Ao estilo ‘A Hora do Pesadelo’, temos um outro filme de terror que aborda sonhos - especificamente aqueles que nos atormentam e nos impedem de dormir. Na história acompanhamos Sarah (Julia Sarah Stone), uma moça que não consegue ter uma boa noite de sono devido aos recorrentes pesadelos. Em busca de descobrir o que causa o problema, ela decide procurar respostas em uma instituição e a situação acaba tomando um rumo diferente. Com um roteiro nebuloso, fica meio difícil de entender a mensagem do diretor. No entanto, o clima de suspense é bem construído - muito graças à trilha sonora e aos jogos de câmera.
Com uma ambiciosa mistura de tragédia e sátira, suspense e ficção científica, 'Donnie Darko' é um dos grandes clássicos cult lançados no início deste século. Com uma atuação brilhante do jovem Jake Gyllenhaal, a história traz conceitos de dimensões paralelas e viagem no tempo, borrando a linha entre sanidade e insanidade na mente do protagonista.
Depois de desenvolver narrativas mais tradicionais em estrutura com "Coração Selvagem" e "Veludo Azul", o diretor David Lynch mergulha novamente nas suas influências surrealistas e do cinema noir para contar uma história que, semelhante a "Eraserhead", escapa às explicações da lógica e adota uma textura mais próxima a de um pesadelo. "Estrada Perdida" é um mistério que não economiza na violência, imagens perturbadoras e reviravoltas desconcertantes, mas sim com as explicações. E isso está bem: aqui o que vale é a viagem, não o destino. Como dado interessante, esta é a primeira produção de Lynch situada em Los Angeles, seguida por narrativas semelhantes como "Cidade dos Sonhos" (Mulholland Drive) em 2001, e "Império dos Sonhos" (Inland Empire) em 2006. Em conjunto, são conhecidas informalmente como sua "Trilogia de Los Angeles".
Quando você coloca a cabeça no travesseiro à noite e acaba tendo um pesadelo, dificilmente aquilo vai fazer totalmente sentido – é como se seus maiores medos se unissem em uma só história, em uma só trama, contra você, sua sanidade e saúde. E é justamente esse o sentimento que o cineasta Ari Aster deseja passar com ‘Beau Tem Medo’, seu terceiro filme após os sucessos de ‘Hereditário’ e ‘Midsommar’. Aqui, porém, como dito, ele abraça o absurdo não para causar medo, mas para falar sobre medo – o surreal, afinal, é o maior horror da jornada do protagonista Beau, que precisa chegar até a casa de sua mãe. Parece uma jornada simplória, banal, mas Aster a recheia com um caminho turbulento que faz com que Beau encare, sem enfrentar, os seus maiores medos. É um homem paralisado, muito bem interpretado por um Joaquin Phoenix (‘Coringa’) completamente entregue, e que tem a voz de sua mãe julgando e condenando todos os seus atos. Nem todo mundo vai gostar do filme, e tudo bem. Aster o fez justamente para ser desconfortável. Mas, aqueles que se entregarem, podem encontrar, na história, um pouco de si e de seus medos. E, no final das contas, há algo mais assustador do que isso? Acho bem difícil.