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‘Sobreviventes: Depois do Terremoto’: drama moral numa Seul distópica

Desde o Oscar de Parasita, passando pelo fenômeno dos doramas e da série Round 6 da Netflix, até a popularidade de filmes como Invasão Zumbi, a Coreia do Sul tem se destacado com produções de alta qualidade. Este ano, Sobreviventes: Depois do Terremoto foi a aposta do país para a 96ª edição do Oscar 2024 na categoria de Melhor Filme Internacional.

E embora não tenha conquistado a indicação, o longa não deixa indiferente a quem adora um drama moral com cenas de suspense trepidantes e pitadas de humor mórbido. Quer saber mais sobre o filme? Confira abaixo o “dossiê” que o Filmelier preparou sobre Sobreviventes: Depois do Terremoto (ou Concrete Utopia, título internacional da produção).

Como é a história de Sobreviventes: Depois do Terremoto?

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O longa de Um Tae-hwa — quem venceu como melhor diretor no Blue Dragon Film Awards, um dos festivais de cinema mais populares da Coreia do Sul — faz jus a um precedente de filmes sobre desastres apocalípticos com uma leitura social e política, como Invasão Zumbi e #Alive. Numa Seul arrasada por um terremoto de proporções gigantescas, Sobreviventes: Depois do Terremoto tece a história dos habitantes do complexo de apartamentos Hwang Gung, um dos poucos que ficam em pé, e das suas relações com o entorno destruído e os milhares de sobreviventes famintos e sem abrigo que perambulam nele.
Park Bo-young (Uma Dose Diária de Sol) estrela filme coreano tão bom quanto Invasão Zumbi (Crédito: BF Distribution)

Que assuntos discute Concrete Utopia?

Numa primeira leitura, Sobreviventes: Depois do Terremoto faz uma reflexão moral entre o pragmatismo político e o idealismo humanista no contexto do condomínio Hwang Gung. Por um lado, a decisão dos vizinhos de expulsar todos os não-residentes do complexo e impor um regime fechado e autoritário para viabilizar a sua sobrevivência parece contentar as maiorias. Contudo, a fragilidade de uma realidade de privilégios diante de um mundo em caos faz com que a aparente bonança do Hwang Gung entre em colapso.

Quem está no elenco de Sobreviventes: Depois do Terremoto?

O longa coreano apresenta caras conhecidas para quem acompanha o universo audiovisual do país asiático. A heroína Myung-hwa (Park Bo-young, protagonista do dorama Uma Dose Diária de Sol) é a voz da empatia na trama. Já o marido Min-sung (Park Seo-joon, quem vimos em Parasita) se debate entre as forças que querem manter a ordem no condomínio e a solidariedade com os desabrigados.
Atores de Round 6, Parasita e Uma Dose Diária de Sol estão no elenco de Sobreviventes (Crédito: BF Distribution)
No entanto, a atuação do vilão Kim Young-tak (Lee Byung-hun do elenco de Round 6) — o líder escolhido pela comunidade para comandar as “forças militares” do Hwang Gung — merece palmas à parte. Os esforços de Kim a fim de evitar que seu passado e verdadeira identidade venham à tona irão desequilibrar o personagem. A caracterização de Lee Byung-hun desse arco dramático é um dos pontos altos do longa.

Por que assistir a Concrete Utopia?

Além de drama, Sobreviventes: Depois do Terremoto também tem ação?

Não é por causa de seu teor político e drama moral que Sobreviventes: Depois do Terremoto é isento de emoção e cenas de ação. A sequência de efeitos especiais que abre o filme — Seul sendo engolida pelas forças telúricas da Terra — é digna de qualquer blockbuster distópico. Batalhas, brigas, emboscadas e retaliações não faltam nas tensões internas entre os afetos e dissidentes do regime do Hwang Gung; o ritmo não deixa indiferente o público que não quer dormir na poltrona. O suspense também toma conta da trama, especialmente por conta da história do líder Kim Young-tak. E, claro, o que não podia faltar em um bom filme coreano: esse humor físico, ora cândido ora ácido, que dá cor ao coral de personagens que pugnam por sobreviver no futuro apocalíptico.
Além de drama, Concrete Utopia (título internacional) também tem ação (Crédito: BF Distribution)

Onde assistir a Sobreviventes: Depois do Terremoto?

O filme segue em cartaz nos cinemas até fevereiro e estará disponível para compra e aluguel a partir de 4 de março nas plataformas Apple TV, Prime Video e Google Play. *Texto de Daniel Maggi, sob a supervisão de Vitória Pratini.

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Daniel Maggi

Venezuelano morando no Brasil desde 2013, comunicador social e mestre em Imagem e Som. Daniel Maggi é apaixonado pelo documentário e pelo cinema independente, especialmente latino-americano. Trabalha na unidade de Localização da Sofá Digital e colabora com o Filmelier desde 2024.

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