‘Viúva Negra’ é um lançamento extremamente emblemático. O filme não só marca o retorno do Universo Marvel ao cinemas, depois de dois anos, mas chega com a responsabilidade de abrir a quarta fase do MCU. Além disso, é também a história solo mais aguardada de uma das personagens mais importantes e amadas da Marvel. O longa tem uma estreia deveras tardia, e que poderia ser muito mais impactante com um timing correto. Ainda assim, é um grande filme do estúdio, mais próximo de ‘Capitão América 2: O Soldado Invernal’ do que de outros títulos da franquia. Natasha Romanoff é uma espiã treinada nas mais diversas técnicas de combate, o que nos proporciona uma produção da Marvel que flerta com os filmes do James Bond (principalmente nos títulos mais recentes) ou, ainda, com ‘Missão Impossível’. As sequências de ação foram muito bem coreografadas como já era esperado, mas o que realmente rouba a cena são as performances, principalmente de Florence Pugh (‘Midsommar’) e David Harbour (’Stranger Things’). Os atores têm muita química entre si, conseguem transmitir o sentimento de família e pertencimento, o que são pontos fundamentais da personagem interpretada por Scarlett Johansson. ‘Viúva Negra’ deve agradar tanto os fãs da Marvel, se consolidando no gênero, quanto aos fãs de ação em geral.
Precisamos começar a lista pelo filme que indicou Florence Pugh ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante: ‘Adoráveis Mulheres’. Adaptado de um livro clássico de Louisa May Alcott, a obra se tornou leitura obrigatória nas escolas americanas -- e, com esta versão, ganha sua adaptação definitiva para os cinemas. Pugh interpreta uma das quatro irmãs da família March, que vive uma rotina bucólica enquanto esperam o retorno do pai da guerra. O resultado é um filme cheio de alma, romance, leveza e com ótimas atuações (principalmente de Saoirse Ronan, também indicada ao Oscar), em uma história que nos emociona a partir dos pequenos fatos do cotidiano. Vale destacar que a diretora Greta Gerwig (‘Lady Bird’) adotou um caminho não-linear para contar a história, o que difere do livro – e exige uma maior atenção do espectador para entender as diferentes passagens de tempo. Por isso, a forma como o conhecemos a história da família March e de suas jovens mulheres acontece de uma forma diferente em relação às versões anteriores.
Agora, vamos pular desse drama romântico de época para um dos filmes de terror mais originais dos últimos tempos -- mostrando toda a versatilidade de Pugh. Segundo longa-metragem de Ari Aster (diretor de 'Hereditário'), ‘Midsommar: O Mal Não Espera a Noite’ é o tipo de filme que pode ter dois dois efeitos radicalmente diferentes no espectador: um fascínio total por suas ideias ou uma rejeição completa delas. Assim como os clássicos dos anos 1970, ‘O Homem de Palha’, ‘Midsommar: O Mal Não Espera a Noite’ é inserido no subgênero do horror folk para nos confrontar com um mundo em que o terrível não é apenas sua violência visual (que é bastante considerável), mas nos desafios que propõe aos nossos conceitos de relacionamento, amor, vida e morte. Visualmente é espetacular, e o desempenho de Pugh a consolidou como uma estrela em ascensão.
Aqui, a estrela é Liam Neeson (‘Busca Implacável’). No entanto, Pugh aparece como uma boa coadjuvante neste thriller de ação do diretor espanhol Jaume Collet-Serra (de ‘Desconhecido’ e ‘A Órfã’). O cineasta une forças à Neeson (da franquia 'Busca Implacável') para contar a história de um ex-policial que segue a vida como vendedor de seguros, mas se vê envolvido em uma conspiração criminosa dentro de um trem repleto de passageiros. Pugh aparece pouco como uma das passageiras, apenas em momentos pontuais, mas tem seu brilho e novamente chama a atenção para toda sua versatilidade em cena.
E quem disse que Pugh também não faz comédias? Muito raramente uma abordagem honesta da vida familiar é mostrada como em 'Lutando pela Família', e fazer um filme biográfico de esportes é uma façanha difícil. O longa se beneficia do carisma de Pugh e da mistura lúdica de sentimentalismo, humor irônico e fofura genuína de Stephen Merchant. Esta família definitivamente vai roubar seu coração e fazer você rir no processo.