Zack Snyder: dos zumbis aos heróis, conheça a carreira do diretor Zack Snyder: dos zumbis aos heróis, conheça a carreira do diretor

Zack Snyder: dos zumbis aos heróis, conheça a carreira do diretor

Aproveitando a estreia de ‘Army of The Dead: Invasão em Las Vegas’ na Netflix, conheça mais sobre a trajetória do cineasta que desperta amor e ódio nas redes sociais

21 de maio de 2021 11:44
- Atualizado em 18 de maio de 2023 13:19

Os filmes de Zack Snyder podem despertar muita polêmica, mas ele certamente consegue chamar atenção para seus trabalhos de uma forma ou de outra. O cineasta solidificou sua carreira com filmes de super-heróis, passando por ‘Watchmen’, ‘O Homem de Aço’, ‘Batman vs Superman: A Origem da Justiça’ e, agora em 2021, ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’.

Para quem não sabe, o cineasta fez sua estreia na direção com o apocalipse zumbi em ‘Madrugada dos Mortos’, que se tornou uma obra cultuada desse universo. E, agora, o diretor volta às raízes com seu mais recente lançamento, ‘Army of The Dead: Invasão em Las Vegas’.

O filme chega hoje, 21, à Netflix e, aproveitando o gancho, relembramos a carreira de Snyder aqui no Filmelier.

Zack Snyder, Deborah Snyder, sua esposa e produtora, e o produtor Wesley Coller nos bastidores de ‘Army of the Dead’ (Foto: Divulgação/Netflix)

Começo da carreira

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O cineasta, nascido nos Estados Unidos, teve uma criação religiosa baseada na Ciência Cristã – que acredita em um sistema de cura fundado nos conhecimentos universais da Bíblia. Sua mãe era professora de fotografia e pintora, enquanto seu pai era um recrutador de executivos.

Zack Snyder nasceu com o lado artística da mãe e estudou no Art Center College of Design em Pasadena, Califórnia. Seus primeiros projetos como diretor foram em comerciais de TV, onde ele atuava na direção fotográfica, e de clipes, chegou a trabalhar com Morrissey, Rod Stewart e ZZ Top, isso durante os anos 1990 e 2000.

Eis que em 2004, como já entregamos no spoiler, o primeiro filme dele foi ‘Madrugada dos Mortos’, remake do clássico homônimo de 1978 de George A. Romero.

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Sarah Polley e Ving Rhames em ‘Madrugada dos Mortos’ (Foto: Divulgação/Universal Pictures)

A história é bem típica do gênero, alguma atividade maligna transforma todo mundo em zumbi e um grupo de pessoas se refugia em um shopping center. Acompanhamos então uma luta pela sobrevivência e os mortos-vivos acabam dando menos dor de cabeça do que os humanos, que mostram seu pior lado em situação complicadas.

Entre a direção de um clipe e outro, Zack Snyder deu vida à obra de Frank Miller em ‘300’ (2006), em seu segundo projeto cinematográfico. A adaptação dos quadrinhos foi o primeiro sucesso de bilheterias do diretor. Com Gerard Butler, Lena Headey, Michael Fassbender e Rodrigo Santoro, a produção deu tão certo que ganhou uma sequência em 2014, ‘300: A Ascensão do Império’.

Em 300, somos transportados para 480 A.C durante a guerra entre a Pérsia e a Grécia. O foco da história é a batalha de Thermopylae, em que Leônidas, rei da cidade grega de Sparta, lidera seus guerreiros em desvantagem contra o exército persa, do rei Xerxes. Como eram apenas 300 homens, os gregos já sabiam que iam perder e mesmo assim não desistem da luta.

300 | Netflix
Gerard Bulter e seu ‘This is Sparta’ fizeram tanto sucesso quanto o filme (Foto: Divulgação/Warner Bros.)

A era do super-heróis

A robusta bilheteria de ‘300’ garantiu o trabalho seguinte de Snyder, a também adaptação dos quadrinhos ‘Watchmen: O Filme’ (2009). Baseada na história criada por Alan Moore e Dave Gibbons, o filme conseguiu agradar e desagradar os fãs de HQ – especialmente depois do lançamento da série da HBO.

Apesar disso, Snyder fez um bom trabalho e esse foi o ínicio de suas produções com super-heróis com um teor mais sombrio. A estética do diretor começou a ser moldada em ‘300’ e vemos que foi se solificando nos longas seguintes.

‘Watchmen’ narra a história de um vigilante chamado Rorshach que dá início a uma investigação para descobrir quem assassinou um ex-herói. Estrelado por Malin Åkerman, Billy Crudup, Patrick Wilson, Jeffrey Dean Morgan e Carla Gugino, o filme foi bem recebido pela crítica.

Ao lado de ‘Homem de Ferro’ (2008), a produção foi uma das primeiras da atual fase dos super-heróis no cinema. Ou seja, Zack Snyder teve um papel importante ao colocar definitivamente em pauta esse tipo de narrativa no universo cinematográfico.

Em seu terceiro trabalho, Snyder mudou completamente o foco quando se aventurou pelo universo da animação em ‘A Lenda dos Guardiões’, também da Warner Bros. Novamente, a história é uma adaptação, dessa vez de uma série de livros juvenis da autora Kathryn Lasky.

No filme, uma coruja fascinada pelas histórias épicas contadas pelo pai sobre os Guardiões de Ga’Hoole, é capturada junto com seu irmão por corujas do mal que querem dominar o reino em que eles vivem. Com um foco mais infantil, a produção é bem feita e foi o único projeto animado até o momento do diretor.

