O brutal assassinato da atriz Sharon Tate e de vários amigos em sua casa, em agosto de 1969, é um dos eventos mais chocantes não apenas na história de Hollywood, mas nos anos 1960 em geral. Por décadas, o acontecimento inspirou interesse e até curiosidade do público em geral sobre a atriz e seu então marido, o cineasta Roman Polanski (Bebê de Rosemary); assim como nos integrantes da "Família Manson", manifestada em inúmeras publicações e até filmes (Era uma vez em ... Hollywood, de Quentin Tarantino, é um dos exemplos mais populares). A Maldição de Sharon Tate (The Haunting of Sharon Tate) mistura eventos reais com ficção, inspirados em uma declaração controversa feita pela atriz em 1967, na qual ela mencionou um suposto sonho com a própria morte. O resultado é este thriller de terror estrelado por Hilary Duff (‘Gossip Girl’'), que apesar de não violar as convenções do gênero, oferece um toque peculiar a um dos assassinatos mais perturbadores do século XX.
Dirigido por Jay Roach (Trumbo: Lista Negra) e escrito por Charles Randolph (A Grande Aposta), O Escândalo (Bombshell) é um drama biográfico oportuno lançado após a onda de queixas de assédio sexual em Hollywood e na indústria de mídia dos EUA em geral. Às vezes, não transcende o sensacionalismo, mas o filme é um ótimo ponto de partida para começar a conhecer os movimentos #MeToo e Time's Up. Os destaques ficam por conta das performances de Nicole Kidman, Charlize Theron, Margot Robbie e um assustador John Lithgow como Roger Ailes.
Em Quatro Paredes (Black Box Diaries), indicado ao Oscar 2025 de Melhor Documentário, a diretora Shiori Itō compartilha sua história de forma crua, combinando gravações pessoais com investigação jornalística. Ambientada no Japão, o documentário vai além do simples relato de um crime: expõe a negligência das autoridades e mostra a força de uma mulher ao enfrentar um sistema de justiça falho. O resultado é um filme que emociona e choca ao mesmo tempo, desafiando leis ultrapassadas e provocando reflexão sobre a cultura do silêncio. Um testemunho corajoso que não pode ser ignorado.
A Garota da Agulha é um filme do cineasta sueco Magnus von Horn, em um registro muito diferente de seu longa-metragem anterior, Sweat. Aqui, em um tom gótico de conto de fadas para adultos no início do século XX, seguimos a história de uma mulher grávida que, desempregada e diante do desaparecimento de seu marido, se emprega como ama de leite para uma mulher mais velha, sem saber que ela esconde um segredo muito sombrio. Inspirado na história real da infame assassina em série dinamarquesa Dagmar Overbye, o filme se desenvolve como um pesadelo febril em precioso preto e branco, abordando como as condições sociais precárias podem criar os monstros mais terríveis.




