O diretor Ritesh Batra (‘Lunchbox’ e ‘Nossas Noites’) retorna à Índia para contar um romance temperado pela cultura local, mas com apelo mundial. O resultado é um longa-metragem elegante, sobre dois desajustados que há muito perderam o interesse pelo amor, mas que buscam encontrar algo em comum. Com a bela Mumbai – ou, se preferir, Bombaim – como pano de fundo, a história evita as tensões em excesso e se apoia em boas atuações (incluindo de Nawazuddin Siddiqui, um dos grandes nomes de Bollywood) para entregar o seu charme.
Pouquíssimos filmes retratam a ótica dos assassinos (sem considerar, claro, os slashers de terror). Um dos raros exemplos é ‘Monster: Desejo Assassino’, com Charlize Theron e dirigido por Patty Jenkins – e, agora, ‘Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal’. O longa-metragem traz o ângulo emocional do protagonista, um serial killer belo, carismático e sangrento que aterrorizou os EUA durante os anos 1970. Aqui ele é vivido por Zac Efron, ex-estrela teen que demonstra um amplo espectro de atuação, conseguindo capturar a essência de Bundy. O resto do elenco também é estrelado, incluindo Lily Collins (‘Os Instrumentos Mortais’), Kaya Scodelario (‘Predadores Assassinos’ e ‘Maze Runner’), John Malkovich (que dispensa apresentações), Jim Parsons ('The Big Bang Theory') e até uma ponta de James Hetfield (ele mesmo, o vocalista do Metallica). O filme tem os seus problemas, sendo um irregular em alguns momentos, mas irá satisfazer aqueles em busca de boas atuações ou que querem entender a mente de um assassino – ou de suas vítimas.
Quem diria que, no começo, o Papai Noel era tão parecido com o Grinch? ‘Klaus’, a estreia na direção de Sergio Pablos (roteirista e criador de ‘Meu Malvado Favorito’), é um ótimo filme para toda a família, que também busca resgatar a estética e a sensação das animações tradicionais. Mas o mais importante de tudo é que ela tem uma bela história, que também se afasta dos clichês típicos dos filmes de Natal para nos dizer algo realmente original e emocionante. O elenco de vozes é luxuoso, com J.K. Simmons (‘Whiplash’) e Jason Schwartzman (‘O Fantástico Sr. Raposo’) nos papéis principais. Longa-metragem exclusivo da Netflix.
Steven Seagal é um dos mais longevos e produtivos heróis de ação do cinema, e nem a terceira idade é capaz de pará-lo. Em ‘Missão Final’, Seagal atual mais de mãos limpas, mostrando as suas habilidades no aikido – em sua melhor performance nos últimos 10, talvez 15 anos (o que, ainda assim, está longe do que ele fazia nos anos 1990). Para os fãs do “cinema brucutu”, o longa entrega bastante ação, ainda que fique devendo nos efeitos especiais – vítimas do baixo orçamento da produção. Tudo isso seguindo a fórmula padrão dos filmes de resgate, que, se não inova por um lado, tem o mérito de entregar exatamente o que o espectador deste tipo de história procura.
Wilson Simonal foi um dos grandes nomes da música brasileira, principalmente entre as décadas de 1960 e 1970, inclusive apresentando programas de sucesso nas TVs Tupi e Record. ‘Simonal’ relembra toda essa trajetória, do começo ao estrelato, na estreia na direção de um longa-metragem para Leonardo Domingues (montador de filmes como ‘Nise: O Coração da Loucura’). O roteiro tem o mérito de conseguir reunir os principais momentos da biografia do músico sem cair no excesso, e a atuação de Fabrício Boliveira ('Faroeste Caboclo') no papel-título merece elogios. Tudo isso, claro, embalado pelas canções do artista.