Crítica: ‘Mansão Mal-Assombrada’ não consegue sequer superar o filme de 2003 Crítica: ‘Mansão Mal-Assombrada’ não consegue sequer superar o filme de 2003

Crítica: ‘Mansão Mal-Assombrada’ não consegue sequer superar o filme de 2003

Apesar de instável, ‘Mansão Mal-Assombrada’ com Eddie Murphy parecia ter um objetivo claro a ser alcançado

Matheus Mans   |  
25 de julho de 2023 18:00

Há 20 anos, a Disney fazia mais uma aposta em tentar levar as atrações de seus parques para os cinemas: Mansão Mal-Assombrada, filme dirigido por Rob Minkoff (O Rei Leão) e estrelado por Eddie Murphy, o longa-metragem era uma comédia escrachada, típica do ator, e foi massacrada por crítica e público. Agora, 20 anos depois, a Disney tenta dar uma nova vida para a franquia com o remake Mansão Mal-Assombrada, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 27.

Qual é a história do novo Mansão Mal-Assombrada?

Nesta nova aposta da Disney, dirigida por Justin Simien (da série Cara Gente Branca, da Netflix), o tom da história muda bastante. Sai a comédia histriônica de Murphy, que fez sucesso principalmente entre as crianças no longa de 2003, e entra uma sopa de gêneros com cara de superprodução. Há traços de comédia, terror, aventura e até thriller – tudo isso engrandecido com um orçamento consideravelmente alto de mais de US$ 150 milhões.

Danny DeVito é um professor universitário especializado em casas mal-assombradas em New Orleans (Crédito: Disney)

Publicidade

A história continua com o mesmo pano de fundo: uma mansão mal-assombrada habitada por 999 fantasmas que esperam enquanto um deles, Gracey, tenta recuperar o amor de sua vida. No entanto, os personagens são totalmente diferentes. O protagonista é Ben (LaKeith Stanfield), um homem que se diz especialista em paranormalidade que é chamado para ajudar a família que acabou de se mudar pra mansão e, quem sabe, afastar os fantasmas.

Ainda tem um elenco de apoio de peso: Jamie Lee Curtis como Madame Leota, a vidente presa na bola de cristal; Jared Leto como o fantasma mais perigoso dentro da casa; Owen Wilson como Kent, um estranho padre que convoca Ben; e Danny DeVito como Ben, um professor universitário que estuda as mansões mal-assombradas de New Orleans.

Mas enfim: Mansão Mal-Assombrada é um bom filme?

Fica evidente, pelo orçamento, pelo visual de grande produção e pela tentativa de misturar gêneros, que Mansão Mal-Assombrada é uma clara aposta da Disney para criar uma nova franquia nos cinemas. Há algo de Piratas do Caribe aqui, outro filme adaptado de uma atração da Casa do Mickey Mouse, incrementando um tom de aventura e uma tentativa de torta de fazer com que as crianças e os mais velhos possam se divertir — com toques de terror e comédia.

Só que nada disso funciona e o filme nem chega perto de Piratas do Caribe, que tem a trilogia mais original e ousada da Disney neste milênio, em termos estéticos e narrativos. Para começar, o diretor Justin Simien não tem a mínima ideia de como contar uma história infantil: exagera no horror e a comédia, que funciona no filme de 2003, some aqui.

Apesar de bom elenco, há um descompasso entre roteiro, atuações e direção (Crédito: Disney)

Muito disso acontece por uma atuação apática do improvável protagonista do filme, LaKeith Stanfield (que está ótimo em Desculpe te Incomodar). Ainda que o roteiro invista em piadas, como a relação com o fantasma de um marinheiro que o persegue, o ator não consegue acompanhar: está apático e parece que tem vergonha de fazer humor. É aquilo: atores de comédia conseguem emocionar, mas não são todos os atores de drama que realmente conseguem fazer rir.

Há um descompasso bastante evidente, que causa até um certo desconforto. Ele é salvo em vários momentos pelo bom humor do trio de apoio (DeVito, Wilson e Tiffany Haddish, como uma vidente canastrona). Mas não basta.

Além disso, há o terror: Simien, que recentemente dirigiu o curioso e elogiado Bad Hair, sabe como lidar com elementos do horror. Mas aqui fica a dúvida: será que não é demais para as crianças, o principal público desta história? Difícil escapar da sensação de que os pequenos vão se assustar demais enquanto os pais vão achar a história insuportável – afinal, não há nenhum tipo de escape aqui para o público mais velho, já que tudo é bobinho e previsível.

O novo Mansão Mal-Assombrada, no fim, não poderia ser mais insosso. Não acerta no horror, na comédia, nem na aventura. É mais um tropeço da Disney nas tentativas de adaptar atrações dos parques (lembra de Tomorrowland?). E pior: tem tudo para ser mais um fracasso da marca em 2023, que já não foi tão bem com Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania ou A Pequena Sereia e, pior ainda, deve levar um imenso prejuízo com Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Mansão Mal-Assombrada, custando US$ 150 milhões e contra Barbie e Oppenheimer, não tem forças.

Assista a filmes online grátis completos agora mesmo com o Play Surpresa do Filmelier

Siga o Filmelier no FacebookTwitterInstagram e TikTok.