Este provocante drama francês se passa em uma época de mais pudores e controles sociais, mas que não impede o florescimento de um amor proibido entre uma jovem noiva e a artista que deve retratá-la em um quadro. Dessa forma, ‘Retrato de Uma Jovem em Chamas’ mistura uma ótima reconstrução de época, uma bela fotografia e uma romance intenso – que só ganha com as atuações de Adèle Haenel (‘A Garota Desconhecida’) e Noémie Merlant (‘Curiosa’). Mais um destaque na filmografia da diretora e roteirista Céline Sciamma, que já assinou produções como ‘Tomboy’, ‘Garotas’ e ‘Lírios d’Água’.
Carol reconstrói como poucos filmes a Nova York dos anos 1950, seja nos detalhes de cena ou no preconceito - que faz com que duas mulheres sejam punidas por demonstrarem aquilo que sentem uma pela outra. Cate Blanchett está extraordinária em cena, trazendo toda a carga de flerte, romance e drama que o filme exige.
Um filme direto e explicito, sobre as interações de um homem em um lago frequentado pelo público gay. Enquanto isso, traz uma interessante visão sobre aqueles que frequentam o local e a busca pelo amor.
Ao longo dos últimos anos, cineastas russos estão apostando cada vez mais em histórias pessimistas, com clima frio e personagens perturbados. É o caso dos excelentes ‘Loveless’ e ‘Leviathan’, por exemplo, elogiados pela crítica especializada. Agora, essa fórmula se repete em ‘Uma Mulher Alta’, selecionado da Rússia para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2020. Nele, uma mulher enfrenta as dores de um período de guerra, ao mesmo tempo que vive com os dilemas da maternidade. A dor da protagonista é palpável, numa atuação impressionante de Viktoria Miroshnichenko. Há uma fisicalidade em sua atuação rara de se ver no cinema russo. Os olhares, os gestos e os sorrisos enfraquecidos dizem muito. Já a direção de Kantemir Balagov (do bom ‘Tesnota’) se vale de um excesso de verde, na fotografia, para criar a ambientação necessária. Difícil não se emocionar e não sair transformado de ‘Uma Mulher Alta’. É forte, é impressionante, é difícil.
Um dos grandes filmes do Festival de Cannes de 2017, vencedor do Grand Prix e a obra que fez Pedro Almodóvar, o presidente do júri, chorar. Porém, ‘120 Batimentos por Minuto’ é mais do que isso. Trata-se de um grito de toda uma geração, que ficou frente a frente com o fantasma do HIV e da Aids e que também via o governo e as grandes indústrias farmacêuticas negarem ajuda – um lado não fazia campanhas de conscientização e sobre o uso da camisinha, enquanto o outro buscava lucrar milhões enquanto inúmeras pessoas morriam. O diretor Robin Campillo, no entanto, conta essa história com muita emoção e coração, com foco nos protagonistas interpretados pelo trio Nahuel Pérez Biscayart, Arnaud Valois e Adèle Haenel (de ‘Amor à Primeira Briga’). Uma história tocante, para abrir nossos olhos e nos mostrar a importância do amor, da alegria e da luta pelo que acreditamos.