Premiado em diversos festivais, esse terror nacional é carregado de poder feminino - com a rara ausência de homens atuando, divergindo do cinema tradicional. Tratando de gravidez, desejos da mulher e do sobrenatural, 'As Boas Maneiras' é uma das produções brasileiras mais surpreendentes dos últimos anos.
Este suspense brasileiro traz um elenco de nomes conhecidos, como Murilo Benício, Camila Morgado e Humberto Carrão. A história é uma grande metáfora sobre a situação atual do Brasil, as diferenças entre classes e gêneros, no turbilhão de emoções que tem marcado a nossa sociedade. Isso tudo sem deixar de ser uma obra tensa, com um roteiro que fisga a nossa atenção. A direção leva a assinatura de Gabriela Amaral, em seu primeiro longa-metragem – um trabalho que merece elogios.
Surpreendente estreia na direção de Dennison Ramalho, o longa-metragem ‘Morto Não Fala’ surpreende por ter uma história que mistura um horror fantasioso com terror psicológico e que funciona perfeitamente dentro de uma lógica social e cultural brasileira. Afinal, a trama acompanha a história de um plantonista de necrotério que consegue se comunicar com os mortos. No entanto, como é de se esperar, as coisas começam a sair do controle e o personagem, muito bem interpretado por Daniel de Oliveira, entra em uma espiral de caos. Bom filme para quem não liga para exageros visuais.
Um dos grandes clássicos do cinema brasileiro, ‘À Meia-Noite Levarei sua Alma’ foi a grande consagração de José Mojica Marins e o filme que deu forma ao personagem Zé do Caixão — que, de tão popular, acabou se personificando completamente na própria figura do ator, roteirista e cineasta. Na trama, acompanhamos a história de um sádico e cruel coveiro que estupra uma mulher para gerar um filho perfeito, dando continuidade à sua estirpe. No entanto, a violentada passa a planejar um suicídio para voltar do mundo dos mortos e se vingar do coveiro. Mesmo com limitações de orçamento, Zé do Caixão mostra que o terror pode surgir de técnicas avançadas e elaboradoras de filmagem e maquiagem.
Filme brasileiro que levou o San Sebastián International Film Festival em 2021, ‘Medusa’ é um filme que reflete com poesia, crueza e exatidão sobre os tempos obscuros que o Brasil viveu no final dos anos 2010 e começo dos anos 2020. A história, afinal, reflete sobre a influência cristã na sociedade brasileira ao acompanhar a jornada de Mariana, uma jovem que faz de tudo para se manter nos padrões dessa sociedade cristã – inclusive forçando outras pessoas a seguirem esses padrões, forçando com uma espécie de gangue ao melhor estilo ‘Laranja Mecânica’. Com toques de horror, a cineasta Anita Rocha da Silveira olha com preocupação para essa influência religiosa no Brasil, mas sempre apontando como isso acaba sendo uma construção artificial e que atinge todas as pessoas.




