Em ‘Army of the Dead: Invasão em Las Vegas’, Zack Snyder retorna às suas origens, ao tema de seu filme de estreia: uma história de zumbis, recheada de terror e ação. Com uma atmosfera espirituosa, ‘Army of the Dead’ é um filme que exala diversão e brinca com seu gênero e possibilidades. Fugindo um pouco do clássico cenário de zumbis, aqui temos por baixo uma trama de roubo, uma narrativa de formação de equipe com o intuito de executar um golpe milionário. O filme conta com visuais incríveis, sequências de ação eletrizantes, e uma narrativa empolgante e animada, mas com momentos emocionantes também. Dave Bautista ('Guardiões da Galáxia') faz um excelente trabalho e carrega o filme com êxito, se provando um ator versátil e extremamente competente. ‘Army of the Dead: Invasão em Las Vegas’ é um longa-metragem para os amantes do cinema de entretenimento puro, e que com certeza mereceria ser exibido nas telonas. Afinal, é um desses filmes que carrega o público em sua jornada, com uma conexão coletiva vibrante. Ainda assim, no conforto do sofá de casa, é uma tremenda aventura e uma experiência nostálgica para lembrar da sensação de estar em um cinema.
A existência de 'Liga da Justiça de Zack Snyder' é, certamente, uma vitória dos fãs. Foram eles que, ainda em 2017, exigiram que a Warner Bros. lançasse a versão original do diretor de 'Liga da Justiça', que recebeu o apelido de "Snyder Cut". Explica-se: o cineasta deixou reta final da produção após perder a filha, Autumn - e foi substituído por Joss Whedon, que, a mando do estúdio, imprimiu um outro olhar no filme. Por tudo isso, o novo corte soará para os não-fãs como uma versão muito estendida (são cerca de 4h de duração) para quase a mesma história. Porém, os fãs do Universo Estendido DC e de Snyder vão vibrar com cada nova cena, referência ou participação especial. Afinal, não se trata apenas de um resgate do que foi ignorado nos cinemas em 2017 e uma subtração do que foi feito pelo Whedon, mas também a adição de sequências totalmente novas, gravadas especialmente para o Snyder Cut. Infelizmente, o título não está disponível no momento - mas retornará em junho, com a chegada do HBO Max.
Nos bastidores, ‘Batman vs. Superman’ teve diversas modificações feitas a partir de pedidos do estúdio ou após as primeiras exibições de teste. Por isso, várias cenas foram retiradas do corte final do longa-metragem. Esta Edição Definitiva resgata essas cenas, dando mais tempo de tela para a construção de Clark Kent e das motivações da inimizade dele com o Homem-Morcego de Gotham. Há também mais cenas com a Lois Lane de Amy Adams, que ajudam a sustentar os acontecimentos do filme. É, afinal de contas, uma edição que melhora a história como um todo.
O objetivo deste filme é justamente criar as bases para a consolidação do Universo Estendido DC, com Batman, Superman e até a Mulher-Maravilha finalmente atuando juntos, um sonho antigo dos fãs. Porém, a fórmula escolhida para este primeiro encontro é justamente a do conflito entre os dois medalhões, em um roteiro que soa fraco e com soluções vazias. O resultado acabou sendo massacrado pela crítica, mas atingiu em cheio o chamado “fandom” da DC por entregar muita ação em sequências de tirar o fôlego. Um dos grandes temas levantados pelo longa é a posição de salvador ocupada pelo Superman. Será que precisamos de um deus entre os homens, que decida quem precisa ser salvo, ou a humanidade deve ter o livre arbítrio para seguir o seu rumo – mesmo que isso represente o seu próprio fim? É um interessante debate filosófico, ainda que no núcleo de um grande blockbuster do cinema.
A história é aquela que você já conhece: um bebê é enviado pelos pais de um longínquo e moribundo planeta, ganhando grandes poderes enquanto vive na Terra. Criado por uma família do interior dos EUA, ele desenvolve os valores da sociedade ocidental e cresce para se transformar no grande protetor do planeta. Porém, nesta versão, o diretor Zack Snyder (‘Watchmen’) incorpora o cinismo e a desesperança do mundo moderno tanto na história quanto na estética – em um visual sombrio que ditou os rumos dos filmes que viriam depois. O personagem-título é vivido pelo ator Henry Cavill, que deixa claro em sua atuação o deslocamento sentido pelo Superman, que não consegue se sentir como mais um humano entre os humanos. Infelizmente, o filme se perde em seu último ato, falhando na missão de construir o aspecto heroico no protagonista – ainda que isso não apague os méritos de ‘O Homem de Aço’ como um blockbuster bem construído e com cenas épicas.