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Zack Snyder: dos zumbis aos heróis, conheça a carreira do diretor
Aproveitando a estreia de ‘Army of The Dead: Invasão em Las Vegas’ na Netflix, conheça mais sobre a trajetória do cineasta que desperta amor e ódio nas redes sociais
Para quem não sabe, o cineasta fez sua estreia na direção com o apocalipse zumbi em ‘Madrugada dos Mortos’, que se tornou uma obra cultuada desse universo. E, agora, o diretor volta às raízes com seu mais recente lançamento, ‘Army of The Dead: Invasão em Las Vegas’.
O filme chega hoje, 21, à Netflix e, aproveitando o gancho, relembramos a carreira de Snyder aqui no Filmelier.
Zack Snyder, Deborah Snyder, sua esposa e produtora, e o produtor Wesley Coller nos bastidores de ‘Army of the Dead’ (Foto: Divulgação/Netflix)
Começo da carreira
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O cineasta, nascido nos Estados Unidos, teve uma criação religiosa baseada na Ciência Cristã – que acredita em um sistema de cura fundado nos conhecimentos universais da Bíblia. Sua mãe era professora de fotografia e pintora, enquanto seu pai era um recrutador de executivos. Zack Snyder nasceu com o lado artística da mãe e estudou no Art Center College of Design em Pasadena, Califórnia. Seus primeiros projetos como diretor foram em comerciais de TV, onde ele atuava na direção fotográfica, e de clipes, chegou a trabalhar com Morrissey, Rod Stewart e ZZ Top, isso durante os anos 1990 e 2000. Eis que em 2004, como já entregamos no spoiler, o primeiro filme dele foi ‘Madrugada dos Mortos’, remake do clássico homônimo de 1978 de George A. Romero. Sarah Polley e Ving Rhames em ‘Madrugada dos Mortos’ (Foto: Divulgação/Universal Pictures) A história é bem típica do gênero, alguma atividade maligna transforma todo mundo em zumbi e um grupo de pessoas se refugia em um shopping center. Acompanhamos então uma luta pela sobrevivência e os mortos-vivos acabam dando menos dor de cabeça do que os humanos, que mostram seu pior lado em situação complicadas. Entre a direção de um clipe e outro, Zack Snyder deu vida à obra de Frank Miller em ‘300’ (2006), em seu segundo projeto cinematográfico. A adaptação dos quadrinhos foi o primeiro sucesso de bilheterias do diretor. Com Gerard Butler, Lena Headey, Michael Fassbender e Rodrigo Santoro, a produção deu tão certo que ganhou uma sequência em 2014, ‘300: A Ascensão do Império’. Em 300, somos transportados para 480 A.C durante a guerra entre a Pérsia e a Grécia. O foco da história é a batalha de Thermopylae, em que Leônidas, rei da cidade grega de Sparta, lidera seus guerreiros em desvantagem contra o exército persa, do rei Xerxes. Como eram apenas 300 homens, os gregos já sabiam que iam perder e mesmo assim não desistem da luta. Gerard Bulter e seu ‘This is Sparta’ fizeram tanto sucesso quanto o filme (Foto: Divulgação/Warner Bros.)
A era do super-heróis
A robusta bilheteria de ‘300’ garantiu o trabalho seguinte de Snyder, a também adaptação dos quadrinhos ‘Watchmen: O Filme’ (2009). Baseada na história criada por Alan Moore e Dave Gibbons, o filme conseguiu agradar e desagradar os fãs de HQ – especialmente depois do lançamento da série da HBO. Apesar disso, Snyder fez um bom trabalho e esse foi o ínicio de suas produções com super-heróis com um teor mais sombrio. A estética do diretor começou a ser moldada em ‘300’ e vemos que foi se solificando nos longas seguintes. ‘Watchmen’ narra a história de um vigilante chamado Rorshach que dá início a uma investigação para descobrir quem assassinou um ex-herói. Estrelado por Malin Åkerman, Billy Crudup, Patrick Wilson, Jeffrey Dean Morgan e Carla Gugino, o filme foi bem recebido pela crítica. Ao lado de ‘Homem de Ferro’ (2008), a produção foi uma das primeiras da atual fase dos super-heróis no cinema. Ou seja, Zack Snyder teve um papel importante ao colocar definitivamente em pauta esse tipo de narrativa no universo cinematográfico. Com ‘Watchmen’, Zack Snyder mostrou que filmes de super-heróis podem ter um lado mais maduro(Foto: Divulgação/Warner Bros.) Em seu terceiro trabalho, Snyder mudou completamente o foco quando se aventurou pelo universo da animação em ‘A Lenda dos Guardiões’, também da Warner Bros. Novamente, a história é uma adaptação, dessa vez de uma série de livros juvenis da autora Kathryn Lasky. No filme, uma coruja fascinada pelas histórias épicas contadas pelo pai sobre os Guardiões de Ga’Hoole, é capturada junto com seu irmão por corujas do mal que querem dominar o reino em que eles vivem. Com um foco mais infantil, a produção é bem feita e foi o único projeto animado até o momento do diretor.
