"Eu acredito que um dos principais motores de Homo Argentum é que, neste momento, no cinema, na cultura e na arte, estamos vendo um excesso de correção política. E o nosso filme chega para colocar um pouco de pimenta, de vinagre, de acidez no momento atual. Tenho certeza que o público vai valorizar muito isso, porque é um filme diferente que te convida a refletir e a pensar sobre coisas cotidianas que acontecem tanto na Argentina, quanto no Brasil e no resto do mundo" — Mariano Cohn em entrevista ao Filmelier no Festival do Rio 2025.
Belén é um drama legal argentino dirigido e coprotagonizado pela atriz Dolores Fonzi (seu segundo longa-metragem como diretora após Blondi), inspirado no livro Somos Belén de Ana Correa, que narra o injusto caso de uma mulher julgada e encarcerada na região de Tucumán, acusada de homicídio por aquilo que na realidade foi um aborto espontâneo. O filme reconstrói o caso e também revela, por um lado, a sociedade conservadora que tornou possível essa injustiça; por outro lado, a fervente militância da sociedade como oposição progressista. É um drama legal muito bem dirigido por Fonzi, que permite se aproximar de um caso que mais tarde trouxe uma grande transformação para a legislação argentina. O único "porém" é que sua narrativa foca mais na perspectiva da advogada que levou o caso, Soledad Deza (interpretada por Fonzi no filme), do que na própria vítima. No entanto, é uma história que precisa ser conhecida.
Dirigido pelo argentino Santiago Mitre (A Cordilheira) e selecionado para o Festival de Cinema de Veneza em 2022, Argentina, 1985 é um filme que retrata um dos anos mais cruciais da história recente do país sul-americano, quando os chefes da ditadura militar foram levados a julgamento civil em um caso movido pelo promotor Júlio Strassera (o grande Ricardo Darín, de ‘Relatos Selvagens) e seu adjunto, Luis Moreno Ocampo (Peter Lanzanil), com a ajuda de uma equipe de jovens juristas. Com um bom roteiro e direção bastante segura, Argentina, 1985, adere às convenções dos dramas de tribunal comerciais. Mas isso não é necessariamente ruim: resulta em um filme emotivo e, acima de tudo, acessível a um público que talvez não tenha conhecido em primeira mão as atrocidades da ditadura. Assim, cumpre uma das funções mais vitais do cinema, que é fazer e preservar a memória para que tais crimes não voltem a acontecer. Como enunciado pelo povo argentino: “nunca mais”. Clique aqui para ler a crítica completa.
Um dos filmes mais celebrados do cinema argentino, Relatos Selvagens é daquelas pérolas inesquecíveis e que só comprovam todo o poder da produção latino-americana. Aqui, acompanhamos personagens em diferentes histórias com algumas coisas em comum: o ódio, a explosão, a violência, a falta de paciência. Seja no trânsito, em um casamento ou em um avião, vemos situações em que o ser humano é colocado no limite, com consequências imprevisíveis. E apesar da tragédia de algumas situações, Relatos Selvagens coloca o ser humano em condição de observador de sua própria existência, nos fazendo rir da pequenez da vida. Destaque absoluto para Ricardo Darín, que rouba a cena com a história de um homem revoltado com uma multa.
Um oficial de justiça (Ricardo Darín) tenta encontrar o estuprador e assassino de uma jovem. Sem sucesso. Depois de 25 anos, ele se aposentou, porém jamais conseguiu esquecer o crime. Prepare-se para um desfecho altamente revelador.




