Em 1967, um professor de Ensino Médio da Califórnia resolveu explicar para os seus alunos como os alemães puderam, nos anos 1930, aceitar o regime nazista. Para isso, construiu o experimento chamado “A Terceira Onda”, que exemplificaria o apelo do nazismo. O projeto se tornou célebre na sócio-política, inspirando o livro ‘A Onda’ e, décadas depois, este filme, que tem o mesmo título. Na versão do cinema, o experimento é transplantado para a Alemanha, o que dá ainda mais peso para o que é visto na tela. Vale assistir.
Anos 1980. Ainda fechado atrás da cortina de ferro, a Rússia recebia o som do rock underground que vinha do oeste. Sob a influência de Talking Heads, David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed, surgia, na cidade de Leningrado, a banda Kino – que revelaria ao mundo a primeira grande estrela do rock do país de Lenin e Stalin: Viktor Tsoi. ‘Verão’ nos conta toda a jornada do músico, incluindo conflitos pessoais, um triângulo amoroso e com um final trágico. Uma história real e envolvente, sobre uma época que reunia a contravenção e a inocência em um único mix. Se você é fã de música e da explosão cultural dos anos 1970 e 1980, será impossível não se pegar cantando em alguns momentos.
O Telecine traz todos os 24 filmes de James Bond, mas este aqui merece destaque na nossa lista. Afinal, é o mais subestimado e esquecido longa do personagem, com o mais subestimado e esquecido ator a interpretá-lo. Por isso, ‘007 A Serviço Secreto de Sua Majestade’ se tornou uma joia rara, amado por alguns fãs mais inveterados do personagem. Apesar do peso de substituir Sean Connery e da (má) crítica da época, George Lazenby faz um trabalho sólido e o roteiro ainda nos brinda com um Bond que, pela primeira vez, se apaixona de verdade. John Barry está afiadíssimo na trilha sonora, com o uso de mais instrumentos eletrônico e um tema de abertura instrumental impecável - além de ter composto a bela canção de amor ‘We Have All The Time in The World’, imortalizada na voz de Louis Armstrong. Outro destaque é a presença de Diana Rigg (a Emma Peel da série britânica ‘Os Vingadores’) como a condessa Teresa di Vicenzo.
‘Central do Brasil’ é um dos maiores filmes – se não for o maior – da história do cinema no Brasil, mostrando um momento de transição do país, já bastante urbano, mas ainda com suas origens rurais. É, também, o retrato de uma época que hoje parece um passado distante, na qual a carta ainda tinha um peso fundamental na comunicação das famílias. Tudo isso é um pano de fundo para contar uma história sobre uma relação improvável, entre uma professora aposentada que perdeu a esperança na vida com um garoto recém-órfão em busca de sua família. O resultado é um filme tocante e envolvente, com uma atuação magistral de Fernanda Montenegro – que foi indicado ao Oscar (a primeira latino-americana e a única brasileira a receber tal honraria), ao Globo de Ouro e venceu o Urso de Prata do Festival de Berlim. O longa também foi indicado ao Oscar de Filme estrangeiro, coroando o ótimo trabalho do diretor Walter Salles (‘Abril Despedaçado’) e a fotografia de Walter Carvalho (‘Lavoura Arcaica’).
Um dos maiores clássicos do mestre do suspense Alfred Hitchcock, com uma história cheia de mistério e reviravoltas. O roteiro é incrivelmente redondo e bem escrito, as situações são envolventes e há drama, mistério e até terror. A trilha sonora, assinada Bernard Herrman (de ‘Psicose’), é incrível e ajuda ao espectador entrar ainda mais no clima da história. Um filme complexo, que merece ser visto por qualquer fã de cinema.