Mesmo após fim da quarentena nos EUA, streaming da Apple segue crescendo
Nas últimas semanas, o governo dos Estados Unidos começou a afrouxar regras de isolamento social no país. Ainda que a pandemia do novo coronavírus persista, as pessoas passaram a sair mais de casa e a voltar aos trabalhos. Com isso, os serviços de streaming começaram a observar uma queda. Mas um deles vai na contramão e segue crescendo: o Apple TV+.
Um estudo da empresa de pesquisas Strategy Analytics e divulgado pelo site TBI ouviu 4 mil americanos e constatou que a plataforma da Apple foi acessada por 11% dos entrevistados em março, 15% em abril e 19% em maio. Este pode ser um movimento que indica o início da sua consolidação, após fazer barulho com ‘Defending Jacob’ e o filme ‘Beastie Boys Story‘.
Afinal, por outro lado, todas as outras plataformas apresentaram instabilidade. Em março, 42% dos entrevistados usavam a Netflix. Saltou para 50% em abril, quando a quarentena se intensificou. E em maio caiu à 47%. O Prime Video também observou esse pico em abril, com 42% usando o serviço da Amazon, comparado com 35% em março e 40% em maio.
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Até mesmo o Disney+, uma das novidades mais barulhentas nos Estados Unidos, apresentou instabilidade segundo os dados da Strategy Analytics. A plataforma foi usada por 20% dos entrevistados em março, depois atingiu seu pico em abril com 23% e, por fim, fechou com apenas 18% em maio. Curiosamente, 1% abaixo no período em comparação com o Apple TV+.
Números do mercado de streaming
Esses números divulgados pela Strategy Analytics ajudam o mercado a entender melhor o cenário de serviços de streaming. Afinal, ainda que as empresas tenham esses números internamente, elas pouco divulgam ou os tornam públicos. Assim, por meio de amostragem, a empresa de pesquisas consegue propiciar uma olhada pelo buraco da fechadura do setor. Michael Goodman, diretor de estratégias de TV e mídia da Strategy Analytics, ressalta que a Netflix precisa tomar cuidado com essa instabilidade. “Ironicamente, a Netflix pode ter sofrido por ser o serviço de streaming mais popular, pois parece ter atraído muitos usuários novos, mas temporários, durante a pandemia”, analisou o executivo ao TBI. “Seus próximos resultados trimestrais serão observados com interesse, caso seu forte desempenho no primeiro trimestre não seja sustentado no segundo trimestre”, continua. “Agora que o impacto da pandemia está diminuindo, a empresa enfrentará desafios mais tradicionais associados à retenção de clientes e recuperação e direcionamento de conteúdo”.
Matheus Mans
Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.