Vermiglio é um filme da diretora Maura Delpero, que recebe o nome de uma comuna nos Alpes italianos. A trama se passa durante a Segunda Guerra Mundial e segue um soldado desertor que retorna à aldeia nas montanhas. Lá, ele muda a vida da família do mestre local ao se apaixonar pela filha dele. No entanto, os segredos familiares e a presença do soldado levarão todos a um destino inesperado. Vermiglio é um daqueles filmes que buscam uma imersão total na época em que se passa, com uma belíssima fotografia naturalista filmada no local, misturando atores profissionais e moradores locais que atuam usando o dialeto da aldeia. Além dessa imersão, o filme oferece uma narrativa que exige paciência, mas recompensa com suas surpresas sutis. Além disso, foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Veneza.
Seja no gênero documental (Four Roads) ou na ficção dramática (Lazzaro Felice), a cineasta italiana Alice Rohrwacher tem a capacidade de capturar uma certa textura onírica, ou realismo mágico, como se suas histórias estivessem situadas em outros tempos ou planos de existência que são ao mesmo tempo familiares e impossíveis. O mesmo pode ser dito de La Chimera , seu filme selecionado no Festival de Cannes 2023. A trama segue um ladrão de pouca monta, Arthur (Josh O'Connor, de The Crown), que acabou de sair da prisão e volta aos velhos hábitos quando é recrutado por sua antiga gangue para procurar e roubar antiguidades. No entanto, sua busca é algo mais pessoal e místico, pois ele anseia por uma mulher que perdeu. A narrativa é tão quimérica quanto a jornada de seu personagem e, portanto, há um mistério no coração do filme que fala tanto do nosso sentido e propósito de vida, quanto do anseio e lamento pelo que é perdido no tempo. Leia a crítica completa de La Chimera.
Com Parthenope (2024), Paolo Sorrentino aprofunda ainda mais sua poesia visual ao retratar a juventude e a busca pela felicidade em uma Nápoles mítica e melancólica. Conhecido por obras como A Grande Beleza, Sorrentino reafirma sua assinatura cinematográfica com cenas deslumbrantes, personagens introspectivos e uma atmosfera que mistura nostalgia e desejo, consolidando seu lugar entre os grandes diretores do Risorgimento italiano.
Nanni Moretti entrega com Mia Madre (2015), uma narrativa delicada e profundamente pessoal sobre luto, trabalho e relações familiares. Com sua sensibilidade característica, Moretti mistura drama e toques sutis de humor, criando um filme comovente que ressoa com quem já viveu a perda de um ente querido. O cineasta é um dos pilares do cinema italiano contemporâneo, e Mia Madre é um de seus trabalhos mais emocionantes.
Também lançado em 2015, Sangue do Meu Sangue mostra o veterano Marco Bellocchio em plena forma, misturando história, religião e política em uma trama que atravessa séculos. Com sua abordagem provocadora e simbólica, Bellocchio confirma seu papel de destaque no renascimento do cinema italiano, entregando uma obra ambiciosa e visualmente impactante.




