Filme de terror independente, ‘O Chalé’ fez barulho quando chegou ao circuito norte-americano de cinemas. Afinal, os diretores Severin Fiala e Veronika Franz estavam em alta após o elogiado ‘Boa Noite, Mamãe’ e, assim, esperava-se uma outra produção perturbadora. E isso realmente pode ser encontrado aqui, ainda que em menor dose. Contando a história de dois irmãos que são obrigados a conviver com a madrasta em um chalé isolado da humanidade, o longa-metragem fala sobre luto e o desafio de encarar o novo. Ainda que a conclusão pese demais nas tintas macabras, com uma sequência de acontecimentos um tanto quanto exageradas, vale a pena acompanhar o ritmo do filme e se entregar ao que é proposto -- principalmente nas reviravoltas e no clima de mistério no começo do terceiro ato. Não é um filme que vai agradar todos. Há exageros, há violência. Mas quem gosta de filmes perturbadores vai encontrar um novo filme para chamar de seu.
Baseado no best-seller ‘Caixa de Pássaros’, ‘Bird Box’ é uma mistura de terror e thriller que nos lembra produções como ‘Um Lugar Silencioso’ e ‘The Walking Dead’, por exemplo. Tudo começa quando as pessoas começam a cometer suicídios por motivos misteriosos, e a única forma de permanecer vivo é não olhar para além da janela. Dessa forma, a diretora Susanne Bier (de ‘Brothers’) constrói uma história que prende a atenção do espectador, muito com a ajuda das interpretações de um elenco afiado, formado por Sandra Bullock, John Malkovich e Trevante Rhodes (de ‘Moonlight’).
Se você gostou dos filmes da franquia ‘A Morte Te Dá Parabéns’, o longa-metragem ‘Freaky: No Corpo de um Assassino’ com certeza é uma boa pedida. Ainda que o diretor Christopher Landon não repita sua performance do primeiro ‘A Morte Te Dá Parabéns’, há aqui uma boa mistura de comédia e terror ao acompanharmos a jornada dessa garota (Kathryn Newton) que tem sua consciência trocada com a de um serial killer (Vince Vaughn). O suspense e o terror não são tão afiados, vale dizer -- apesar da presença constante de sangue e violência. O destaque fica mesmo com essa trama de troca de consciência, ao melhor estilo ‘Sexta-Feira Muito Louca’, em que Vince Vaughn deve fazer qualquer um gargalhar com seus tipos e maneirismos de uma garota adolescentes.
Esta ficção-científica distópica espanhola é uma grande parábola da nossa sociedade, talvez um pouco simplista e direta, mas muito direta em suas ideias e na violência. Em uma linha semelhante ao 'O Expresso do Amanhã' de Bong Joon-ho (diretor de 'Parasita'), 'O Poço' faz da premissa e do design de sua produção uma metáfora visual para a organização das classes sociais, da sociedade e da desigualdade econômica. O diretor estreante Galder Gaztelu-Urrutia - junto com seus roteiristas David Desola (escritor de 'Almacenados') e Pedro Rivero (diretor de 'Psiconautas, As Crianças Esquecidas') - exploram os ressentimentos gerados por essas diferenças sociais. O filme foi premiado no Festival Internacional de Cinema de Toronto, nos Prêmios Goya Awards e foi eleito o melhor filme no Festival de Sitges.
Esse filme mistura ‘O Segredo da Cabana’ com ‘Midsommar’ e a geração que cresceu com a franquia ‘Evil Dead’, de Sam Raimi - ele é até citado na produção. Não é o tipo de história que vá agradar muita gente. Se você for com poucas expectativas, talvez se surpreenda, do contrário talvez só encontre falhas. No entanto, a grande semelhança com a história de Raimi é que a ideia aqui é não se levar a sério e apenas se render ao entretenimento - digamos de passagem, barato - de ‘Um Clássico Filme de Terror’. De fato, os itens para se fazer uma produção de terror estão ali, até porque o gênero atualmente não anda lá tão interessante e por conta disso, esse filme consegue se destacar por entregar algo diferente - apesar das referências já conhecidas.