‘Homem-Aranha: Sem Volta para Casa’ é o ápice do filme experiência ‘Homem-Aranha: Sem Volta para Casa’ é o ápice do filme experiência

‘Homem-Aranha: Sem Volta para Casa’ é o ápice do filme experiência

Novo longa-metragem do herói estrela nesta quinta, 16, nos cinemas – e aposta na mistura de sensações e sentimentos para criar uma nova (e nostálgica) experiência para o público

15 de dezembro de 2021 12:46
- Atualizado em 16 de dezembro de 2021 13:27

Foi em meados de 2001 que o Homem-Aranha jogou pela primeira vez a sua teia nas telas de cinema de todo o mundo. Ainda era um teaser, algo simples, com o Amigão da Vizinhança prendendo um helicóptero entre as Torres Gêmeas do World Trade Center – vídeo que rapidamente seria retirado de circulação após os ataques terroristas de 11 de setembro daquele ano.

Após 20 anos, estamos aqui novamente falando de um novo filme do herói da Marvel – agora é ‘Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa’, que estreia oficialmente nos cinemas do Brasil nesta quinta, 16, mas já com sessões a partir do fim da tarde desta quarta, 15. E assim como como ‘Ghostbusters: Mais Além‘, filme anterior da mesma Sony Pictures, é a nostalgia desses 20 anos que move a nova produção.

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa - Tom Holland é o terceiro ator a usar a máscara de Homem-Aranha, agora parte do Universo Cinematográfico Marvel (crédito: divulgação / Sony Pictures)
Tom Holland é o terceiro ator a usar a máscara de Homem-Aranha, agora parte do Universo Cinematográfico Marvel (crédito: divulgação / Sony Pictures)

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Afinal, o primeiro ‘Homem-Aranha‘, lançado em 2002, marcou época. Ali, o personagem ganhava vida pelas mãos do diretor Saim Raimi (de ‘Evil Dead‘), que mesclou o seu estilo particular de cinema – altamente inspirado no gênero do terror – com transposições quase literais de passagens marcantes do Aranha nos gibis, principalmente na fase dos anos 1960 por Stan Lee e pelo artista John Romita.

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Junto com o primeiro ‘X-Men‘ (2000) e ‘Blade’ (1998), o longa-metragem estrelado por Tobey Maguire não só ajudou a salvar a Marvel Entertainment da falência como iniciou a febre dos filmes de super-heróis e nos levou a onde estamos hoje. Se estamos aqui tendo esse papo, foram aqueles anos que mudaram a história de Hollywood.

Muita coisa aconteceu desde então. A fórmula dos super-heróis foi mudando, sendo esticada, desgastada, inovada, manipulada e muito mais. O próprio Homem-Aranha já foi interpretado depois por outros dois atores – Andrew Garfield (‘O Espetacular Homem-Aranha‘) e Tom Holland (visto pela primeira vez em ‘Capitão-América: Guerra Civil‘). As gerações se seguiram, tendo relações diferentes com o personagem. Novas experiências foram vividas.

Pode-se dizer que o ser humano é um animado viciado em emoções. Por isso, nada supera o impacto da primeira vez que somos expostos a elas: é algo novo, instigante. A partir de então, vive-se para reencontrar aquele mesmo sentimento. Assistimos várias vezes aos mesmos filmes e séries muitas vezes em busca de conforto, mas também de reviver a aquela experiência inicial – o que é impossível. O impacto da surpresa já se foi.

Alfred Molina retorna com o seu Doutor Estranho, agora em busca de redenção (crédito: divulgação / Sony Pictures)
Alfred Molina retorna com o seu Doutor Octopus, agora em busca de redenção (crédito: divulgação / Sony Pictures)

A nostalgia, afinal, esse sentimento forte. Por isso, não é por menos que a Marvel Studios – atual responsável criativa pelos filmes do Aranha – foi em busca dela, desses 20 anos de histórias, para ‘Sem Volta Para Casa’. Isso é representado pelo retornos dos vilões Duende Verde, Doutor Octopus e Electro, novamente interpretados por Willem Dafoe (de ‘Homem-Aranha’), Alfred Molina (‘Homem-Aranha 2‘) e Jamie Foxx (‘O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro‘). Há ainda outros antagonistas do passado dando às caras, mas melhor guardar as surpresas.

O multiverso do Homem-Aranha

Para justificar o encontro da atual versão do Escalador de Paredes com os vilões das encarnações anteriores, o novo filme se vale do recém-introduzido conceito de multiverso dentro do Universo Cinematográfico da Marvel – visto pela primeira vez na série ‘Loki’ e aprofundada em ‘O Que Aconteceria Se…?’, ambas do Disney+.

