Asghar Farhadi é um dos mais interessantes dramaturgos da atualidade, e para quem está familiarizado com o seu trabalho em filmes como 'Uma Separação' ou 'O Apartamento', pode saber exatamente o que esperar. Isso porque Farhadi trabalha a narrativa de seus filmes de uma maneira muito particular, que é excepcional: ele oferece um dilema moral de solução aparentemente simples, mas compõe o desenvolvimento deste com reviravoltas, diferentes pontos de vista e uma variedade de personagens cuidadosamente escritos, repletos de profundidade e ambiguidade, representações humanas e verdadeiras que não podem ter sua moral definida de forma simplória. Assim, nosso protagonista se envolve em uma espiral de acontecimentos que nos faz questionar nossos valores e conceitos do que é certo e errado incontáveis vezes, sem entregar uma resposta fácil. A beleza de 'Um Herói' jaz justamente em sua composição, que é crua e honesta. Todos os personagens são compreensíveis, e todos os dilemas são relacionáveis. O trabalho sobre o drama é composto de maneira magistral e com uma linguagem universal, que dialoga diretamente com qualquer espectador. Uma aula de linguagem cinematográfica, do poder do uso da imagem e forma narrativa para construir um drama social potente e profundamente humanizado. Clique aqui para ler a crítica completa.
Jafar Panahi é um diretor banido em sua própria terra natal, mas que usa como ninguém essa limitação para fazer um filme que não é um filme. É muito além disso: um retrato de uma sociedade.
O filme traz um importante olhar para o Irã moderno, principalmente sobre a questão da mulher na sociedade, a separação e as paixões. Uma obra importante para conhecer uma realidade bem diferente da nossa - ainda que traga alguns paralelos.
Como já se tornou tradição, o cinema iraniano nos presenteia com um poderoso e profundo retrato da moral moderna, trazendo uma verdadeira montanha-russa de emoções – tudo isso, claro, dentro de um contexto bem diferente do mundo ocidental. Segundo filme do diretor Vahid Jalivand, ‘Sem Data, Sem Assinatura’ foi extremamente elogiado no circuito dos festivais, inclusive levando os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator na mostra Horizontes do Festival de Veneza – além de ser escolhido para representar o Irã no Oscar 2019.
Uma crítica ao machismo, preconceito e hipocrisia do Irã atual - e, por extensão, do mundo atual. O roteiro é fluído e redondo, ganhando ainda mais com as atuações de Taraneh Alidoosti e Shahab Hosseini. Uma obra para ter uma aula de cinema e para conhecer uma cultura que é, ao mesmo tempo, tão próxima e tão distante da nossa.