Denis Villeneuve já pode ser considerado um dos grandes nomes da ficção-científica do cinema. Depois de ‘A Chegada’ e ‘Blade Runner 2049’, o diretor adapta um dos livros mais complicados e marcantes do gênero: ‘Duna’, de Frank Herbert. A versão de Villeneuve consegue impressionar pela beleza e desenvolvimento. Ao longo de quase três horas, acompanhamos a jornada de Paul Atreides (Timothée Chalamet) no planeta Arrakis, um lugar mortal, que é a única fonte de uma preciosa especiaria que dita as regras da galáxia, conhecido também como Duna. O longa tem um ritmo bom, não cansa e consegue nivelar bem as cenas mais poéticas com as de ação. Funciona muito bem como uma introdução à trama, já que traz apenas a primeira parte do livro. Se por acaso o roteiro não te atrair, o visual da produção certamente vai te deixar sem fôlego. ‘Duna’ tem também um contexto político fortíssimo, que consegue facilmente ser comparado com disputas territoriais por petróleo no Oriente Médio. O longa recebeu 10 indicações, incluindo Edição, Roteiro Adaptado e Melhor Filme.
Em cartaz nos cinemas e disponível no streaming. Clique no título do filme na lista para encontrar os horários das sessões e compra de ingressos, bem como o link para assistir em casa. O cineasta Guillermo del Toro tem duas grandes paixões, ambas muito claras em sua filmografia: a arte cinematográfica (principalmente da Era de Ouro de Hollywood) e o pior do ser humano. Porém, se até hoje ele escondeu essa percepção por meio de metáforas sobre monstros imaginários, em ‘O Beco do Pesadelo’ o mexicano deixa de lado esses subterfúgios e abraça a própria monstruosidade humana. Na história, que é um remake do clássico noir ‘O Beco das Almas Perdidas’, conhecemos Stanton Carlisle (Bradley Cooper), um homem que tem um passado sombrio e, ao se juntar a um circo, conhece a arte da manipulação humana. A partir daí, o longa toca em temas pesados, como vício, degradação, violência, corrupção, arrogância, culpa, aborto… Um filme triste, pessimista, melancólico e sombrio, sim. Porém, um retrato da crueldade e da bestialidade humana que, mais cedo ou mais tarde, precisamos encarar. Indicado em Melhor Filme, além de Design de Produção, Fotografia e Figurino.
A esta altura você já conhece todas as fórmulas dos filmes da Marvel Studios (e das produções de super-heróis em geral), principalmente na hora de contar histórias de origem. 'Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis' é exatamente isso, só que com novas influências - no caso, dos filmes de wuxia, gênero originário do cinema chinês e que mistura elementos de artes-marciais (como dos clássicos de kung-fu) com fantasia, que já nos brindou com produções como ‘Herói’ e ‘O Tigre e o Dragão. Para executar essa tarefa de juntar oriente e ocidente na tela, o estúdio convocou o diretor Destin Daniel Cretton (que, nascido no Havaí, é de ascendência japonesa) e colocou o ator Simu Liu (que é chinês de nascimento) no papel-título. Cretton faz um ótimo trabalho com o desafio que tinha nas mãos, trazendo o que os filmes de wuxia tem de melhor: uma bela fotografia e cenas de luta estilizadas de tirar o fôlego, ainda que com motivações mais rasas. Por mais que soe a mesma história de sempre, 'Shang-Chi’ tem o grande mérito de romper barreiras, apresentando o estilo oriental a um público ocidental mais amplo. O filme foi reconhecido por seus efeitos especiais, e recebeu uma indicação na categoria.
Em cartaz exclusivamente nos cinemas. Clique no título do filme na lista para encontrar o link para horários das sessões e compra de ingressos. Um filme delicadamente simples, que investiga profundamente o significado de o que define um 'lar' e um 'exílio' - tanto literalmente quanto emocionalmente. Entre os sentimentos explorados temos um esmiuçamento da sensação de pertencimento em contraponto com a saudade. Há um equilíbrio muito bem desenvolvido de alegria e tristeza, o que ajuda a construir a harmonia da trama que lida muito bem com dicotomias. Na trama, um aspirante a cantor que vive com a sua avó em Timbu, capital do Butão, sonha em obter um visto para se mudar para a Austrália. ‘A Felicidade das Pequenas Coisas’ mostra como a beleza da vida está na representação do genuíno calor, bondade, respeito mútuo e bondade. O papel de Pem Zam é inspirador: a garota simplesmente brilha. O filme representante do Butão foi indicado para Melhor Filme Internacional.
Sabe aqueles filmes grandiosos, que transpiram cinema? É esse o sentimento ao assistir ‘A Tragédia de Macbeth’, longa-metragem dirigido por Joel Coen – que, desta vez, assume o trabalho sem seu irmão, Ethan, parceiro em obras como ‘O Grande Lebowski’ e ‘Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum’. Aqui, Coen desnuda a clássica história de William Shakespeare a partir de um tour de force deslumbrante. Com Denzel Washington espetacular em cena, se equiparando aos seus trabalhos em ‘Dia de Treinamento’ e ‘Um Limite Entre Nós’, e Frances McDormand (‘Nomadland’) mostrando novamente o porquê de ser uma das maiores atrizes em atividade. Um filme para sentir e, é claro, apreciar. Denzel recebeu uma indicação por Ator Principal, e o filme também foi indicado em Fotografia e Design de Produção.