Mickey 17 é um filme de comédia e ficção científica dirigido por Bong Joon-ho, vencedor do Oscar por Parasita. Baseado no romance Mickey7 de Edward Ashton, a trama se passa em um futuro distópico em que a humanidade está colonizando outros planetas em missões patrocinadas por políticos e empresas. Desesperado para deixar a Terra, Mickey (Robert Pattinson) aceita um trabalho como "descartável": uma pessoa enviada para tarefas suicidas para morrer, ser clonada com suas memórias intactas e voltar ao trabalho. Quando dois clones de Mickey coexistem acidentalmente ao mesmo tempo (algo proibido na colônia), ambos devem manter sua existência em segredo enquanto tentam parar os planos do governo autoritário em que vivem. Como em outros filmes de Bong Joon-ho, Mickey 17 traz uma crítica afiada às práticas desumanas e à desigualdade econômica de um sistema capitalista levado às últimas consequências (usando também humor ácido, como em Okja). No entanto, é um filme que tenta cobrir muitas subtramas e temas, abusando de recursos como flashbacks e narração em off para explicar muita coisa. Não alcança as alturas de Parasita, mas também é impossível tirar os olhos da excêntrica atuação de Robert Pattinson na tela, mantendo as coisas muito divertidas. Não é o melhor filme de Bong Joon-ho, mas de qualquer forma, tem mais a dizer em comparação com os típicos blockbusters de Hollywood hoje em dia.
De David Cronenberg (diretor de 'A Mosca'), 'Cosmópolis' é a adaptação do romance de Don DeLillo, ambientado em um futuro não muito distante em que a economia entra em colapso e os ricos passam pelo caos das cidades em limusines confortáveis, seguras e à prova de som. Robert Pattinson é um deles, um bilionário de 28 anos totalmente insensível ao sofrimento do mundo exterior. Quieto e silencioso, as boas qualidades de atuações do astro surgem nos detalhes e vão se revelando aos poucos. Mostrou, assim, que não era um vampiro qualquer.
Pattinson não é o protagonista de ‘Z: A Cidade Perdida’, mas a verdade é que ele quase ofusca quem Charlie Hunnam, intérprete do explorador Perry Fawcett. Aqui, Pattinson interpreta Henry Costin, companheiro explorador de Fawcett em uma de suas expedições e um conhecedor da misteriosa região amazônica que o fascina tanto.
Aqui, novamente, Pattinson não é a estrela do longa-metragem, que fica com Tom Holland (de 'Homem-Aranha: De Volta pra Casa'). No entanto, novamente, difícil não comentar a atuação da estrela de 'Crepúsculo'. Afinal, Pattinson entrega uma atuação brutal e crua de um pastor que influencia diretamente a vida desse sofrido protagonista. Ainda que falte alguns ajustes no sotaque de Pattinson, sua entrega ao personagem é destacável e só comprova como o ator evoluiu desde sua estreia nos cinemas.
Na época em que trabalhou com a grande Claire Denis, uma tendência começou a ser percebida no trabalho do ator: ele é atraído por personagens complicados e morais questionáveis. Em 'High Life', ele é um criminoso condenado que, para obter algo próximo à liberdade, realiza uma sinistra missão espacial em busca de um buraco negro, e em cuja nave ocorrem estranhos experimentos científicos que têm a ver com o corpo, sexo e reprodução.