Em seu primeiro filme desde o premiado ‘Vice’, o diretor Adam McKay retorna em ‘Não Olhe pra Cima’ sem perder o seu humor ácido. O filme, que é digno do retorno do cineasta, tem um elenco de peso - com Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Jonah Hill, Timothée Chalamet e Meryl Streep - e uma história que consegue se encaixar perfeitamente com a pandemia de covid-19, vivida a partir de 2020. Na trama, dois astrônomos tentam alertar a população sobre um cometa capaz de destruir a Terra, mas ninguém acredita neles. A produção traz pontuais reflexões sobre o rumo que a humanidade seguiu e como isso afeta as nossas vidas, especialmente em relação a destruição da natureza. ‘Não Olhe pra Cima’ é uma ótima sátira social e política, acertando bem o ritmo e na balança entre o brilhante e o deprimente. Leonardo Dicaprio e Jennifer Lawrence foram indicados nas categorias de Melhor Ator/Atriz- Comédia ou Musical, e o filme também recebeu as indicações de Melhor Roteiro e Melhor Filme- Comédia ou Musical.
Lucille Ball foi uma das pessoas mais importantes da história do audiovisual e do rádio nos Estados Unidos. Atriz com talento afinado para comédia, Ball entendia da dramaturgia como ninguém e também se mostrou uma mulher poderosa por atrás das câmeras - sendo a primeira mulher a presidir um estúdio importante de Hollywood, a Desilu. Em 'Apresentando os Ricardos' (‘Being the Ricardos’, no original), o roteirista e diretor Aaron Sorkin (‘Os 7 de Chicago’) busca revelar um pouco de quem foi a atriz e o seu ex-marido, o cubano Desi Arnaz, contando os bastidores de uma semana das gravações da série ‘I Love Lucy’ (o primeiro sitcom da história, em formato criado pelo casal). E não é qualquer semana: Sorkin condensa em poucos dias, além dos conflitos das gravações, inúmeros fatos marcantes para os protagonistas - como quando Ball foi acusada de ser comunista e o anúncio da gravidez de seu segundo filho. Até então, nenhuma personagem mulher aparecia grávida na TV, algo que o casal também estava prestes a mudar. Com isso, temos um registro histórico interessante, que certamente vai agradar os fãs de bastidores e da história da mídia. Indicado ao Globo de Ouro em três categorias: Melhor Ator
‘No Ritmo do Coração’ é a versão norte-americana do adorável drama francês ‘A Família Bélier’, lançado em 2014. A produção segue uma menina que ouve em uma família onde todos são surdos e que se encontra dividida entre perseguir seu amor pela música e a confiança de sua família para continuar sendo a ponte deles com o mundo exterior. É uma história realmente bonita e encantadora, o elenco faz um trabalho lindo e emocionante. O filme é sem defeitos, mas a crítica segue sendo que Hollywood continua trazendo narrativas já conhecidas internacionalmente pois existe uma barreira dos estadunidenses para assistirem a produções legendadas. ‘No Ritmo do Coração’ segue o mesmo caminho de diversas outras ótimas histórias que muitas vezes perdem público nos EUA por serem de outros países. O longa foi o grande premiado de Sundance 2021, e foi indicado ao Globo de Ouro em duas categorias: Melhor Filme - Drama e Melhor Aor Coadjuvante (para Troy Kotsur).
Maggie Gyllenhaal (a atriz de filmes como ‘Coração Louco’ e ‘Mais Estranho que a Ficção’) estreia no posto de diretora de um longa-metragem com ‘A Filha Perdida’ - e podemos dizer que poucos cineastas debutaram com tanta confiança quanto ela. A história é sobre uma mulher (Olivia Colman) que, durante as férias na praia, começa a desenvolver uma misteriosa obsessão por uma jovem mãe (Dakota Johnson) e sua filha, trazendo de volta memórias de tempos mais turbulentos e obrigando-a a enfrentar as consequências .de suas decisões quando ela mesma era uma jovem mãe. É um filme que clama por compaixão, ao mesmo tempo que subverte os conceitos tradicionais de maternidade. Indicado ao Globo de Ouro 2022 nas categorias de Melhor Atriz de cinema (Colman) e Melhor Diretora (Gyllenhaal).
Em cartaz exclusivamente nos cinemas. Clique no título do filme na lista para encontrar o link para horários das sessões e compra de ingressos. Steven Spielberg assina a nova adaptação de um dos mais famosos musicais da Broadway e do cinema, ‘Amor, Sublime Amor’ (‘West Side Story’). Spielberg é impecável em seu trabalho: ao mesmo tempo em que ele é, dentro do possível, fiel ao material original - uma versão de ‘Romeu e Julieta’ urbano que se passa na Nova York de 1950 - o cineasta traz toda a sua linguagem cinematográfica, a sua forma única de, por meio de imagens, ressaltar emoções, expressões e acontecimentos. O diretor ainda promove um twist interessante: adiciona uma camada maior (em relação a adaptação de 1961) de crítica social, ressaltando a gentrificação e deixando ainda mais claro que aqueles jovens não são inimigos entre si, mas sim vítimas de engrenagens sociais muito maiores que todos nós. As atuações de Rachel Zegler e Ariana DeBose estão incríveis, e foram indicadas a Melhor Atriz Comédia ou Musical e Atriz Coadjuvante, respectivamente. O filme também levou as indicações de Melhor Filme- Comédia ou Musical e Diretor para Spielberg, muito merecidas.