Este filme clássico de George Méliès se tornou ponto de partida para o cinema. Afinal, filmado e lançado em 1902, ‘Viagem à Lua’ foi o primeiro filme de ficção científica -- e um dos primeiros com atores, cenário, trilha sonora e até efeitos especiais. É um deleite para quem gosta de cinema e quer entender melhor os caminhos para a formação da sétima arte. Méliès, um visionário à frente de seu tempo, conta com maestria a história de um grupo de homem enviados à Lua e que, uma vez lá, encontram seres alienígenas. Difícil não imaginar como ‘Viagem à Lua’ ajudou a moldar uma geração que, não só se maravilhou com as possibilidades que existiam do lado escuro da Lua, como também passaram a ver todo o universo de criatividade e experimentos que viria a surgir na sala escura do cinema. Em domínio público, ‘Viagem à Lua’ pode ser visto oficial e gratuitamente no YouTube.
Já considerado clássico por muitos, ‘Os Eleitos: Onde o Futuro Começa’ é um filme-homenagem patriótico. Aqui, no caso, os homenageados são os sete primeiros astronautas selecionados para participar do programa espacial americano. Mas se você conseguir deixar de lado o exagero nacionalista do diretor Philip Kaufman (do ótimo ‘Os Invasores de Corpos’), encontrará de fato uma jóia cinematográfica. Com emoção e delicadeza, o longa-metragem mostra a jornada desses homens de forma nobre e respeitosa, mostrando todas as barreiras que eles quebraram rumo ao infinito e, principalmente, ao desconhecido. Afinal, de alguma forma, sem a bravura desse grupo de homens, seria inviável a realização de viagens espaciais. Destaque, principalmente, para a atuação de Sam Shepard, que interpreta o primeiro homem a romper a barreira do som.
Outro filme que fala sobre pessoas determinantes sobre a viagem pelo espaço é ‘Estrelas Além do Tempo’. No entanto, nada de astronautas como protagonistas. Esta, afinal, é a história de três pessoas que, no auge da Guerra Fria e da corrida espacial, ajudaram a levar o homem ao espaço - mas que tiveram seus relatos esquecidos, ignorado dos livros de história, por serem mulheres e negras. O filme põe um ponto final neste esquecimento e, mesmo com certas liberdades poéticas, nos abre os olhos para problemas como racismo e misoginia, contando a jornada de um grupo de mulheres matemáticas trabalhando nos bastidores da NASA. É, também, uma história sobre triunfos e superação para nos inspirar.
Indo além da imaginação de George Méliès e dos filmes-homenagem à figuras essenciais ao programa espacial norte-americano, há também produções que falam sobre o pouso na Lua em si. É o caso do documentário ‘Apollo 11’, que fala sobre a chegada da nave que dá título ao documentário à Lua, se tornando um dos grandes eventos científicos e do entretenimento do século XX - afinal, além das óbvias implicações do que representa na exploração espacial, foi um dos eventos mais assistidos na TV mundial. Após 50 anos, o documentário 'Apollo 11' consegue o impensável: trazer inúmeras horas de áudio e vídeo inéditos daquele feito. Um dos grandes méritos é que o filme não cai nos lugares-comuns do formato, e não traz narrações, entrevistas modernas ou recriações. É, de certa forma, como se fossemos testemunhas da história. Extremamente elogiado pela crítica.
Mas quem quiser sentir e presenciar a chegada do homem à Lua também tem uma obra de ficção prontinha e de muita qualidade. É ‘Primeiro Homem’. Aqui, Damien Chazelle (de ‘La La Land’) traz a sua visão, mais humana e menos heroica, de Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua. Com empatia a proximidade, o filme nos apresenta o homem, seus medos, problemas, perdas, qualidades e defeitos – isso enquanto reconstrói os acontecimentos da guerra espacial que levou a Apollo 11 a pousar no árido satélite na órbita da Terra. Ainda que não se pareça como os projetos anteriores do diretor, é um longa capaz de fascinar aqueles que buscam tanto o relato histórico quanto aqueles que querem ver a aventura humana. Vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais de 2019.