Entenda o impacto do final de ‘Loki’ no futuro do Universo Cinematográfico Marvel
Último episódio da série do Deus da Trapaça traz desdobramentos para os próximos filmes do estúdio, além de facilitar a integração com os filmes dos X-Men
Acabou. Depois de seis episódios, o Disney+ encerrou ontem (14) a primeira temporada da série ‘Loki’, estrelada pelo Deus da Trapaça. O capítulo derradeiro, no entanto, é muito maior que aquela história: traz desdobramentos para todo o futuro do Universo Cinematográfico Marvel, que devem ser sentidos nos próximos filmes do estúdio – e abrem caminho para muita coisa, inclusive uma real integração com os filmes dos X-Men produzidos pela 20th Century Fox.
Para ajudar quem assistiu ao seriado e ficou sem entender os ganchos do final (inclusive a identidade do vilão principal), ou para quem não acompanhou a produção porém quer estar atualizado para os próximos longas da Marvel Studios, o Filmelier traz aqui uma explicação completa dos reflexos do último episódio de ‘Loki’.
Não é precisaria nem comentar, mas vale ressaltar: spoilers (revelações do enredo) a partir daqui.
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Explicando o final de ‘Loki’
O último episódio de ‘Loki’ destoa bastante do resto da série, já que é um capítulo decidido basicamente no diálogo entre os dois Lokis e Aquele Que Permanece (Jonathan Majors), o homem responsável por criar a AVT. Ele explica que, há muito tempo, descobriu que existiam diversas variantes do universo. Cada uma com pequenas mudanças em pontos da história que, juntas, levam a linhas do tempo muitas vezes completamente diferentes. A questão é que outras versões dele, de outras linhas temporais, descobriram a mesma coisa. Eventualmente, essas variantes brigaram entre si, causando uma guerra. Só uma delas, “Aquele Que Permanece”, saiu vitoriosa. Como resultando, ele extinguiu todas as outras linhas do tempo e criou uma polícia altamente burocrática, a AVT, para impedir que novas variações temporais surgissem. Agora eles são responsáveis por manter a história como é, podando o livre arbítrio das pessoas em prol de uma ordem, sem deixar o universo cair no caos. Há, claramente, um subtexto com comentários ao fascismo, à burocracia estatal e muito mais – mas vamos deixar isso de lado aqui. Acontece que, mesmo advertida do perigo de matar o vilão, Sylvie o assassina no clímax do episódio final. A partir daí, a linha do tempo começa a divergir de forma incontrolável. Resultado: não há, mais, uma cronologia única para o Universo Cinematográfico Marvel.Entenda o que é Multiverso
É aqui que o episódio final de ‘Loki’ para de dar explicações e deixa coisas no ar – mas é possível ler nas entrelinhas para entender o que aconteceu. Não é dito em nenhum momento da história, mas linhas temporais divergentes são, também, uma forma de enxergar a teoria da existência do Multiverso. Rapidamente: existe um Universo e nós estamos nele. Fato concreto que podemos compreender com a nossa observação. Porém, há diversas teorias sobre a existência de outros universos, que existem de forma paralela ao nosso. Há apenas conjecturas sobre como seriam essas realidades paralelas, inclusive algumas que dão conta que existiriam leis da física completamente diferentes nelas. Para nós, uma teoria é a mais importante: a “interpretação de muitos mundos”, formulada por Hugh Everett. Essa teoria diz que a cada evento no universo há uma ramificação. Um exemplo: você está caminhando em um parque pela manhã e encontra uma bifurcação no seu caminho. Uma versão sua seguiu pela direita e encontrou o amor da sua vida. Outra foi pela esquerda, não se distraiu com ninguém e viu mais cedo uma notificação no celular – o que levou, no final de tudo, a conquistar o emprego dos seus sonhos. Pronto: agora existem duas versões de você, em universos diferentes, com caminhos de vida diferentes. Uma encontrou o amor, a outra encontrou a realização profissional. Imagine isso acontecendo a cada instante, a cada segundo, com cada coisa que existe em todo o universo. É esse o conceito por traz de ‘Loki’.O impacto no futuro do MCU
“Ok, e como isso impacta no futuro da Marvel nos cinemas?”, você deve estar se perguntando. Vamos a isso. Antes, o MCU era reconhecido por ser o primeiro universo cinematográfico coeso dos cinemas, ao menos em um nível tão grande e elaborado – já são quase 25 filmes. A história, ainda que com idas e vindas cronológicas, era única. Isso mudou. O final de ‘Loki’ abre caminho para termos inúmeras versões dos mesmos acontecimentos, variantes infinitas dos mesmos personagens e por aí vai. Um Multiverso de Terras paralelas, cada uma um pouco (ou muito) diferente daquela que acompanhamos nos últimos 13 anos. O primeiro reflexo disso já está muito claro: a série animada ‘What if… ?’ (‘O Que Aconteceria Se… ?’, em português), que estreia no Disney+ em 11 de agosto, já trará inúmeras dessas realidades. Entre elas teremos uma onde Peggy Carter se torna uma versão do Capitão América/Capitão Bretanha, ou ainda outra em que T’Challa assume o manto de Senhor das Estrelas e por aí vai. O título, claro, é uma referência direta a série de HQs da Marvel que tem o mesmo conceito, mas, mais no fundo, é o nome de um conto de Isaac Asimov, ‘What If–?’, que traz também desdobramentos alternativos a partir de momentos-chave da vida dos personagens. Não que a Marvel Studios precisasse ficar explicando de onde veio o Multiverso para o seu ‘What If…?, mas agora está tudo canônico na própria história. Há outros reflexos. Faz meses que os fãs conjecturam nas redes sociais sobre a presença de Tobey Maguire e Andrew Garfield reprisando o papel de Cabeça-de-Teia em ‘Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa’, algo que até aqui foi negado oficialmente. Mas não é só isso. A Marvel tem um história de cessão dos direitos de adaptação de seus personagens para outros estúdios. O caso mais famoso é o dos filmes dos X-Men, produzidos por anos pela 20th Century Fox.- Leia também: Guia para assistir aos filmes dos X-Men