‘Uncharted: Fora do Mapa’ mostra que o mundo ainda precisa de blockbusters
Você pode até não gostar de filmes blockbuster, mas verdade seja dita: é bastante agradável passar duas horas olhando uma tela gigante sem gastar os neurônios. Partindo deste princípio, ‘Uncharted: Fora do Mapa’ – que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta, 17 – é a produção ideal para te entreter embarcando em uma divertida aventura.
Para quem não sabe, o longa é baseado em uma franquia de jogos de mesmo nome, ‘Uncharted’. A história mostra uma versão jovem do protagonista dos games, Nathan Drake (Tom Holland, o Homem-Aranha do MCU), que está só começando sua vida de explorador ao lado de Victor “Sully” (Mark Wahlberg).
Em ‘Fora do Mapa’, somos apresentamos ao Drake, um jovem bartender órfão que aprendeu a aplicar pequenos golpes com o irmão mais velho, Sam (Rudy Pankow). Ainda criança, ele foi abandonado por Sam e desde então nutre esperanças de reencontrá-lo. Tom Holland é Nathan Drake em ‘Uncharted: Fora do Mapa’ (Crédito: Divulgação/Sony Pictures)
A narrativa faz uma adaptação de diversos games da franquia, iniciada em 2007 com ‘Uncharted: Drake’s Fortune’, e trazendo o protagonista ainda se descobrindo no mundo dos caçadores de recompensas. Assim como vimos na nova saga do Homem-Aranha, Tom Holland interpreta um personagem carismático e engraçadinho. Ele praticamente reprisa o Peter Parker com uma pitada de Indiana Jones e um pouco mais de apelo sexual – ele aparece sem camisa em diversas cenas. Como você pode ver, juntaram um ator de sucesso no momento, uma franquia popular nos games e um apelo de nostalgia que deixaria o algoritmo da Netflix com inveja.
Game vs. filme
Por mais que alguns fãs dos jogos tenham verbalizado nas redes sociais que não gostaram do ator como protagonista, é difícil não simpatizar com ele. Dito isso, talvez ‘Uncharted: Fora do Mapa’ funcione melhor para quem desconhece a história dos games. Se você gosta de ‘Piratas do Caribe’ e ‘Os Caçadores da Arca Perdida’, vai se divertir com o filme. Por mais que existam pesadas críticas sobre o excesso de produções blockbuster criadas apenas para alcançar cifras milionários na bilheteria mundial, é extremamente agradável assistir a um longa-metragem que te prende sem exigir muito neste momento em que completamos dois anos de pandemia. Tati Gabrielle em ‘Uncharted’ (Crédito: Divulgação/Sony Pictures)
Os blockbusters existem por um motivo: o entretenimento! Por mais que a aventura de Tom Holland seja previsível, ela consegue te entreter do começo ao fim. Ainda que exista uma ode aos filmes populares que prezam por certa inteligência do espectador, não tem o menor problema nos rendermos a algo despretensioso. Com direção de Ruben Fleischer, o mesmo de ‘Zumbilândia‘ (2009), temos ótimas sequência de ação – das mais surreais possível – e piadas pontuais. Além de Holland e Wahlberg, o elenco tem também Antonio Bandeiras (‘Dor e Glória‘), Tati Gabrielle (‘O Mundo Sombrio de Sabrina’) e Sophia Ali (‘India Sweets and Spices’). A jogada mais ousada de ‘Uncharted’ é abrir espaço para continuações antes mesmo de saber como será a recepção do público. Seria esse um erro ou acerto? O filme tem um gostinho de quero mais, já que a dinâmica de Tom Holland e Wahlberg nos dá vontade de acompanhar a próxima aventura deles. Vamos ver, agora, como o filme vai se comportar nas bilheterias mundiais para garantir uma nova franquia para Nathan Drake – e para Tom Holland, é claro. Enquanto isso, vamos estourando a pipoca e adicionando bastante manteiga.
Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.