Séries

Crítica de ‘Ahsoka’, episódio 7: ‘Rebels’ de novo

Chegou o momento tão esperado pelos fãs de Star Wars em Ahsoka. A menos que o final da temporada tenha algo a dizer sobre isso, o episódio 7 da série – lançado no Disney+ na noite desta terça-feira, 26 de setembro – cumpre a promessa de trazer de volta o espírito de Star Wars Rebels, a amada série animada concluída em 2018.

Isso, como tem sido o caso de tudo nesta série, tem seus pontos positivos e negativos. Mas, por enquanto, o 7º – e penúltimo – episódio é, de longe, um dos mais emocionantes de uma temporada que, mesmo assim, é afetada pelo excesso de referências ao universo Marvel.

Ahsoka e o restante da saga Star Wars estão no Disney+. Clique aqui para saber mais.

Bem-vindo de volta, Ezra Bridger

Publicidade

O episódio anterior, que consolidou a ameaça do Grande Almirante Thrawn (Lars Mikkelsen) à galáxia, também marcou a estreia em live-action do jovem herói de Rebels, Ezra Bridger, agora interpretado por Eman Esfandi. O jovem aprendiz de Kanan Jarrus é agora um guerreiro mais experiente, que passou anos exilado em Peridea, assim como Thrawn. No entanto, ele e Sabine (Natasha Liu Bordizzo) têm pouco tempo para comemorar o tão esperado reencontro, já que as forças do Grande Almirante os perseguem implacavelmente. Enquanto isso, Ahsoka Tano (Rosario Dawson) finalmente chega à órbita do planeta com a ajuda dos purrgils e tenta encontrar seu jovem Padawan para ajudá-lo.
Lars Mikkelsen continua a fazer de Thrawn um vilão arrepiante e calculista (Crédito: Lucasfilm)
Nesta subtrama, o episódio 7 é uma emocionante perseguição. Mesmo que cometa alguns deslizes, como a eterna falta de pontaria dos Stormtroopers e a falta de consequências – algo que tem afetado a franquia Star Wars desde a era da Disney – ele é impulsionado pela boa química entre Natasha Liu Bordizzo e Eman Esfandi. Esfandi, em particular, provou ser uma excelente escolha para interpretar o personagem com pouco tempo de tela. Não apenas porque sua voz parece uma evolução natural da de Taylor Gray – que o interpretou em Rebels -, mas também porque ele consegue capturar a personalidade do personagem, um improvisador carismático e astuto que pode ser estoico quando necessário. O palco está convenientemente preparado para o encontro final no próximo episódio, e o roteirista Dave Filoni soube deixar alguns mistérios para o final. Esperamos que seja dado tempo suficiente para respostas satisfatórias, e não apenas para o fan service que tem dominado grande parte da temporada.

O ataque dos cameos

Infelizmente, a outra subtrama do episódio 7 não pode ser descrita de outra forma senão como um sintoma da “marvelização” que também afeta Star Wars. E embora tenha exatamente o mesmo número de cameos gratuitos (a subtrama principal ainda utiliza Anakin Skywalker como uma muleta), ela não serve a nenhum outro propósito além de conectar esta série às outras.
Este não é o único rosto familiar que vemos neste episódio de Ahsoka (Crédito: Lucasfilm)
Na subtrama política, no papel da General Hera Syndulla, Mary Elizabeth Winstead é reduzida a diálogos que apenas reafirmam o que todos já sabem que acontecerá (que Thrawn voltará) ou que acontecerá no futuro (que o Império renascerá eventualmente). Seu personagem foi relegado a esse papel ingrato há alguns episódios. Aqui, portanto, o episódio 7 de Ahsoka não faz mais do que nos lembrar, com linhas de diálogo expositivo, que tudo está interligado. Ele esclarece que os eventos desta série ocorrem simultaneamente com a terceira temporada de The Mandalorian e que, no futuro, tudo convergirá para um filme de Dave Filoni. Isso se torna tedioso rapidamente. Aqui, só reafirma o vício da Disney de nos preparar para o que está por vir, em vez de nos contar algo interessante no presente. O episódio final terá que ser uma obra-prima para compensar a narrativa irregular do resto da temporada.

Confira nossas críticas da série Ahsoka por episódio:

Siga o Filmelier no FacebookTwitterInstagram e TikTok.

Lalo Ortega

Lalo Ortega é crítico e jornalista de cinema, mestre em Arte Cinematográfica pelo Centro de Cultura Casa Lamm e vencedor do 10º Concurso de Crítica Cinematográfica Alfonso Reyes 'Fósforo' no FICUNAM 2020. Já colaborou com publicações como Empire en español, Revista Encuadres, Festival Internacional de Cinema de Los Cabos, CLAPPER, Sector Cine e Paréntesis.com, entre outros. Hoje, é editor chefe do Filmelier.

Escrito por
Lalo Ortega

Notícias recentes

Filme de abertura de Cannes, ‘The Second Act’ tenta fazer graça com IA e cultura do cancelamento

Com Léa Seydoux, Louis Garrel e Vincent Lindon, o diretor francês Quentin Dupieux apresentou 'The…

21 horas atrás

Greta Gerwig em Cannes: “Eu vi mudanças substanciais com o #MeToo”

Greta Gerwig, que preside o comitê do Júri em Cannes, comentou sobre os avanços do…

22 horas atrás

Crítica: ‘O Tarô da Morte’ é ruim demais e nem a comédia espontânea consegue salvar

Longa-metragem fica se equilibrando em ideias pouco originais enquanto a condução da história se perde…

1 dia atrás

Crítica: ‘Fúria Primitiva’ não é ‘John Wick’ (e isso é bom)

Apesar de certos tropeços, Dev Patel alcança uma estreia sólida e interessante como diretor com…

2 dias atrás

‘Jade Guerreira Solitária’: Tudo sobre o filme Top 1 na Netflix Brasil

Conheça Jade Guerreira Solitária, novo sucesso da Netflix que vai te prender do início ao…

5 dias atrás

Crítica de ‘Planeta dos Macacos: O Reinado’: o novo legado

Quarto capítulo da franquia, 'Planeta dos Macacos: O Reinado' traz personagens lutando e reimaginando o…

1 semana atrás