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Lázaro Ramos: “‘Papai é Pop’ convoca para uma responsabilidade que também é dos homens”

Além de ser um grande ator, Lázaro Ramos é pai. Ao lado da também atriz Taís Araújo, é ele quem cria e cuida de Maria Antônia e João Vicente. E apesar de estar tudo bem hoje, as coisas não saíram como o esperado. “Quando a Taís ficou grávida, organizei tudo na cabeça. Quando veio o filho, bagunçou toda a organização”, disse ele, em entrevista. “Todos os erros apareceram em diferentes medidas e de formas diferentes. Quando a criança chega, eles também vão nos conduzindo”. Parte desse aprendizado, agora, está na tela com ‘Papai é Pop‘, estreia dos cinemas desta quinta, 11.

Dirigido por Caito Ortiz, o longa-metragem conta a história de Tom (Lázaro Ramos) e Elisa (Paolla Oliveira). Eles veem a rotina de casa virar de ponta-cabeça com a chegada de Laurinha, a primeira filha do casal. Choro à noite, fraldas trocadas, preocupação com o crescimento da pequena Laura. Só que as coisas saem do eixo quando o personagem de Lázaro não embarca na paternidade como poderia e deveria. Coloca amigos, futebol e videogame à frente da filha e da esposa.

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A maternidade, para ele, é ficar apenas ali, dando suporte quando as coisas não vão bem. Pai ausente.
Paolla Oliveira e Lázaro Ramos em cena de ‘Papai é Pop’ (Crédito: Divulgação/Galeria)

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“Sou de outra geração, de outro tipo de paternidade. É um filme afetuoso sobre algo que precisamos discutir cada vez mais. Afinal, é um filme disfarçado de paternidade, mas que fala também sobre maternidade e relações familiares”, contextualiza Lázaro, em entrevista coletiva. “‘Papai é Pop’ também fala muito sobre o momento atual que a gente vive. Sinto uma mudança de tom. Esse filme vem, através do afeto, convocar para uma responsabilidade que também é dos homens. Seria bom ter um segundo filme, já que abre discussões, como casal inter-racial, adoção e crescimento”.

‘Papai é Pop’: a história sobre maternidade

Durante a entrevista, Lázaro falou sobre algo central em ‘Papai é Pop’: este não é um filme apenas sobre paternidade. Afinal, a partir do momento que Tom deixa de assumir suas responsabilidades centrais como homem e como pai, o longa-metragem traz algumas ideias, conceitos e reflexões importantes. Mas o principal é como o filme nunca deixa de diminuir a importância da mãe ou coisa do tipo. Pelo contrário: traz sequências que mostram como é importante, mais do que uma figura ou outra, ter na verdade alguém que possa te apoiar, te ajudar e mostrar o caminho correto.
Na vida de Tom, essa pessoa é a mãe dele, vivida por Eliza Lucinda. É ela quem dá um tapa na cara do personagem para mostrar como ele está seguindo um caminho completamente equivocado. Paolla Oliveira, enquanto isso, é a base moral do filme. É olhando para ela que compreendemos melhor sobre como Tom não compreende o seu papel de pai. É carregada de sensibilidade — talvez o melhor papel de Paolla Oliveira. E, curiosamente, ela não é mãe. “Não queria que as pessoas não acreditassem [na personagem] por não ser mãe”, diz. “Por isso, fui atrás de outras mães que conheço, do meu instinto familiar, da reconstrução familiar com um pai em construção e mãe em desconstrução”. Com a personagem de Paolla, aliás, é que há essa questão trazida por Lázaro de não olhar só para a paternidade. “É um filme que fala também sobre a maternidade em outro lugar. Fala sobre ela voltando para o trabalho, por exemplo”, diz a atriz. Gabriel Gurman, da Galeria Filmes, ajuda a resolver essa questão. “A gente não queria falar sobre paternidade por necessidade, mas por amor e por vocação. Foi importante na construção do filme”, diz o executivo.

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Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.

Escrito por
Matheus Mans

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