Lançamentos online da semana de 10 de julho de 2020

Parece que depois de ‘Capitão Phillips’, o astro Tom Hanks tomou gosto por intensas aventuras marítimas -- como se já não bastasse o terceiro ato de ‘Náufrago’. Aqui, em ‘Greyhound: Na Mira do Inimigo’, acompanhamos Hanks como o capitão de um comboio de navios Aliados que precisa atravessar o temido Atlântico Norte enquanto foge de submarinos nazistas. Com roteiro do próprio Hanks e direção de Aaron Schneider (do suspense ‘Beijos que Matam’), o filme repete o ritmo de ‘Capitão Phillips’: trama empolgante, ao longo de 91 minutos, em que é difícil até arranjar um tempinho para respirar. Além disso, vale ressaltar a importância desta produção para a Apple: ‘Greyhound’ foi comprado pela empresa de Tim Cook para ser exibido no Apple TV+ após a Sony Pictures desistir de lançar nos cinemas. Ou seja: o filme continua válido para a corrida no Oscar. E com a excelente performance de Hanks, é algo possível na corrida dos prêmios. [-]

Se você está procurando uma comédia leve para passar o tempo, chegou no filme certo. Com um ótimo elenco, destaque para Danny Pudi e Emily Chang que são os protagonistas e convencem muito como um casal. Pudi ficou conhecido por atuar na série ‘Community’ e Chang, participou de diversos seriados, dentre eles o drama teen de vampiros ‘The Vampire Diaries’. ‘Babysplitters’ vai fazer você rir e até mesmo de identificar com os personagens centrais, e todos os dramas da vida a dois. [-]

Nos últimos anos, as mulheres estão ganhando cada vez mais protagonismo em filmes de ação. Produções como ‘Atômica’, ‘A Justiceira’ e ‘Mad Max’ são apenas alguns exemplos. Agora, ‘The Old Guard’, produção exclusiva da Netflix, segue pelo mesmo caminho. Carregando nas tintas da ficção científica e da fantasia, a diretora Gina Prince-Bythewood (‘A Vida Secreta das Abelhas’, ‘Nos Bastidores da Fama’) foge de seus tradicionais melodramas para abraçar uma trama que tenta seguir o caminho do recente ‘Resgate’, com ação à flor da pele. Como protagonista, Charlize Theron, que também protagonizou os já citados ‘Atômica’ e ‘Mad Max’. É um daqueles filmes para comer com um balde de pipoca e refrigerante, pronto para segurar a respiração por alguns momentos. Afinal, tudo trabalha em prol de uma trama intensa e dinâmica. Pena, porém, que Prince-Bythewood exponha a sua inexperiência no gênero em vários momentos, mostrando uma falta de habilidade na condução de cenas de perseguição e luta. Havia muito mais potencial aqui. De resto, destaca-se Matthias Schoenaerts, KiKi Layne, Luca Marinelli e Chiwetel Ejiofor no elenco. [-]

É incrível como as animações se tornaram uma linguagem eficiente e poderosa em contar os dramas e dilemas do Oriente Médio. Foi assim com ‘Valsa com Bashir’, ‘O Gato do Rabino’, ‘Persépolis’, ‘A Ganha-Pão’ e, agora, com a poderosa ‘Os Olhos de Cabul’. Dirigido pelas estreantes em animações Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec, o longa-metragem coloca leveza na realidade insuportável da Cabul ocupada pelos talibãs nos anos 1990. Histórias de amor e desamor se amontoam, mostrando como as realidades e comportamentos se adequam e tentam encontrar saídas em tempos difíceis. É um drama de animação potente, coeso e que deve deixar o estômago embrulhado ao pensar nas possibilidades e restrições que esse povo viveu em meio ao caos, mortes e violência. Um filme para sentir e refletir. [-]

Produção polonesa que foi inesperadamente indicada na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2020. E não era pra menos. Dirigido por Jan Komasa (‘Rede de Ódio’) e tomando de forte inspiração o potente ‘Fé Corrompida’, o longa-metragem acerta em cheio ao montar o retrato de um jovem padre que, depois de sair de um centro de detenção, se torna sacerdote por um tempo em uma pequena cidade. O destaque, aqui, fica em duas frentes: o roteiro poderoso de Mateusz Pacewicz (também de ‘Rede de Ódio’), que sabe mesclar dores, anseios e alegrias desse personagem controverso; e a atuação marcante de Bartosz Bielenia (‘Estou Mentindo Agora’), que sabe representar todas as angústias do protagonista apenas com olhares, gestos e breves diálogos. Não é um filme tão bom quanto ‘Parasita’ ou ‘Honeyland’, concorrentes na categoria de produções estrangeiras. Mas, sem dúvidas, vale a pena as quase duas horas de viagem nessa história forte, real e pulsante. [-]

‘Conspiração Internacional’ tem boas referências dos suspenses de Hollywood dos anos 1990. É uma produção chinesa e australiana, numa tentativa de fazer um filme parcialmente chinês com apelo global - por conta disso, há alguns diálogos em inglês. O diretor Xue Xiaolu, conhecido por comédias românticas bem populares na China, se arriscou no suspense e conseguiu fazer um ótimo trabalho. ‘Conspiração Internacional’, como diz o título, está repleto de intrigas e o enredo é extremamente bem desenvolvido. Mostra, mais uma vez, que o cinema asiático é completo em todos sentidos, merecendo cada dia mais a atenção do público ocidental. [-]