A descontrução segundo Zack Snyder
Voltando para a estética sombria, Snyder encarou seu primeiro projeto autoral em ‘Sucker Punch: O Mundo Surreal’ (2011). Com inspirações em ‘Alice no País das Maravilhas’ e o ‘O Mágico de Oz’, o filme conta a história de uma moça apelidada de Babydoll que é internada em uma sanatório e mergulha um mundo fantasioso que serve como um escape da sua realidade. Emily Browning e Carla Gugino em ‘Sucker Punch’ (Foto: Divulgação/Warner Bros.) O diretor chegou a comentar recentemente sobre a produção em entrevista à Vanity Fair. Ele disse que essa foi sua tentativa de desconstrução da estética machista presente na mídia. “É um filme de protesto de várias formas. É um filme sobre gênero. Na época me perguntaram ‘Por que você vestiu as garotas assim?’ e eu sempre dizia ‘Eu não as vesti assim, você vestiu’. Sempre vi isso como uma denúncia, de certa forma, da cultura popular. Acho que na época fui criticado por ser o contrário, tipo, algum tipo de discurso sexista. Foi divertido de fazer e ainda adoro isso até hoje”, disse Snyder. Depois de ‘Sucker Punch’, Zack Snyder entrou de vez no mundo cinematográfico dos super-heróis ao comandar o remake de Superman em ‘O Homem de Aço’ (2013) – que deu início ao Universo Estendido DC. O longa impulsonou a carreira de Henry Cavill, que interpretou o personagem em mais três filmes – contando a nova versão da ‘Liga da Justiça’. Antes de dirigir ‘Batman vs Superman: A Origem da Justiça’, Snyder ajudou a roteirizar a sequência de ‘300’, chamada ‘300: A Ascensão do Império’, de 2014. Até que, em 2016, ele colocou os dois heróis para brigarem e escalou Ben Affleck para dar vida ao Homem-Morcego. Henry Cavill e Ben Affleck em ‘Batman Vs Superman’ (Foto: Divulgação/Warner Bros.) O confronto entre Superman e Batman não deu muito certo no âmbito da crítica, mas a produção agradou parte importante dos fãs. Uma das boas surpresas do longa é a inserção de Gal Gadot, que surge como a Mulher-Maravilha, abrindo espaço para ‘Liga da Justiça’ e o filme solo da Amazona. A ideia era que Zack Snyder comadasse o produção que unia os heróis citados com Flash e o Cyborg, mas, infelizmente, ele não conseguiu terminar seu trabalho.
#ReleaseTheSnyderCut
Nos últimos anos, fomos impactados pela corrente de fãs pedindo nas redes sociais para que fosse lançado o chamado Snyder Cut, a cversão do diretor de ‘Liga da Justiça’ – isso com a tag #ReleaseTheSnyderCut. O burburinho foi tão grande que a Warner Bros. decidiu dar sinal verde para o longa-metragem e liberou uma verba para que o diretor pudesse filmar novas cenas e finalizar sua obra. Como já citado, Zack Snyder era o diretor original do filme lançado em 2017. No entanto, por conta da morte prematura de sua filha, Autumn, ele abandonou o projeto e quem assumiu foi Joss Whedon (‘Os Vingadores‘). O novo diretor entregou uma produção que não agradou os fãs, que queriam ver o corte de Snyder. Por isso que surgiu a campanha “Release The Snyder Cut”, pedindo a divulgação da versão de Snyder – que, como sabemos hoje, ainda não existia, não ao menos de forma completa. O próprio elenco do filme passou a apoiar e a divulgar o movimento, com declarações em redes sociais de Gal Gadot, Henry Cavill e Jason Momoa.
Chegamos então a 2021, ano em que o mundo pode conhecer a ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’. O lançamento nos EUA foi direto para o HBO Max, muito para fortificar a presença da nova plataforma de streaming da WarnerMedia – ainda que privando o diretor de ter a sua obra como ele vislumbrava, que era na tela grande do cinema. Jason Momoa, Gal Gadot e Ray Fischer em ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’ (Foto: Divulgação/Warner Bros.) E agora voltamos para ‘Army of the Dead: Invasão Las Vegas’, que chegou hoje (21) à Netflix. O filme de zumbis com mercenários já garantiu uma série derivada ‘Army of the Dead: Lost Vegas’ e outro filme, ‘Army of Thieves’, que virão em breve.
Com o recém lançamento, Zack Snyder deu um tempo nas produções de heróis. O próximo projeto dele no cinema é a adaptação do livro ‘The Fountainhead’ da escritora Ayn Rand. A obra, de 1943, ganhou um filme 1949 – aqui no Brasil o título ficou ‘Vontade Indômita’. Na história, um arquiteto arrogante chamado Howard Roark se vê como um incompreendido e enquanto tenta preservar seus ideais acaba se envolvendo com uma mulher casada. Ainda não vimos Zack Snyder dirigir um dramalhão, então ficamos aqui com o mais singelo “vem aí” sobre os próximos passos da carreira do cineasta.