Para entender melhor a revolta dos americanos com a morte de George Floyd e o movimento Vidas Negras Importam, é importante compreender seus antecedentes. E ‘Eu Não Sou Seu Negro’ pode ser uma boa base. Afinal, este documentário, indicado ao Oscar em 2017, mostra a vida e o empenho de Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr., três líderes da luta por igualdade racial que acabaram assassinados. Dessa forma, traz um retrato incendiário e radical da relação entre etnias dentro dos Estados Unidos. Um filme necessário e provocativo, que precisa ser visto para abrir nossos olhos.
Já no campo da ficção, ‘Selma: Uma Luta Pela Igualdade’ também é importante para a compreensão dos antecessores que ajudaram na criação do movimento. Dirigido pela cineasta e ativista Ava DuVernay, o longa mostra a situação da população negra americana nos anos 1960 — que tinha direito ao voto, mas nunca conseguia exercê-lo — e se aprofunda em uma das grandes lutas de Martin Luther King. Assim, o filme define exatamente quem era o ativista, suas posições e ensinamentos. Uma boa pedida para quem quiser aprofundar o que foi contado em ‘Eu Não Sou Seu Negro’. Afinal, mais do que uma religião ou cor, ele pregava a união entre as pessoas.
Outro longa importante sobre o movimento negro, e que complementa a história narrada em ‘Eu Não Sou Seu Negro’, é ‘Malcolm X’, um dos grandes filmes do cineasta Spike Lee. Ao longo de mais de três horas, a história do ativista é narrada desde sua infância, com o pai morto pela Ku Klux Klan, até sua entrada no islamismo e na luta pela comunidade negra. É um filme poderoso, com ideais e propostas muito bem definidos, além de contar com uma atuação arrebatadora e definitiva de Denzel Washington para o líder dos Organização para a Unidade Afro-Americana.
Uma personagem específica também traz luz às questões raciais nos Estados Unidos. É Angela Davis, professora e filósofa socialista americana que alcançou notoriedade na década de 1970. Afinal, na época, ela ingressou no Partido Comunista dos Estados Unidos e nos Panteras Negras, passando a lutar pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos. Este documentário, dirigido por Shola Lynch, fala sobre a figura de Davis e, principalmente, sobre o período em que foi caçada e procurada, sendo considerada uma das pessoas mais perigosas dos EUA. Dessa forma, 'Libertem Angela Davis' acerta ao misturar a história da ativista com raízes mais profundas do racismo que existe em todo território americano. Filme profundo, urgente e necessário para entender algo que ainda hoje é relevante.
Para além dos líderes de movimentos negros, a cineasta Ava DuVernay também se aprofundou na história da escravidão e como isso reverbera ainda nos dias de hoje — levando à marginalização da população negra, violência policial e outras coisas do tipo. Esse é o tema do poderoso documentário ‘13ª Emenda’, longa-metragem que busca entender melhor as raízes do racismo nos Estados Unidos a partir do período de escravidão no País e, posteriormente, às leis que surgiram criminalizando a cultura negra.