Lá pelos idos de 1980, Stephen King não estava bem. O autor norte-americano estava passando pelo período mais turbulento de sua vida, abusando de álcool e drogas pesadas -- não à toa, o autor já contou, em seu livro ‘Sobre a Escrita’, que a década é um borrão. Não se lembra sequer dos livros que escreveu. São obras como ‘Cujo’, ‘Christine’, ‘O Cemitério’, ‘It: A Coisa’ e, justamente, ‘A Incendiária’, obra adaptada em ‘Chamas da Vingança’. O filme, que tem uma outra versão de 1984, conta a história de uma garotinha (Ryan Kiera Armstrong) que, tal qual uma mutante do universo de X-Men, tem o poder de criar fogo. É, como diz o título do livro em português, uma incendiária. Os pais (Zac Efron e Sydney Lemmon) fazem de tudo pra tentar impedir que a criança se machuque ou machuque os outros ao redor. Mas não adianta: ela está crescendo e, aos poucos, perdendo a capacidade de controlar esse dom tão poderoso. É uma trama simples e que adapta fielmente o livro de King -- e é esse o problema. Nessa época em que estava mergulhado no vício, ele teve uma carreira extremamente irregular. Há livros brilhantes, como ‘It: A Coisa’, e outros sem muita força e sem história, como ‘A Hora do Lobisomem’ e ‘A Incendiária’. Não é um livro ruim, mas peca em ser muito corrido (127 páginas!) e por não ter um arco dramático muito bem definido. No entanto, há um acerto evidente em ‘Chamas da Vingança’ e que deve empolgar os fãs do terror do cinema dos anos 1980: o diretor Keith Thomas (‘The Vigil’) traz, sempre que pode, um ar kitsch para a produção, bem oitentista, e que é reforçado pela trilha sonora brilhante assinada, dentre outros, por John Carpenter. Poderia ser melhor? Sem dúvidas. Poderia assustar mais, emocionar mais. Mas, desse jeito, ‘Chamas da Vingança’ parece uma cápsula no tempo que, dá para arriscar, pode se tornar cult com as décadas -- assim como aconteceu com o filme com Drew Barrymore.
Uma visão aterrorizadora sobre o bullying, adolescência e poderes sobrenaturais, que tem como um dos principais méritos a união perfeita entre o horror e o suspense, tudo baseado no livro de Stephen King. Isso sem falar que a cena da formatura é uma das mais clássicas da história do cinema. Não assista ao recente remake, mas veja a obra de arte original - por mais que, aos olhos dos mais novos, ela pareça um pouco datada.
Adaptação – ainda que com diversas mudanças – do livro de Stephen King, ‘O Iluminado’ é uma das obras-primas de Stanley Kubrick, que traz ainda uma atuação marcante de Jack Nicholson. Na época de seu lançamento, o filme não foi muito bem compreendido, mas, com o tempo, virou um fenômeno cult e consegue se manter assustador até hoje. King, vale lembrar, nunca aprovou ou gostou da adaptação -- enquanto Kubrick não quis ler o livro original.
Fazer a sequência de um dos maiores filmes de terror de todos os tempos já não seria fácil - mas a tarefa ganha um maior grau de dificuldade quando lembramos que ‘O Iluminado’ foi dirigido por ninguém menos que Stanley Kubrick. Por isso, ‘Doutor Sono’ começa a sua missão pelo melhor lugar possível: adapta justamente a continuação do livro original, mais uma vez escrito por Stephen King. O resultado final é uma obra que expande e aprofunda questões e acontecimentos vistos no primeiro longa-metragem, além de apresentar um interessante conflito - que pode servir como metáfora para muitas coisas na vida. Afinal, quem nunca conheceu alguém que queria ter a boa vida enquanto roubava a “luz” dos outros? Ou quem tinha um brilho forte enquanto jovem, mas que deixou essa energia se esvair? Ewan McGregor (‘Trainspotting’) está bem no papel do agora adulto (e cheio de problemas) Danny, enquanto Rebecca Ferguson é uma firme e impiedosa vilã - mas quem rouba a cena, mesmo, é a jovem Kyliegh Curran. O filme acaba tendo seus deslizes, principalmente quando tenta recriar algumas cenas e elementos da obra original, mas também tem o mérito de não recorrer à computação gráfica para trazer rostos de pe
Da mente de Stephen King, este terror psicológico sobre uma mulher que acaba presa e isolada em uma cabana, após a inesperada morte de seu marido, deve agradar facilmente aos fãs do escritor e do gênero. Uma história de sobrevivência sobre traumas passados que embaça as linhas entre o natural e o sobrenatural, tocando em assuntos pesados sem medo de incomodar. O longa-metragem leva o selo de original Netflix.