Depois que uma chuva de meteoros atinge a Terra, um pai preso em uma estação espacial deve ajudar sua filha, à distância, a sobreviver à catástrofe e ajudar os outros. Com essa premissa digna de um blockbuster de Hollywood, 12 Horas Para o Fim do Mundo é um filme russo muito bem executado que não deixa nada a dever para seus congêneres americanos. Uma excelente opção se você procura ação, espetáculo e uma história emocionante com puro espírito de entretenimento.
A paradoxo dos thrillers apocalípticos, especialmente quando adicionam ironia à mistura, é que a crítica e o aviso podem se transformar em catarse e, eventualmente, em frivolidade. Escrito e dirigido por Sam Esmail (criador da série Mr. Robot) com base no romance homônimo de Rumaan Alam, O Mundo Depois de Nós (Leave the World Behind) pertence ao seleto clube de filmes com esse efeito, como Não Olhe para Cima ou O Menu nos últimos anos. A trama segue um casal (Ethan Hawke e Julia Roberts) de Nova Jersey que, em uma viagem de férias com seus filhos para Long Island, vivencia uma série de eventos perturbadores e a chegada de George Scott (Mahershala Ali) e sua filha (Myha’la), os proprietários da casa onde estão hospedados. Desconfiando um do outro e incomunicáveis com o resto do mundo, ambas as famílias precisam enfrentar o que, a cada momento, parece mais uma ameaça existencial. Funciona como um thriller divertido e bem interpretado que proporcionará um ótimo momento, embora não seja tão profundo quanto pretende ser. Leia mais em nossa crítica completa de O Mundo Depois de Nós.
Que filme mais tenso, intenso e inesperado é esse 'Destruição Final: O Último Refúgio'. Repetindo a parceria de Gerard Butler e o diretor Ric Roman Waugh após 'Invasão ao Serviço Secreto', o longa-metragem se vale de todos os clichês possíveis dos chamados filmes-catástrofes — como 'Tempestade: Planeta em Fúria', 'Independence Day' e afins. No entanto, ao contrário do que acontece geralmente, isso não é exatamente uma coisa ruim. Afinal, mesmo com tantos momentos genéricos na história de uma família tentando sobreviver ao fim do mundo, encontramos bons momentos aqui. Primeiramente, a boa atuação da brasileira Morena Baccarin ('Deadpool') e de Roger Dale Floyd ('Doutor Sono'). Butler está bem também, mas não se difere muito de outros trabalhos. Além disso, chama a atenção no filme o caráter de urgência que a história ganha com os meteoros chegando à Terra. Algo que, confesso, dá bem mais medo do que um terremoto ou coisas do tipo. É um filme cheio de banalidades e momentos genéricos, mas que acerta em cheio naquele público de gosta de adrenalina — e, ainda por cima, com algumas boas reflexões sobre moral e ética no fim do mundo.
Em seu primeiro filme desde o premiado ‘Vice’ - vencedor de três Oscar’, o diretor Adam McKay retorna em ‘Não Olhe pra Cima’ sem perder o seu humor ácido. O filme, que é digno do retorno do cineasta, tem um elenco de peso - com Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Jonah Hill, Timothée Chalamet e Meryl Streep - e uma história que consegue se encaixar perfeitamente com a pandemia de covid-19, vivida a partir de 2020. Na trama, dois astrônomos tentam alertar a população sobre um cometa capaz de destruir a Terra, mas ninguém acredita neles. A produção traz pontuais reflexões sobre o rumo que a humanidade seguiu e como isso afeta as nossas vidas, especialmente em relação a destruição da natureza. ‘Não Olhe pra Cima’ é uma ótima sátira social e política, acertando bem o ritmo e na balança entre o brilhante e o deprimente.
Pode-se dizer que Roland Emmerich é o pai do cinema-catástrofe. Ainda que não tenha sido ele a inaugurar o gênero (‘Guerra dos Mundos’ fez isso dois anos antes do cineasta sequer ter nascido), foi o alemão que deu o formato de cinemão pipoca para aliens que invadem a Terra, terremotos que destroem a superfície e um frio de matar – literalmente. Em ‘Moonfall: Ameaça Lunar’, a sensação é de que Emmerich pega tudo que deu certo (e errado) em sua carreira e junta em uma só história. Afinal, acompanhamos a jornada de astronautas (Halle Berry e Patrick Wilson) que se deparam com um desafio monumental: entender o que está acontecendo com a Lua, que está saindo de órbita e começando a desestabilizar a Terra. A partir daí, começa um mergulho em todos os elementos desse cinema-catástrofe. Obviamente, há muita coisa fora de tom: tramas paralelas que não são interessantes, efeitos visuais megalomaníacos que não convencem, absurdos físicos e por aí vai. Mas, no final, há uma certeza: ‘Moonfall: Ameaça Lunar’ é divertidíssimo. Você torce pelos personagens, acompanha aflito algumas catástrofes e por aí vai. Tecnicamente problemático, sim. Só que o filme tem coração. E isso acaba sendo o suficiente para nos deixar presos na telona enquanto o mundo (e a Lua) estão desabando na nossa frente.