A ideia de multiverso não é nova para o personagem, aliás: já foi utilizada nas HQs e, nos cinemas, explorada no longa animado ‘Homem-Aranha: No Aranhaverso‘. Se você viu o filme estrelado por Miles Morales, se sentirá em casa aqui.

Além disso, a história aproveita o gancho final de ‘Homem-Aranha: Longe de Casa‘, produção live-action anterior do herói, quando o vilão Mysterio, antes de morrer, incriminou o Cabeça de Teia e revelou que ele era, na verdade, Peter Parker. Com o impacto da revelação em sua vida e na dos amigos, Pete vai em busca do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para pedir que as pessoas esqueçam quem ele. O feitiço sai de controle, trazendo para o MCU os vilões das realidades alternativas.

Um enredo extremamente simples, mas que entrega o conflito da história de forma direta e rápida.

A partir disso, ‘Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa’ é muito bem-sucedido em estabelecer algo que faltava para o Aranha de Tom Holland: a sua bússola moral. Entramos dentro do coração do herói, entendendo aquilo que faz ele diferente de outros personagens do tipo: o peso de que “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.

A interação entre Homem-Aranha e Doutor Estranho, ambos criados por Stan Lee e Steve Ditko, é um dos destaques do filme (crédito: divulgação / Sony Pictures)
A interação entre Homem-Aranha e Doutor Estranho, ambos criados por Stan Lee e Steve Ditko, é um dos destaques do filme (crédito: divulgação / Sony Pictures)

Mais do que isso, até: o filme busca de alguma forma redimir as ações das produções anteriores. Há um ar de esperança, de segundas chances em uma franquia que, em qualquer encarnação, simplesmente matava o antagonista em seu desfecho. Em um mundo tão polarizado no qual vivemos hoje, entender o próximo e, por meio da compaixão, encontrar algo em comum é de extrema importância.

Não por menos, a Estátua da Liberdade ganha uma certa relevância dentro do contexto da trama. Afinal, ela era porta de entrada daqueles que foram aos Estados Unidos em busca dessa segunda chance. Imigrantes, lembre-se. Pessoas que não eram perfeitas, como nenhum de nós é, mas que ajudaram a construir aquele país.

Como a própria Marvel gosta de afirmar: pode ser qualquer um por trás da máscara de Homem-Aranha. Talvez seja a hora de todos nós, metaforicamente falando, a vestirmos.

Tudo isso ganha ainda novas camadas ao ver Dafoe e Molina em cena. Uma característica dos filmes de Sam Raimi sempre foi explorar a dualidade dos antagonistas, o lado ‘O Médico e o Monstro’ dos vilões – mais uma vez, influência do terror na obra do cineasta. O mérito do diretor Jon Watts e dos roteiristas Chris McKenna e Erik Sommers é pegar isso de volta, sem tirar nem por, e usar o recurso narrativo para que os dois atores desfilem suas ótimas atuações enquanto envolvem o espectador.

Uma verdadeira atração de parque

Porém, é na nostalgia que vive a terceira parte da franquia ‘Homem-Aranha’ do MCU. Se não é um filme inovador por si só – ainda que tente trazer a sua própria contribuição para o cânone e para o nosso rol de memórias -, o longa carrega na dopamina para nos estimular. Tudo isso balanceado com ótimas cenas de ação, muitas vezes também inspiradas nos longas anteriores, que trazem a dose de adrenalina para o público.

Por tudo isso, dá pra dizer ‘Homem-Aranha: Sem Volta para Casa’ é o ápice do tão falado filme experiência. Não dá aqui para fazer uma análise objetiva, falar da narrativa, do roteiro, gastar muito tempo elogiando ou criticando atuações, reclamar ou aprovar escolhas do diretor…

Willem Dafoe rouba a cena com o seu Duende Verde (crédito: divulgação / Sony Pictures)
Willem Dafoe rouba a cena como Duende Verde (crédito: divulgação / Sony Pictures)

No final – incluindo aí as duas cenas pós-créditos -, o filme é uma verdadeira atração de parque, no melhor sentido que a expressão pode ter. Foi feito na medida para mexer com as nossas emoções, nos animar, nos fazer rir e chorar. Uma excitação no significado mais puro do termo.

Nesse sentido, vale a pena derrubar site de venda de ingressos, assistir em sessão de pré-estreia, fugir das redes sociais para não encontrar spoilers e tudo mais. Não por menos, já se fala em, ao menos, US$ 290 milhões de bilheteria global na semana de estreia do título, uma marca ainda mais impressionante em tempos de pandemia.

Esta será, certamente, um sentimento que ficará para sempre na sua memória, e o qual você passará as próximas décadas em busca de repeti-lo. Ok, aqui um único spoiler: você pode ter sentimentos melhores na sua vida cinéfila, mas igual nunca será. Nunca é. Cada memória é única.

Aproveite.

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