), Malcolm X, Sam Cooke e Jim Brown. Lendas.

É um encontro imaginário, que nunca aconteceu, mas que povoou a imaginação de Kemp Powers, autor da peça que originou este longa-metragem selecionado para o Festival de Toronto 2020. King, disse ela em coletiva desta sexta-feira, 11, se interessou pela trama na hora que leu a peça. Era o filme que, há anos, estava em busca para estrear na direção.
O quarteto de amigos passa uma noite juntos, numa noite imaginária (Crédito: Divulgação/TIFF)

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“Não acreditava que o texto era apenas uma peça. Nunca tinha vi esse tipo de conversa no cinema. Afinal, são homens pretos falando sobre o que homens pretos experienciam”, disse King, em coletiva de imprensa. “Queria fazer uma história de amor com fundo de verdade. No final das contas, felizmente, os produtores do filme deixaram que eu contasse essa história”.

Sobre ‘Uma Noite em Miami…’

Promessa para a temporada de premiação em 2021, com burburinho já acontecendo sobre indicações para Melhor Direção, Melhor Filme, categorias de atuação e Melhor Canção Original, o longa-metragem vai direto ao ponto. Faz apenas um rápido e breve preâmbulo antes de colocar os quatro personagens históricos dentro de um quarto de hotel em Miami. Assim, a partir daí, o espectador é convidado a mergulhar. Conhecer mais sobre o pensamento e as convicções de cada um, compreender os desafios que os rondam, entender o momento histórico e como isso os abala. “A gente vê pouco dessa amizade entre homens pretos. É uma conversa que eu e meus amigos”, reforçou o roteirista Kemp Powers na mesma coletiva de imprensa do Festival de Toronto. “Afinal, é como todo mundo. São sonhos, queremos ter sucesso como homens pretos. E, quando finalmente vem esse sucesso, surge o asterisco: quanto posso me comprometer?”
Depois de ganhar o Oscar por sua atuação em ‘Se a Rua Beale Falasse’, Regina King partiu para a direção (Crédito: Divulgação/Annapurna Pictures)
Assim, a partir dessa pergunta o filme se desenrola. É ainda mais emocionante, e um tanto quanto melancólico, quando percebemos que duas daquelas figuras estariam mortas no ano seguinte. Malcolm X, um dos maiores líderes políticos da história, assassinado. Sam Cooke, enquanto isso, foi baleado em um hotel por uma mulher que alegou legítima defesa.

Futuro do filme

Tendo sua primeira exibição no Festival de Toronto, ainda há certa indefinição entre a crítica especializada sobre a força do filme para a temporada de premiações. Alguns veículos apontaram a simplificação da história dos quatro personagens. Já outros disseram que o filme sintetiza as angústias de um povo ainda hoje, em tempos de #BlackLivesMatter. Mas o fato é que a Amazon terá um caminho fácil no Oscar de 2021. Ao contrário do que ocorreu na premiação deste ano, quando a empresa ficou dividida entre ‘O Relatório’ e ‘Os Aeronautas’, este filme é aposta certa. É bem feito, King já tem um passado na Academia, há momentos potentes. Fica atento: sem dúvidas, vai ouvir falar muito de ‘One Night in Miami’. Por fim, vale dizer que ainda não há data de estreia do filme no Brasil. Mas a empresa estaria planejando um lançamento global no início de 2021. Atualizado: por aqui, o ‘Uma Noite em Miami…’ está disponível no Amazon Prime Video.

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Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.

Escrito por
Matheus Mans

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