‘Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado’ tem cheiro, textura e visual típico dos anos 1980. E isso não poderia ser melhor. Afinal, o astrólogo Walter Mercado -- conhecido no Brasil por conta de seu bordão “ligue já!” -- não poderia ser mais representativo dessa década, perdida na memória de muitos. O visual deslumbrante, o excesso de brilho, a aparência andrógina, o cabelo cheio de laquê e com uma coloração acajú marcante. Tudo isso ajudou ao sucesso do porto-riquenha, que passava horas e horas na televisão falando sobre signos e previsões. Neste filme de Cristina Costantini e Kareem Tabsch, lançado com exclusividade na Netflix, segredos do astrólogo são revelados com delicadeza e profundidade, como a sexualidade de Mercado e os motivos de seu sumiço repentino na TV, bem no auge de sua carreira. Tudo isso ilustrado com entrevistas com a estrela, morto em 2019, ilustrações inspiradas em cartas de tarô, maravilhosas imagens de arquivo e entrevistas com pessoas que fizeram parte (direta e indiretamente) da vida deste encantador “mago latino”. [-]

O Shazam, anteriormente conhecido como Capitão Marvel, ganhou um filme solo em 2019 e também uma animação em Lego, onde o divertido herói vai conhecer a Liga da Justiça. A DC continua entretendo os fãs com suas versões Lego dos famosos quadrinhos, que conseguem unir humor e boas histórias. ‘Lego DC Shazam: Magia e Monstros’ é ideal para reunir a família e dar ótimas risadas. Seguindo a linha de ‘Lego Batman: O Filme’, a animação agradará tanto adultos quanto crianças. [-]

A Netflix lançou uma série inspirada no livro ‘O Clube das Babás’, de Ann M. Martin e também o documentário ‘Geração Claudia Kishi’, baseado em uma das personagens. A história do Clube das Babás foi muito importante pois foi uma das primeiras representações de diversidade na mídia. As personagens são de diversas origens, asiáticas, negras e latinas. Uma das protagonistas é Claudia Kishi, que é a vice-presidente do clube, se tornou um ícone entre as mulheres asiáticas. Kishi era um das únicas personagens com ascendência asiática presente na cultura popular norte-americana nas décadas de 1980 e 1990. Muito além de representatividade, Kishi fugiu de estereótipos sendo descrita como criativa, popular e tirar notas ruins na escola. O documentário ‘Geração Claudia Kishi’ fala sobre uma geração inteira que teve Claudia Kishi como ícone e sua importância para a formação de muitas adolescentes que cresceram consumindo filmes, livro e séries com a ausência de personagens asiáticos. [-]

Indianara Siqueira é a protagonista desse filme, que leva seu nome. A ativista liderou um grupo de mulheres transgênero a lutar pela sobrevivência em meio a intolerância. O documentário acompanha a trajetória dessa mulher que se tornou um ícone do movimento trans. Indianara foi uma das fundadoras da Casa Nem, abrigo para pessoas LGBT, no Rio de Janeiro. Em 2019, a produção foi a única brasileira na seleção oficial da mostra ACID (Association du Cinéma Indépendant pour sa Diffusion), no Festival de Cannes. ‘Indianara’ concorreu ao Queer Palm, que homenageia filmes LGBT que participam do festival. O documentário importante para entendermos a luta das pessoas transgênero em meio a uma sociedade preconceituosa e é também emocionante pelo mesmo motivo. [-]

E quem disse que a Turquia também não faz dramalhões familiares novelescos? ‘Um Grito de Liberdade’, do diretor Mustafa Kotan, tem tudo que uma novela das 21h precisa ter para ser considerada atrativa: intrigas familiares, mães sofridas, jovens ingratos, doenças, casamentos complicados. Se tivesse um cenário carioca e uma personagem chamada Helena, poderia ser uma trama de Manoel Carlos. Com o diferencial, claro, de que aqui há um pouco da cultura turca na história -- como a questão do casamento aprovado pelos pais -- e um final que beira uma clássica produção mexicana do SBT, com choro escancarado e uma reviravolta trágica e um tanto quanto desproporcional. Assim, no contexto geral, ‘Um Grito de Liberdade’ deve emocionar aqueles que buscam tramas emocionais, com uma mensagem ali no meio, falando muito sobre a importância da maternidade em nossas vidas. [-]

O nome do filme é o mesmo de uma doença psicológica que ocasiona em mudanças repentinas e transitórias do estado de ânimo. A pessoa pode estar em seu estado, conhecido como normal, mas mostra-se sujeita a ter quedas de humor. Com base nisso temos ‘Disforia’, um terror psicológico que marca a estreia de Lucas Cassales na direção de um longa-metragem. O filme traz um roteiro muito bem elaborado, deixando que o espectador vá traçando suas próprias conclusões da história - que surpreende no final. É válido ressaltar que a produção tem referências do mestre do terror, Stephen King, e também de David Lynch. É bem diferente dos filmes nacionais que estamos acostumados a ver, o que deixa ‘Disforia’ ainda mais interessante. [-]

Ainda que os insetos sejam essenciais para a manutenção do equilíbrio na Terra, essas pequenas criaturinhas despertam também sensações como medo, nojo e desespero. Por isso, insetos e aracnídeos frequentemente são retratados nos cinemas sob essa perspectiva, como no caso de ‘Aracnofobia’, ‘Terror Tropical’ e, guardadas as devidas proporções, o empolgante ‘O Ataque dos Vermes Malditos’. Agora, esta produção Z se debruça sobre mosquitos alterados geneticamente que atacam pessoas como se fossem piranhas. Sob a batuta do cineasta italiano Riccardo Paoletti, o longa-metragem toma ‘Sharknado’ como inspiração e brinca com essa ameaça alada. Sem dúvidas, um terror para rir, se divertir e começar a ouvir os zumbidos noturnos sob uma outra perspectiva. [-]