Filmes dirigidos por mulheres

Desde que os filmes existem, há também mulheres dirigindo histórias. Por mais que elas tenham ganhado espaço nos últimos anos, o quadro ainda é bastante desproporcional na indústria cinematográfica. O desafio de ser mulher em um mundo de desigualdades faz das narrativas femininas trabalhos cheio de potência e significado. Pensando nisso, o Filmelier separou obras de diretoras que questionam a norma — dentro e fora das telas —, provocando transformação. Sucesso de crítica e de público, os títulos a seguir deram a volta ao mundo e permanecem inspirando gerações.

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Ataque dos Cães

Ataque dos Cães

6.8/10
2h6min
+14
2021
Drama
Assista em casa
Assinatura:
Netflix

Faroeste maduro e contemplativo, que diz muito nas entrelinhas, ‘Ataque dos Cães’ é daqueles filmes que podem facilmente encabeçar listas de melhores de 2021. Afinal, a cineasta Jane Campion (‘O Piano’) leva muita sensibilidade à tela ao contar a história de Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), dois irmãos, criadores de gado, que não poderiam ser mais diferentes. O primeiro é explosivo e intempestivo. O outro é regrado, quieto, de maneiras suaves. E a vida de ambos muda quando George se casa com a viúva Rose (Kirsten Dunst, esposa de Plemons na vida real) — e que, de quebra, ainda tem o filho Peter (Kodi Smit-McPhee). É nessa relação caótica, em que Peter não se encontra, Phil ganha camadas de ódio e Rose se entrega, que ‘Ataque dos Cães’ vai mostrando toda sua complexidade. Com grandes atuações principalmente de Cumberbatch, Dunst e Smit-McPhee, o longa-metragem exclusivo da Netflix não se torna óbvio ou monótono nunca. Há sempre espaço para que o público, por meio de gestos e silêncios, faça interpretações do que está acontecendo na tela. Campion, ainda que derrape em um roteiro um tanto quanto instável, mostra que é uma das grandes realizadoras de sua geração. ‘Ataque dos Cães’, assim, é um faroeste lento, contemplativo, que diz muito mais do que aparece na tela — não espere, de maneira alguma, um bang-bang ou coisa do tipo. No lugar, temos discussões sobre pertencimento, sexualidade e identidade, sempre com muita sensibilidade. Isso, no final das contas, é mais poderoso do que tiros pra lá e pra cá.

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Nomadland

Nomadland

7.3/10
1h47min
+14
2021
Drama

Chloé Zhao tem se destacado nos últimos anos. Afinal, a diretora vem se mostrando um nome a ser acompanhado, com um trabalho extremamente autoral e uma ótica singular sobre a realidade do sonho americano, além da grande parcela da população que é engolida pelos ideais de liberdade. Assim como em seu filme anterior, ‘Domando o Destino’, Zhao debruça seu olhar para o coração dos Estados Unidos, aos esquecidos e abandonados, pessoas que vivem como nômades, em busca de uma maneira para escapar da roda gigante capitalista, que priva os indivíduos de sua pessoalidade. Para isso, além da espetacular Frances McDormand, que entrega uma atuação extremamente íntima e tocante, Zhao trabalha majoritariamente com não atores, o que localiza o filme em um espaço único entre a ficção e a realidade. Pessoas reais com histórias reais, indivíduos marginalizados e ignorados pela sociedade que recebem a oportunidade de um retrato digno, sem glamour ou romantização, mas compreensivo e acolhedor. Assim ‘Nomadland’ se consagra como um drama realista potente, que dá voz aos ignorados e recorda a vastidão e pluralidade do país e de seu povo.

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Bela Vingança

Bela Vingança

7.5/10
1h53min
+16
2020
Suspense
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Estreou no Festival de Cinema de Sundance de 2020 e venceu um Oscar de Melhor Roteiro Original em 2021. Se há uma palavra que descreve 'Bela Vingança' (com o título original mais certeiro 'Promising Young Woman'), é "raiva". Raiva contra a misoginia estrutural que permeia praticamente todas as áreas da sociedade e que leva impunemente tantas fatalidades. Mesmo que não seja o mais visualmente intencional e seu roteiro tenda a ser muito indulgente para a conveniência, este é um thriller moralmente incisivo, sustentado por uma edição sólida e, acima de tudo, pela maravilhosa atuação da protagonista Carey Mulligan.

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Eternos

Eternos

6.3/10
2h37min
+12
2021
Aventura
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Assinatura:
Disney+

Um dos melhores filmes de super-heróis de 2021 e o mais convencional da ganhadora do Oscar Chloé Zhao - se você está em busca de um ‘Nomadland’ ou ‘Domando o Destino’ vai se surpreender com o resultado de ‘Eternos’. Quem achou que fosse uma produção lenta devido ao histórico da diretora, errou: ela conseguiu adaptar uma história como a Marvel Studios gosta e deixou sua marca nos grandes blockbusters de HQs. Apesar disso, ‘Eternos’ é um dos longas mais diferenciados do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), foge dos padrões, é extremamente inclusivo e também mostra mais ousadia, tirando aquela imagem de que super-heróis não são humanizado e não nutrem desejos. As discussões são maduras e a trama é um frescor por trazer algo novo. Sem perder as piadinhas e a grandeza do estúdio, Zhao faz um bom trabalho e mostra que consegue comandar um elenco de peso - nos longas anteriores, ela não trabalhava com atores profissionais, tirando Frances McDormand em ‘Nomadland’.

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Identidade

Identidade

6.6/10
1h38min
+12
2021
Drama
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Assinatura:
Netflix

Estreia na direção da atriz Rebecca Hall, que atua aqui também como roteirista, ‘Identidade’ conta uma história muito poderosa sobre a sociedade racista. Ambientada na década de 1920, a trama gira em torno da vida de duas mulheres negras - mas uma delas se passa por branca e, por conta disso, sua relação com a sociedade é completamente diferente da outra. Rebecca Hall e o diretor de fotografia Eduard Grau (‘As Sufragistas’) foram muito perspicazes ao escolher o preto e branco para mostrar todos os tons dessa narrativa, que é especialmente particular. É um filme bonito em todos os sentidos e funciona como uma verdadeira representação da identidade racial combinada com cinematografia muito bem intencionada.

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