A descontrução segundo Zack Snyder

Voltando para a estética sombria, Snyder encarou seu primeiro projeto autoral em ‘Sucker Punch: O Mundo Surreal’ (2011). Com inspirações em ‘Alice no País das Maravilhas’ e o ‘O Mágico de Oz’, o filme conta a história de uma moça apelidada de Babydoll que é internada em uma sanatório e mergulha um mundo fantasioso que serve como um escape da sua realidade.

Foto de Emily Browning - Sucker Punch - Mundo Surreal : Foto Carla Gugino, Emily Browning - AdoroCinema
Emily Browning e Carla Gugino em ‘Sucker Punch’ (Foto: Divulgação/Warner Bros.)

O diretor chegou a comentar recentemente sobre a produção em entrevista à Vanity Fair. Ele disse que essa foi sua tentativa de desconstrução da estética machista presente na mídia.

“É um filme de protesto de várias formas. É um filme sobre gênero. Na época me perguntaram ‘Por que você vestiu as garotas assim?’ e eu sempre dizia ‘Eu não as vesti assim, você vestiu’. Sempre vi isso como uma denúncia, de certa forma, da cultura popular. Acho que na época fui criticado por ser o contrário, tipo, algum tipo de discurso sexista. Foi divertido de fazer e ainda adoro isso até hoje”, disse Snyder.

Depois de ‘Sucker Punch’, Zack Snyder entrou de vez no mundo cinematográfico dos super-heróis ao comandar o remake de Superman em ‘O Homem de Aço’ (2013) – que deu início ao Universo Estendido DC. O longa impulsonou a carreira de Henry Cavill, que interpretou o personagem em mais três filmes – contando a nova versão da ‘Liga da Justiça’.

Antes de dirigir ‘Batman vs Superman: A Origem da Justiça’, Snyder ajudou a roteirizar a sequência de ‘300’, chamada ‘300: A Ascensão do Império’, de 2014. Até que, em 2016, ele colocou os dois heróis para brigarem e escalou Ben Affleck para dar vida ao Homem-Morcego.

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Henry Cavill e Ben Affleck em ‘Batman Vs Superman’ (Foto: Divulgação/Warner Bros.)

O confronto entre Superman e Batman não deu muito certo no âmbito da crítica, mas a produção agradou parte importante dos fãs. Uma das boas surpresas do longa é a inserção de Gal Gadot, que surge como a Mulher-Maravilha, abrindo espaço para ‘Liga da Justiça’ e o filme solo da Amazona.

A ideia era que Zack Snyder comadasse o produção que unia os heróis citados com Flash e o Cyborg, mas, infelizmente, ele não conseguiu terminar seu trabalho.

#ReleaseTheSnyderCut

Nos últimos anos, fomos impactados pela corrente de fãs pedindo nas redes sociais para que fosse lançado o chamado Snyder Cut, a cversão do diretor de ‘Liga da Justiça’ – isso com a tag #ReleaseTheSnyderCut.

O burburinho foi tão grande que a Warner Bros. decidiu dar sinal verde para o longa-metragem e liberou uma verba para que o diretor pudesse filmar novas cenas e finalizar sua obra. Como já citado, Zack Snyder era o diretor original do filme lançado em 2017.

No entanto, por conta da morte prematura de sua filha, Autumn, ele abandonou o projeto e quem assumiu foi Joss Whedon (‘Os Vingadores‘). O novo diretor entregou uma produção que não agradou os fãs, que queriam ver o corte de Snyder.

Por isso que surgiu a campanha “Release The Snyder Cut”, pedindo a divulgação da versão de Snyder – que, como sabemos hoje, ainda não existia, não ao menos de forma completa. O próprio elenco do filme passou a apoiar e a divulgar o movimento, com declarações em redes sociais de Gal Gadot, Henry Cavill e Jason Momoa.

Chegamos então a 2021, ano em que o mundo pode conhecer a ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’. O lançamento nos EUA foi direto para o HBO Max, muito para fortificar a presença da nova plataforma de streaming da WarnerMedia – ainda que privando o diretor de ter a sua obra como ele vislumbrava, que era na tela grande do cinema.

As 10 maiores mudanças entre “Liga da Justiça” original e o Snyder Cut
Jason Momoa, Gal Gadot e Ray Fischer em ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’ (Foto: Divulgação/Warner Bros.)

E agora voltamos para ‘Army of the Dead: Invasão Las Vegas’, que chegou hoje (21) à Netflix. O filme de zumbis com mercenários já garantiu uma série derivada ‘Army of the Dead: Lost Vegas’ e outro filme, ‘Army of Thieves’, que virão em breve.

Com o recém lançamento, Zack Snyder deu um tempo nas produções de heróis. O próximo projeto dele no cinema é a adaptação do livro ‘The Fountainhead’ da escritora Ayn Rand.

A obra, de 1943, ganhou um filme 1949 – aqui no Brasil o título ficou ‘Vontade Indômita’. Na história, um arquiteto arrogante chamado Howard Roark se vê como um incompreendido e enquanto tenta preservar seus ideais acaba se envolvendo com uma mulher casada.

Ainda não vimos Zack Snyder dirigir um dramalhão, então ficamos aqui com o mais singelo “vem aí” sobre os próximos passos da carreira do cineasta.

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