‘Duro de Matar’ é um clássico quintessencial do cinema dos anos 1980 e dos filmes de ação, responsável por moldar o gosto de muitos fãs do gênero e por colocar Bruce Willis no rol dos heróis de ação. A premissa é uma das mais interessantes, que seria reciclada em diversos filmes depois: um policial de Nova York chamado John McClane (Willis) vai visitar a empresa da esposa, em Los Angeles, durante a festa de Natal da firma, que fica sediada no Nakatomi Plaza - no mundo real, edifício-sede da 20th Century Fox, na época ainda em construção. Lá, ele se depara com um grupo de terroristas (liderados por Alan Rickman, em ótima atuação), que fecham o edifício. Agora, cabe ao exército de um homem só (e pés descalços) enfrentar os bandidos - o que se transforma em uma aventura épica. Com cenas ótimas e frases icônicas (“Yippee-ki-yay, motherfucker!” entrou para o léxico da sétima arte), ‘Duro de Matar’ é, desde 1988, o companheiro perfeito de uma bela pipoca para uma sessão de cinema em casa - e, para muitos, um dos melhores filmes de Natal já feitos, ainda que esse nunca tenha sido exatamente o objetivo original.
Este é um filme que facilmente poderia ter sido feito nos anos 1980 -- e isso não é uma crítica. ‘Entre Armas e Brinquedos’ tem bons atores e uma história que vai direto ao ponto. Quem cresceu assistindo à filmes e séries que não se levam a sério, e deixam isso bem claro, vão achar esse filme um deleite. Com um roteiro divertido e interessante, a narrativa mostra a dura realidade em que o Papai Noel, interpretado por Mel Gibson, está a beira da falência e usa do serviço de militares para tentar salvar a empreitada. Não tem como não se interessar por um premissa dessas. É basicamente a inserção do capitalismo em um mundo lúdico.
Grande exemplar da cultura pop dos anos 1980, misturando humor e terror - o que motivou, nos EUA, a criação de uma nova classificação etária nos EUA, a PG-13. Os efeitos especiais práticos são simples, o enredo não é lá muito elaborado, mas nada disso ofusca a diversão que o filme propõe, pelo contrário. Tudo isso, claro, com um presente de Natal como ponto de partida para a trama. Afinal, quem não gostaria de ganhar um Gizmo de presente? Só tome cuidado: não o molhe, nem o alimente após a meia-noite, ok?
‘Batman: O Retorno’ aprofunda a visão melancólica de Tim Burton do universo do herói, já vista em 'Batman', desta vez introduzindo dois novos vilões: a Mulher-Gato de Michelle Pfeiffer (que marcou época com seu figurino e interpretação) e o Pinguim de Danny DeVito – sem falar na importante presença de um terceiro antagonista, vivido por Christopher Walken. Talvez o grande problema do longa esteja justamente aí: o excesso de vilões, que competem pelo tempo de tela, e pela repetição da fórmula de Burton com o Pinguim, transformado-o em um homem angustiado por causa dos problemas que teve com os pais. Ainda assim, é um longa extremamente competente, que consegue capturar a atenção do público - e que, claro, tem o Natal como o seu maior pano de fundo.
Uma das melhores comédias românticas de Natal de 2020. Kristen Stewart é a protagonista dessa divertida história que foca na importância que os pais têm em nossas vidas, não importa nossa idade. A atriz, que foi taxada por não entregar muitas expressões na saga de ‘Crepúsculo’, tem mostrado que tem uma veia cômica - vista na nova versão de ‘As Panteras’ - e novamente, vemos isso em ‘Alguém Avisa?’ (inclusive, o título em inglês ‘Happiest Season’, em tradução livre “temporada mais feliz”, entrega menos sobre a trama). Stewart consegue transparecer todas as suas emoções e encantar quem está assistindo ao filme. A química entre ela e a outra protagonista, Mackenzie Davis, é inegável, as duas funcionam muito bem como casal. Além delas, o elenco inteiro é ótimo, destaque para Mary Holland, que interpreta Jane, que rouba todas as cenas em que aparece.